22 DE JUNHO
SÃO
JOÃO FISHER - 1469-1535
João Fisher
nasceu em Beverley, na cidade de Yorkshire, na Inglaterra, no ano de 1469.
Órfão de pai ainda pequeno, aos quatorze anos era o mais destacado estudante do
Colégio São Miguel. Quando completou vinte anos, era professor daquele colégio.
Em seguida, ingressou na famosa Universidade de Cambridge. Dois anos depois,
recebeu o diploma de doutor com louvor, foi ordenado sacerdote e nomeado
vice-reitor da referida universidade.
Quando a
rainha Margareth, viúva pela terceira vez, decidiu deixar a corte e ingressar
num mosteiro, foi ele que escolheu para ser seu diretor espiritual. Distribuiu
sua fortuna entre várias instituições, destinando grande parte à Universidade
de Cambridge. Na mesma ocasião, João Fisher era eleito chanceler da
universidade, cargo que manteve até morrer. Aos trinta e cinco anos, foi eleito
bispo de Rochester, dedicando-se muito à função. Distribuía esmolas com
generosidade e as portas de sua casa estavam sempre abertas para os visitantes,
peregrinos e necessitados. Mesmo sendo bispo e chanceler da universidade,
levava uma vida tão austera como a de um monge.
Apesar de todo
o seu trabalho, estudava muito e escrevia livros. Seus discursos fúnebres, da
morte do rei Henrique VII e da própria rainha Margareth, tornaram-se obras
famosas.
Quando Martinho Lutero começou a difundir sua Reforma, o bispo Fisher
combateu os erros da nova doutrina, escrevendo quatro livros, que o tornaram
famoso em todo o mundo cristão. Em 1535, o rei Henrique VIII desejou
divorciar-se de sua legítima esposa para casar-se com a cortesã Ana Bolena. O
bispo João Fisher foi o primeiro a posicionar-se contra aquele escândalo,
embora muitos outros ilustres personagens da corte declarassem, apenas para
agradar o rei, que o divórcio poderia ser feito. Ele não; mesmo sabendo que
seria condenado à morte, declarava a todos que: "O matrimônio católico é
indissolúvel e o divórcio não será possível para um matrimônio católico que não
se tenha anulado".
Entretanto o
ardiloso rei Henrique VIII conseguiu que o Parlamento inglês o declarasse chefe
supremo da Igreja na Inglaterra, em substituição ao papa da Igreja Católica,
com a aprovação de todos os que desejavam conservar seus altos postos no
governo. Porém João Fisher declarou no Parlamento que: "Querer substituir
o papa de Roma pelo rei da Inglaterra, como chefe de nossa religião, é como
gritar um 'morra' à Igreja Católica", e isto seria um erro absurdo.
Os inimigos o
ameaçavam, com atentados e calúnias. Como não conseguiram que o bispo deixasse
de declarar sua fé católica, foi preso na Torre de Londres. Tinha sessenta e
seis anos, porém os muitos anos de penitências, seus alunos, e o excessivo
trabalho pastoral faziam-no aparentar oitenta. Ainda estava preso quando foi
nomeado cardeal pelo papa Paulo III. Ao ser informado, o rei exclamou:
"Enviaram-lhe o chapéu de cardeal, porém não poderá colocá-lo, porque eu
lhe mandarei cortar a cabeça". E assim o fez.
A sentença de
morte foi comunicada a João Fisher, que foi executado no dia 22 de junho se
1535. Antes de ser decapitado, ele declarou à multidão presente que morria por
defender a santa Igreja Católica, fundada por Jesus Cristo, e o sumo pontífice
de Roma. Em seguida, os carrascos cumpriram a sentença.
Alguns dias
depois, seu amigo Tomás More, brilhante figura da história da humanidade e da
Igreja, também saía da Torre para morrer como ele, pela mesma causa. Em 1935
ambos foram canonizados pelo papa Pio XI, que indicou o dia 22 de junho para
serem venerados.
Neste dia são
lembrados, também: Santo Albano, São Tomás More, Santo Everaldo de Salzburgo
(monge e bispo), São Flávio Clemente (mártir), Santo Inocêncio V (papa), São
João I de Nápoles (bispo), São João IV de Nápoles (bispo), São Paulino de Nola.
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