BEM-AVENTURADA NHÁ CHICA
NHÁ CHICA, A SANTA DE BAEPENDI
O Decreto da Beatificação
de Nhá Chica foi promulgado pelo Santo Papa Bento XVI e a cerimônia oficial aconteceu
no dia 04 de maio de 2013, em Baependi, Estado de Minas Gerais.
PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO
Francisca de Paula de
Jesus - Nhá Chica – foi beatificada em 04 de maio de 2013 na cidade de
Baependi, Minas Gerais, uma vez que o Santo Papa Bento XVI, já havia, na manhã
da sexta-feira, dia 14 de janeiro de 2011, aprovado as suas virtudes heróicas e
a reconhecido como Venerável nessa data.
Ainda em vida Nhá Chica
passou a ser aclamada pelo povo como 'a Santa de Baependi', por sua fé e
clarividência. Já foi Serva de Deus, título que recebeu oficialmente da
Congregação das Causas dos Santos do Vaticano, em 1991.
A causa de canonização de
Nhá Chica estava sendo aguardando desde 2007 o anúncio de sua beatificação. A
grande graça atribuída a Nhá Chica refere-se a professora Ana Lúcia Meirelles
Leite, moradora de Caxambu, Minas Gerais. A professora e dona de casa foi
curada de um problema congênito muito grave no coração, sem precisar passar por
cirurgia, apenas pelas orações de Nhá Chica. O fato se deu em 1995. A graça foi
aceita pelo Vaticano.
O início da campanha pela
canonização se deu pela primeira vez em 1952. Depois de alguns anos uma nova
instalação da Comissão em prol da Beatificação teve início em 1989 e depois foi
instalada em definitivo em 14 de janeiro de 1992. Mas em 1991, Nhá Chica já
tinha recebido da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano o título de
Serva de Deus.
O Processo Informativo
Diocesano começou em 16 de julho de 1993, tendo sido encerrado em 1995, quando
foi para Roma. O Relator deste processo foi o Pe. José Luís Gutiérrez.
A causa então ficou parada
até 1998, quando assumiram como Postulador Frei Paolo Lombardo (ofm) e como
vice-postuladora Ir. Célia Cadorin (ciic). Atualmente o Postulador é Dr. Paollo
Villotta.
Em 18 de junho de 1998 foi
feito o reconhecimento dos restos mortais de Nhá Chica, na presença de
autoridades eclesiásticas, de membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de
Beatificação de Nhá Chica e médicos legistas.
Ainda em 1998, o Tribunal
Eclesiástico Pela causa de beatificação de Nhá Chica apresentou à Diocese de
Campanha um provável milagre para ser enviado e analisado pelo Vaticano
A publicação da 'Positio',
documento que reúne todos os dados e testemunhos recolhidos durante a fase
Diocesana, corresponde à primeira etapa do processo de beatificação e aconteceu
no dia 30 de outubro de 2001. O documento seguiu para o Vaticano para ser
apreciado pela Congregação das Causas dos Santos.
Em 30 de abril de 2004, os
religiosos brasileiros, reunidos na 42ª Assembléia Geral de Bispos do Brasil
(CNBB), assinaram um documento pedindo pela beatificação de Nhá Chica.
O documento que reuniu 204
assinaturas de Bispos de 25 estados brasileiros foi encaminhado pela Diocese de
Campanha ao então Papa João Paulo II.
No dia 8 de junho de 2010,
no Vaticano, deram parecer favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica, e
no dia 14 de janeiro de 2011, Papa Bento XVI aprovou as suas virtudes heroicas:
castidade, obediência, fé, pobreza, esperança, caridade, fortaleza, prudência,
temperança, justiça e humildade. Este foi mais um passo em direção à
beatificação.
Em 14 de outubro de 2011 o
Milagre é reconhecido. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos
analisou o milagre ocorrido por intercessão da Venerável Nhá Chica em favor da
senhora Ana Lúcia. Todos os 07 médicos deram voto favorável: a cura não tem
explicação científica. O Estudo do Milagre pela comissão de Cardeais da Santa
Sé aconteceu em 5 de junho de 2012. O Santo Papa Bento XVI promulgou o Decreto
da Beatificação de Nhá Chica, sendo que a cerimônia oficial aconteceu no dia 04
de maio de 2013, em Baependi (MG).
HISTÓRIA DA BEM-AVENTURADA NHA CHICA
Ainda pequena
Francisca de Paula de Jesus, que nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das
Mortes em São João Del Rey, Minas Gerais, chegou em Baependi, Minas Gerais.
Estava acompanhada por sua mãe, uma ex-escrava e por seu irmão Teotônio. Com
eles, poucos pertences e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1818, com
apenas 10 anos de idade, Nhá Chica perdeu a mãe que faleceu deixando aos
cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças, Francisca Paula de Jesus e
seu irmão, então com 12 anos. Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca Paula
e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco
a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente
de "Minha Sinhá" que quer dizer: "Minha Senhora", e nada
fazia sem primeiro consultá-la.
Nhá Chica
soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera
da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade a todas as propostas de
casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. Se dava bem com os pobres,
ricos e com os mais necessitados.
Atendia a
todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma
palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração.
Ainda muito
jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para
pessoas que lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro
consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa",
todavia em resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu
com tranquilidade: "... É porque eu rezo com fé".
Sua fama de
santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe começaram a
visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e
necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma
paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não atendia a ninguém. Era o dia
em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e à penitência.
Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às três horas da tarde
intensificava suas orações e mantinha uma particular veneração à Virgem da
Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga.
Nhá Chica era
analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as
Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma
Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua
casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da
Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos
aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala
da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga Capela.
Em 1954, a
Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do
Senhor. Desde então teve início bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência
social para crianças necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos
de Nhá Chica. Hoje a "Associação Beneficente Nhá Chica" (ABNC) acolhe
mais de 160 crianças entre meninas e meninos.
Ao longo dos
anos, a "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por algumas
reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição" que acolhe
Peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que
visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e
registram suas graças recebidas. Atualmente, no "Registro de graças do
Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por
intermédio de Nhá Chica.
Nhá Chica morreu
no dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada
somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali
estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas
durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia
18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por
membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e,
também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo.
Os restos mortais
de Nhá Chica se encontram hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa
Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por uma urna de acrílico colocada
no interior de uma outra de granito, onde são venerados pelos fiéis.
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