“OLHAI AS AVES
DO CÉU...”
Não
pode existir coisa mais bela, mais calma, mais tranquila e reconfortante do que
um passeio pelos campos, pelos vales, pelas margens de rios e represas onde
tudo nos fala de Deus e faz com que sintamos a sua presença.
Ouvir
o canto dos pássaros, o ruído dos grilos, o coaxar dos sapos e rãs nas
lagoas, o ciciar das folhas ao mais leve
toque do vento; ver o esvoaçar dos insetos e o vôo tranquilo dos pássaros e contemplar
a variedade das flores, árvores e
plantas.
Não
pode existir coisa mais reconfortante do que contemplar as águas do riacho
correrem límpidas e frias entre pedras e juncos à busca do seu verdadeiro
destino.
Passaríamos
horas e horas observando pássaros de todos os tipos, tamanhos e cores da mais deslumbrante beleza
esvoaçando de árvore em árvore, de galho em galho, buscando seus alimentos,
cuidando de seus filhotes.
As formigas,
ordeiras e disciplinadas, indo e voltando em fila indiana por entre matos,
gravetos secos e gramas, num trabalho interminável, sem cansaço e sem
descanso.
E nenhuma
dessas criaturas silvestres se preocupa com o que vai comer ou com o que vai se
vestir; não se preocupa com o daqui-à-pouco,
e com o dia de amanhã.
“Olhai as aves do céu, que não semeiam , nem
ceifam, nem fazem provisões nos celeiros, e contudo vosso Pai Celeste as
sustenta.” (Mt 6,26).
Nenhum desses
animais, aves ou insetos, se preocupa com o seu alimento ou seu vestuário. Onde quer que eles andem, voem ou
estejam, encontram o seu alimento e as suas vestimentas, diga-se, as mais belas
que lhes são dadas pelo Senhor Deus Criador de todas as coisas.
Os
animais, as aves, os insetos, não se preocupam com nada e nada lhes falta; têm
o espaço para voarem, o chão para caminharem, as árvores para pousarem, as
flores, frutos e folhas para se alimentarem, os galhos e folhas para se
agasalharem, a água pura e limpa do riacho para lhes saciar a sede, enfim, o
mundo é deles, o infinito lhes pertence.
E eles não se
preocupam com o que vão se vestir ou comer
e nem fazem previsões ou ajuntam alimentos para o dia de amanhã, no
entanto, o Pai Celeste jamais se esquece de um pássaro sequer, ou de uma
formiga, ou de um pequenino inseto.
“Portanto digo para vocês: não se preocupem,
nem com a vida de vocês, acerca do que haverão de comer, nem com o corpo,
acerca do que haverão de vestir.
Porventura não vale mais a vida do que o alimento, e o corpo mais do que
o vestido?” [...] “Porque vocês se
inqueitam com o vestido? Considerem como crescem os lírios do campo: não
trabalham nem fiam. Digo a vocês, todavia, que nem Salomão, em toda a sua
glória, se vestiu como um deles. Se pois Deus veste assim uma erva do campo que
hoje existe, e amanhã é lançada no
forno, quanto mais a vocês, homens de pouca fé.
Não se aflijem pois, dizendo: “Que comeremos? que beberemos? Com que nos
vestiremos?” Os gentios é que procuram todas essas coisas. O Pai de vocês sabe se covês têm necessidade de todas elas.” (Mt 6,25.28-32).
É o próprio
Senhor Jesus quem nos chama a atenção para essas comparações da natureza e a
despreocupação que devemos ter como as aves do céu sobre o que havemos de comer
ou nos vestir, porque, para o Pai Celeste nós valemos muito mais do que
qualquer animal ou ave ou inseto e, se o Pai os sustenta, será que nos
abandonaria à nossa própria sorte? Se o Pai Celeste faz tudo isso para o menor
dos menores e para o humilde dos mais humildes insetos, que não fará por nós
que fomos criados por ele à sua própria imagem e semelhança?
E o Senhor
Jesus continua a nos chamar a atenção sobre o grande amor que Deus Pai tem por
todos e por cada um de nós em particular e nos dá a chave de como podemos abrir
e sensibilizar o coração de Deus Pai e conseguirmos dele tudo o que
necessitamos para uma vida feliz, nos dizendo: “Busquem, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e
todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo.” (Mt 6,33).
Se
entendêssemos verdadeiramente isso todos seríamos mais felizes; os homens
seriam mais felizes que as aves do céu e se vestiriam mais majestosamente que
os lírios do campo que “...nem Salomão,
em toda a sua glória, se vestiu como um deles.” (Mt 6,29).
Se
entendêssemos realmente isso, tudo seria repartido fraternalmente, não faltaria
alimento em nenhuma mesa, não se jogaria alimentos fora e nem os queimaria para
valorizar mais o seu preço no mercado em detrimento dos necessitados, e não
haveria ninguém morrendo à mingua em parte alguma do globo.
O Evangelho
de Jesus Cristo ainda não alcançou e nem tocou o coração de todos os homens e,
interessante, todos se dizem cristãos.
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