VENHAM A MIM TODOS VOCÊS QUE ESTÃO CANSADOS
“Então levantou-se uma grande tormenta de
vento, e as ondas lançavam-se sobre a barca, de sorte que ela se enchia. Jesus
estava dormindo na popa, sobre um travesseiro; então eles acordaram-no e disseram-lhe:
Mestre, não te dá que pereçamos? Ele levantando-se, ameaçou o vento e disse
para o mar: Cala-te, emudece. O vento amainou e seguiu-se uma grande bonança” (Mc
4,37-39).
Assim é a nossa
vida. Nossa vida às vezes é calma como a
brisa que sopra fresca pela manhã; é tranquila como as pequenas ondas
refrescantes de um lago sereno que mansamente se desfazem na praia. Quando a
nossa vida está assim tudo é normal, nem nos lembramos do Senhor Jesus, não o invocamos,
não conversamos com ele e, por isso, o Senhor Jesus dorme tranquilo no fundo do
nosso barco, descansa no vai-e-vem de nossa vida, embalado pela nossa frieza e
pelo nosso pouco caso às coisas do alto.
Afinal das contas, se a nossa vida está tranquila como um mar sereno, porque
haveríamos de precisar do Senhor Jesus?
Mas, para nos
lembrarmos dele, haveria necessidade de isso acontecer só quando temos
problemas? É somente para isso que ele serve? O Senhor Jesus é amigo somente
quando enfrentamos horas difíceis? O verdadeiro amigo é também para as horas
difíceis mas seria muita ingratidão de nossa parte esquecê-lo nos momentos
alegres, nos dias de festa, como costumeiramente fazemos.
Nem sempre a nossa vida é só festa. De vez em
quando o vento dos grandes problemas sopra forte e o mar da nossa vida começa a
ficar violento e as ondas da desconfiança, da incompreensão, da falta de amor,
do desespero, ameaçam acabar com tudo. E o Senhor Jesus continua dormindo no
fundo do nosso barco.
Problemas de
doença, problemas no trabalho, problemas familiares, problemas financeiros, e o
vento começa a soprar forte e as águas da vida começam a erguer ondas violentas
e ameaçadoras, e a tempestade surge, e, de repente, está violenta.
E nós, pela
nossa falta de fé ficamos desesperados, fazemos de tudo para acertar as coisas
mas a tempestade continua violenta e o Senhor Jesus, para desespero nosso,
dorme tranquilamente, como um santo, como uma criança, no fundo do nosso barco;
parece ausente de nossa vida...
Chega uma hora
que não suportamos mais, parece que vamos submergir, que o nosso barco não vai
suportar tanta violência que os problemas nos trazem e, a partir dai, mais por
desespero do que por confiança notamos a presença do Senhor Jesus ali, bem
perto de nós, ainda que dormindo, descansando no fundo do nosso barco. Ai
corremos até ele, mais com medo do que com fé, mais por desespero do que por
esperança e lhe suplicamos, como fizeram os seus discípulos: “Senhor, ajude-me,
eu não suporto mais...”. E ai nos lembramos do que ele nos disse, cheio de
ternura e disponibilidade: “Venham a mim
todos vocês que estão cansados sob o peso de vosso fardo e eu lhes darei
descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e
humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas, pois o meu
jugo é suave e o meu peso é leve.” (Mt11,28-30).
Quando nos
conscientizamos disso, o Senhor Jesus acorda, se levanta, encara o vento forte
de nossas dificuldades, olha para as gigantescas ondas do mar dos problemas do
nosso dia-a-dia e ordena: “Cala-te, emudece.” (Mt 4,39), e tudo
volta à sua normalidade.
O problema
nosso é que deixamos o Senhor Jesus dormir demais em nossas vidas... Não podemos deixá-lo
dormir. Devemos estar sempre conversando com ele, pedindo, agradecendo, orando,
cobrando, para que ele se mantenha sempre acordado e assim, com certeza, o
vento das contradições e o mar dos nossos problemas jamais ameaçarão afundar o
nosso barco; mas, mesmo que isso possa acontecer, não tenhamos dúvidas, o
Senhor Jesus estará acordado e, antes que lhe peçamos, tomará para si o leme do
barco, empunhará os remos e “Nos
conduzirá para as águas tranqüilas e restaurará as nossas forças; ele nos
guiará por caminhos justos, por causa de seu nome. Ainda que caminhemos por um vale tenebroso, nenhum mal temeremos, pois
ele estará junto a nós...” (Salmo 23 (22), 2-4).
“Yahweh é meu pastor, nada me falta. em
verdes pastagens me faz repousar. Para as águas tranquilas me conduz e restaura
minhas forças; ele me guia por caminhos justos, por causa de seu nome. Ainda
que eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei, pois estás junto a
mim; teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo. diante de mim preparas uma
mesa, à frente dos meus opressores; unges minha cabeça com óleo, e minha taça
transborda. Sim, felicidade e amor me seguirão todos os dias de minha vida; minha
morada é a casa de Yahweh por dias sem fim.” (Sl 23 (22), 1-6).
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