NÃO BASTA CRER NA TRINDADE: É PRECISO TESTEMUNHAR
A fé no amor da
Santíssima trindade deve levar-nos a assumir compromissos de amor com todos os
irmãos. Não basta crer; é preciso, antes
de mais nada, testemunhar a nossa fé com atitudes, mesmo porque nos disse
Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor,
Senhor, entrará no reino dos céus; mas o que faz a vontade de meu Pai, que está
nos céus, esse entrará no reino dos céus.” (Mt 7,21). Se dizemos que cremos
e amamos Deus Pai e vivemos tratando os irmãos como escravos, explorando os
trabalhadores, excluindo os pequeninos de nossa vida, torturando das mais
diversas maneiras e castigando os
inocentes, podemos dizer que temos fé mas não passamos de infiéis e traidores
do amor do Pai e, para os que agem assim, Jesus tem duras palavras: “Ai
de vós, escribas e fariseus hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora parecem formosos, mas por dentro estais cheios de ossos
de mortos e de toda a podridão.” (Mt 23,27).
Se dizemos que
cremos no Deus Filho e vivemos odiando os inimigos e querendo-lhes mal,
atraiçoando os irmãos, oprimindo os mais pobres e violentando os mais fracos;
se somos incapazes de perdoar as ofensas e repartir o pão, de consolar os
aflitos e proteger os perseguidos, de tratar com amor os doentes, com caridade
os pobres, com misericórdia os presos, podemos dizer que temos fé, mas, na
verdade, não passamos de crucificadores, e são para os que assim agem essas
palavras do Divino Mestre: “Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno que foi preparado para o demônio e para os
seus anjos, porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me
destes de beber; era peregrino e não me recolhestes; estava nu e não me
vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes. ...Na verdade vos digo;
todas as vezes que deixastes de fazer isso a um desses pequeninos , a mim não o
fizestes.” (Mt 25, 41-43.45).
Se cremos no
Deus Espírito Santo, que é o princípio da Unidade, e espalhamos discórdia e
semeamos calúnias, aceitamos o divórcio e praticamos o aborto, abandonamos o
lar e destruímos famílias, podemos até dizer que temos fé, mas não passamos de
mentirosos, e é o Espírito Santo quem nos diz isso através dos escritos de
João, o Apóstolo amado: “Quem diz que o
conhece e não guarda os seus mandamentos, é um mentiroso, e a verdade não está
nele” (1Jo 2,4).
Na nossa
profissão de fé, no nosso Credo, repetimos, orando, “Creio em Deus Pai,
Todo Poderoso, Criador do céu e da terra... creio em Jesus Cristo, seu único
filho, Nosso Senhor... Creio no Espírito Santo...”, em suma, cremos na
Santíssima Trindade.
A Trindade
Santíssima está presente na história da salvação dos homens desde a criação do
mundo, muito embora, no Antigo Testamento não exista nenhuma referência
expressa sobre esse tão grande mistério da nossa fé.
A Santíssima
Trindade está inteiramente voltada e interessada na salvação de todos os homens
e foi, bem por isso, que Jesus Cristo, antes de voltar para a casa do Pai, no
encerramento de seu ministério e do Evangelho de Mateus, determina aos
Apóstolos e discípulos: “Foi-me dado todo
o poder no céu e na terra. Ide, pois,
ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco
todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,18-20).
Adoremos, para
todo o sempre, a Santíssima Trindade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo... A revelação e a apresentação da Santíssima Trindade a todos os homens
foi o coroamento supremo da terceira manifestação do Senhor Jesus, na sua
transfiguração, a todos os homens antes de sua vida pública.
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