BEM-AVENTURADOS
MANUEL GOMES GONZÁLES E ADÍLIO DARONCH
Padre Manuel
Gomes Gonzalez nasceu em 29 de maio de 1877, em São José de Riberteme,
Província de Fontevedra - Espanha. Foi ordenado sacerdote em 24 de maio de 1902
em Tui.
Em 1913, com
grande espírito missionário e abertura de coração veio ao Brasil.
Foi nomeado
pároco da Igreja Nossa Senhora da Luz, em Nonoai, no Rio Grande do Sul.
A 23 de
janeiro de 1914, recebia a paróquia de Nossa Senhora da Soledade. Em 7 de
dezembro de 1915, o bispo de Santa Maria - RS, Dom Miguel de Lima Valverde,
nomeou Padre Manuel primeiro pároco da igreja Nossa Senhora da Luz, em Nonoai. Iniciando
assim seu trabalho pastoral: organizou o Apostolado da Oração, a Catequese
paroquial, o combate ao analfabetismo.
Lutando com
muitas dificuldades econômicas, reformou a igreja matriz.
Na páscoa de
1924, Padre Manuel recebeu carta do Bispo de Santa Maria, pedindo que fosse ao
Regimento do Alto Uruguai, fazer a páscoa dos Militares e depois fosse até a colônia
Três Passos, para atender aos colonos de origem alemã, que estavam esperando
missa, batizados e a bênção do cemitério. Padre Manuel convidou o seu coroinha
Adílio Daronch que o acompanhasse num longo itinerário pastoral, a serviço da
Paróquia de Palmeira das Missões. Adílio Daronch nasceu em Dona Francisca
(RS), em 1908, filho de Pedro Daroch e Judite Segabinazzi, migrantes italianos
vindo da Itália em 1883, com a família. Adílio era o terceiro filho do casal.
Em 1912 a família foi morar em Passo Fundo, onde o
pai aprendeu o ofício de fotógrafo.
Alguns meses
depois a família retorna para Nonoai onde exerce o ofício de fotógrafo e tinha
uma pequena farmácia de homeopatia. A família de Pedro era muito religiosa.
Eram grandes colaboradores do Padre Manuel. Adílio era coroinha e auxiliar nos
serviços do altar e da paróquia.
Nesta época o
Rio Grande do Sul vivia momentos conturbados. O estado acabava de passar pela
revolução entre chimangos e maragatos (Revolução de 1923), em que houve muita
violência e derramamento de sangue. Padre Manuel e o coroinha Adílio Daronch
dirigiram-se a cavalo, para o Alto Uruguai até a Colônia Militar, no Alto
Uruguai, onde a 20 de maio, Adílio ainda ajudou na Páscoa de militares. A
caminho de Três Passos, ao chegar em "Feijão Miúdo" o coroinha Adílio
e o padre Manuel foram surpreendidos por anticlericais e inimigos da religião.
Foram levados para o mato, amarrados em árvores e fuzilados. Era o dia 21 de
maio de 1924.
Os próprios
colonos que encontraram os corpos amarrados em uma árvore os enterraram.
Em cima da
cruz da sepultura, escreveram: «mártires da fé, verdadeiros santos da Igreja,
assassinados a 21 de maio de 1924». Quarenta anos depois, em 1964, os restos
mortais foram desenterrados e os ossos foram levados para Nonoai, numa
caravana, pela Diocese.
Em 1997, a Diocese encaminhou
o processo de beatificação. Foram escritos vários livros sobre estes mártires.
Em 2002: Na Visita Ad Limina, ao receber um abaixo-assinado dos bispos do Rio
Grande do Sul, o Cardeal português, José Saraiva Martins, responsável pelas
beatificações, nos disse: "Vocês precisam divulgar mais esta causa dos
mártires. A Igreja não pode beatificar uns mártires que apenas são conhecidos
no Alto Uruguai. Alto Uruguai, parece ser de outro país, é preciso que esta
causa venha a interessar a todo o Rio Grande e todo o Brasil, além disso,
Espanha (onde padre Manuel nasceu e foi ordenado padre) e Portugal (onde
trabalhou por mais de 10 anos na Arquidiocese de Braga) precisam conhecer esta
causa".
Começou-se
então um grande trabalho de divulgação. Falou-se diversas vezes a todos os
Bispos do Brasil, em
Itaici. Foram escritas cartas e e-mails aos bispos de Vigo
(na Espanha) e Braga (em Portugal). Dia 21 de outubro de 2007, foram
beatificados, em
Frederico Westphalen, os chamados mártires de Nonoai: o padre
Manuel e o coroinha Adílio. A cerimônia foi presidida pelo cardeal José Saraiva
Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos que veio diretamente
de Roma.
Cerca de 40
mil fiéis estavam presentes à cerimônia. Em sua homilia, o cardeal Martins
destacou: "santo é aquele que está de tal modo fascinado pela beleza de
Deus e pela sua perfeita verdade que é por elas progressivamente
transformado". Foi o que fizeram os dois novos bem-aventurados disse o
cardeal.
"Pela
beleza e verdade de Cristo e do seu Evangelho, os dois novos bem-aventurados
renunciaram a tudo, também a si próprios, também à sua própria vida, que é o
maior tesouro que Deus nos deu". Hoje, a Igreja reconhece a vitória do
padre Manuel e do coroinha Adílio, prestando-lhes a homenagem da glória e
reconhecendo a sua poderosa intercessão.
Qual Nome do monumento na RS 324 x RS 591, é o PE Manuel Gomes Gonzales
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