BEM-AVENTURADO DAMIÃO DE MOLOKAI -
1840-1889
Josef de
Veuster-Wouters nasceu no dia 3 de janeiro de 1840, numa pequena cidade ao
norte de Bruxelas, na Bélgica. Aos dezenove anos de idade, entra para a Ordem
dos Padres do Sagrado Coração e toma o nome de Damião. Em seguida, é enviado
para terminar seus estudos num colégio teológico em Paris.
A vida de
Damião começou a mudar quando completou vinte e um anos de idade.
Um bispo do
Havaí, arquipélago do Pacífico, estava em Paris, onde ministrava algumas
palestras e pretendia conseguir missionários para o local. Ele expunha os
problemas daquela região e, especialmente, dos doentes de lepra, que eram
exilados e abandonados numa ilha chamada Molokai, por determinação do governo. Damião
logo se interessou e se colocou à disposição para ir como missionário à ilha.
Alguns fatos antecederam a sua ida.
Uma epidemia
de febre tifóide atingiu o colégio e seu irmão caiu doente. Damião ainda não
era sacerdote, mas estava disposto a insistir que o aceitassem na missão rumo a
Molokai. Escreveu uma carta ao superior da Ordem do Sagrado Coração, que,
inspirado por Deus, permitiu a sua partida. Assim, em 1863 Damião embarcava
para o Havaí, após ser ordenado sacerdote.
Chegando ao
arquipélago, Damião logo se colocou a par da situação. A região recebera
imigrantes chineses e com eles a lepra. Em 1865, temendo a disseminação da
doença, o governo local decidiu isolar os doentes na ilha de Molokai.
Nessa ilha
existia uma península cujo acesso era impossível, exceto pelo mar. Assim,
aquela península, chamada Kalauapa, tornou-se a prisão dos leprosos. Para lá se
dirigiu Damião, junto de três missionários que iriam revezar os cuidados com os
leprosos. Os leprosos não tinham como trabalhar, roubavam-se entre si e
matavam-se por um punhado de arroz. Damião sabia que ficaria ali para sempre,
pois grande era o seu coração. Naquele local abandonado, o padre começou a
trabalhar. O primeiro passo foi recuperar o cemitério e enterrar os mortos.
Com frequência
ia à capital, comprar faixas, remédios, lençóis e roupas para todos. Nesse meio
tempo, escrevia para o jornal local, contando os terrores da ilha de Molokai.
Essas notícias se espalharam e abalaram o mundo, todo tipo de ajuda humanitária
começou a surgir.
Um médico que
contraíra a lepra ao cuidar dos doentes ouviu falar de Damião e viajou para a
ilha a fim de ajudar. No tempo que passou na ilha, Damião construiu uma
igrejinha de alvenaria, onde passou a celebrar as missas. Também construiu um
pequeno hospital, onde, ele e o médico, cuidavam dos doentes mais graves.
Dois aquedutos
completavam a estrutura sanitária tão necessária à vida daquele povoado. Porém
a obra de Damião abrangeu algo mais do que a melhoria física do local, ele
trouxe nova esperança e alívio para os doentes. Já era chamado apóstolo dos
leprosos.
Numa noite de
1885, Damião colocou o pé esquerdo numa bacia com água muito quente. Percebeu
que tinha contraído a lepra, pois não sentiu dor alguma. Havia passado cerca de
dez anos desde que ele chegou à ilha e, milagrosamente, não havia contraído a
doença até então. Com o passar do tempo, a doença o tomou por inteiro.
O doutor já
havia morrido, assim como muitos dos amigos, quando, em 15 de abril de 1889,
padre Damião de Veuster morreu.
Em 1936, seu
corpo foi transladado para a Bélgica, onde recebeu os solenes funerais de
Estado. Em 1995, padre Damião de Molokai foi beatificado pelo papa João Paulo
II e sua festa, designada para o dia 10 de maio.
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