MARIA E A BÍBLIA
Maria tinha um
profundo conhecimento da Bíblia. Isto
Maria demonstrou quando recitou o “Magnificat”, por ocasião de sua visita à sua
prima Isabel, e esse cântico do Magnificat é repleto de frases e citações do
Antigo Testamento das Sagradas Escrituras. Maria meditava a palavra de Deus com
muita assiduidade. Ela devia falar de Abrahão, de Moisés, de Davi, e dos
profetas com muita familiaridade. Devia
também conhecer claramente o Plano de Deus e, consequentemente, rezava muito
pela vinda breve do Salvador prometido desde o início dos tempos.
Maria não só
ouvia e meditava a Palavra de Deus mas, sobretudo, procurava vivê-la e a vivia
com a maior autenticidade possível. Ouvir, meditar e viver a palavra de Deus: a
vida de Maria se resumia nisso. Tudo isso ressalta aos olhos de quem faz uma
análise mais profunda do cântico do Magnificat. Cada frase desse maravilhoso
cântico é um compêndio de reminiscências bíblicas.
“Rezando o Magnificat estamos meditando
quase toda a Sagrada Escritura.” (Padre Martins Terra, SJ). “É nesta atenção constante à palavra de
Deus, na Bíblia e na vida, que está a causa da grandeza de Maria.” (Padre
Carlos Mester).
Certa vez,
quando o Senhor Jesus estava falando ao povo, uma mulher ouvinte não se
conteve, e, em voz alta, elogiou a mãe de Jesus, dizendo: “Bem aventurado o ventre que te trouxe os peitos que amamentaste.”
(Lc 11, 27). Mas Jesus achou pouco demais esse elogio para a sua mãe e não
concordou com aquela mulher maravilhada com a sua mensagem, e fez outro elogio
à sua mãe, respondendo àquela mulher: “Antes,
bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.” (Lc
11, 28).
O motivo da
grandeza de Maria não estava no fato de
ela ser a mãe de Jesus Cristo, e de tê-lo carregado em seu seio virginal, e de
tê-lo amamentado em seus seios. Isso foi apenas consequência. A causa da
grandeza de Maria estava no fato de ela ter ouvido a palavra de Deus, ter-se
engravidado da Palavra de Deus, ter levado a Palavra de Deus a uma pessoa
necessitada, no caso sua prima Isabel, Ter dado à luz a Palavra de Deus e ter
acompanhado a Palavra de Deus, que é Jesus, em toda a sua vida, até no
Calvário.
Por causa
dessa obediência à palavra de Deus, foi que Maria disse ao Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra.”
(Lc, 1, 38), e foi por Maria se colocar à disposição da palavra de Deus que ela
se tornou Mãe do Filho de Deus.
E é bem
oportuno lembrar que Jesus jamais disse: “Felizes
os que lêem a Bíblia e a põem em prática”, mas disse: Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática.” (Lc 11,
28).
Escutar a Palavra
de Deus é necessário e colocá-la em prática é fundamental. Em verdade, saber
ouvir ou escutar não é coisa tão fácil. Na maioria das vezes ouvimos para
aumentar o nosso conhecimento, outras vezes por curiosidade ou com espírito de
crítica ou de comparação, ou ainda, para
aprendermos alguma coisa nova e podermos transmitir aos outros.
E muito
difícil saber escutar. Para escutar com proveito é preciso sermos pobres em
espírito, humildes para aceitar o que a Palavra de Deus quer nos dizer de
importante para a vida.
A nós, que nos
dizemos cristãos e seguidores de Jesus Cristo, compete ouvir e aceitar a
Palavra de Deus com simplicidade e sem rodeios. Devemos, para isso, fazer de
Maria o nosso modelo de vida cristã. Assim como fez Maria, devemos procurar
conhecer, meditar e viver a Palavra de Deus contida na Bíblia nos
acontecimentos de nossa vida.
O ideal seria,
sob a proteção de Maria, lermos diariamente as Sagradas Escrituras em nosso lar
juntamente com os nossos familiares, ler
e meditar a Palavra de Deus nas reuniões comunitárias e com os nossos vizinhos, participar mais
ativamente das celebrações Eucarísticas, aproveitando todos os momentos capazes
de nos tornar mais ricos da presença de Deus.
E assim, de
uma maneira muito simples e prática, a Palavra de Deus irá penetrando
suavemente em nossos corações transformando-os inteiramente, fazendo de nós
criaturas novas, dispostas a fazer em tudo a vontade de Deus.
(Monsenhor
Virgílio - Mensageiro do S. Coração de Jesus - Jun. 82 - pg 40/41).
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