NATAL ...
Estamos no
Natal.
Enfeites nas vitrines do comércio, nas portas das residências;
propagandas de produtos nos jornais, rádio e televisão sugerindo bens de
consumo, presentes, roupas, enfim, renovação de tudo o que consumimos.
Quantos
julgam que o Natal exige roupas novas, enfeites em todas as partes, dar e
receber presentes...
De fato, o Natal exige coisas novas, muitas coisas que não
se resumem em roupas ou presentes; o Natal exige muitos enfeites, mas não os
das vitrines ou portas de residências.
Esses enfeites deveriam ser e retratar a
beleza interior do nosso espírito que deveria estar se preparando cristãmente
para o Natal do Senhor.
Natal é coisa sempre nova; quem o vive em seu
verdadeiro espírito, não envelhece jamais: é sempre criança. Natal, quando
cristãmente vivido, nos faz sentir jovens, nos dá energia para começar tudo de
novo, vontade nova, nos preparando para a vida que o Menino do Natal veio nos
trazer.
Os enfeites e roupas deveriam ser a exteriorização do nosso desejo de
renascer para as coisas do alto. O importante é a realidade interior.
O
importante é o que está dentro de nós e nos apresentarmos para o Natal de Jesus
Cristo com uma alma renovada e enfeitada de valores cristãos.
O Natal
verdadeiramente cristão é a comemoração da vinda do Filho de Deus que “se fez homem e veio habitar entre nós”;
é a festa do nascimento de Jesus Cristo que veio a este mundo para libertar o
homem do pecado, da opressão do próprio homem e transformar a todos que
aderiram à sua doutrina em Filhos de Deus e herdeiros do Reino que não se acaba
mais.
Natal é a festa dos filhos de Deus que os homens tomaram para si e a
transformaram em festa de orgia, de ostentação, de presentes, e, no lugar do
Menino Deus, que deveria nascer em todos os corações, colocaram a figura
ridícula de um homem barbudo que não é do nosso meio, do nosso tempo nem do
nosso clima.
E o Natal chegou... Dia do
aniversário do nascimento de Jesus Cristo. Comemoramos
o dia do nascimento de alguém que, “sendo
Deus, quis se tornar homem para que todos os homens se tornassem filhos de
Deus.”
Natal é época de pararmos um pouco, refletir sobre onde a mensagem
de Jesus Cristo atingiu a humanidade, os povos, as nações, enfim, os nossos
corações. Cristo pregou e viveu o amor, os homens promovem a guerra e semeiam o
ódio; Cristo ensinou o perdão e, para deixar claro como o pratica, perdoou até
os que o pregaram em uma cruz e o mataram; os homens se agridem e se matam;
Jesus Cristo ensinou a todos o caminho que leva à casa do Pai; os homens
preferem pegar os atalhos dos prazeres facilidades e riquezas deste mundo.
Jesus Cristo morreu por amor; os homens se matam por ódio...
Dois mil anos após
a morte de Jesus os homens não modificaram muito. Ninguém quis dar lugar em
nenhuma casa de Belém para que a Virgem Mãe se acomodasse e desse à luz o Filho
de Deus; hoje, ninguém acolhe em sua casa um filho de Deus pobre e necessitado,
para quem este Natal não será diferente dos outros dias: passará fome... não
terá o que comer...
Natal deveria ser um dia de alegria, de dar e receber...
amor!!! Mas quantos pais e mães passarão o dia de Natal amargurados por
constatar seus filhos tristes e desiludidos por verem os filhos dos vizinhos
com presentes novos e eles, os pais, por estarem desempregados ou por receberem
um salário não condizente com a dignidade humana, não terem condições de
presentearem seus filhos e, muito menos, promover uma refeição digna, à altura
do dia que se comemora...
No dia de seu nascimento, Jesus Cristo passou necessidades,
fome e frio, e fazemos desta data um motivo a mais para festejarmos o estômago,
nos esquecendo do verdadeiro sentido do
Natal e das mensagens de amor que recebemos de Jesus Cristo.
É Natal; está
certo. É um dia de alegria, mas de alegria cristã. Vamos comemorar. Mas não
vamos nos esquecer daqueles de estômagos vazios, desempregados ou que recebem
um salário pouco digno para sustentar sua família; não vamos nos esquecer dos
injustiçados, oprimidos, dos que não tem voz e nem vez..
Você, patrão, está tranquilo
neste Natal? O seu empregado, com o salário que recebe, tem uma vida digna de
filho de Deus? O Natal, para o seu
empregado, será um dia de alegria, ou um dia de lágrimas ocasionadas pelo
salário que recebe?
Natal é o aniversário de Jesus Cristo. Quantos vamos
comemorar essa efeméride tal qual ela aconteceu, ou seja, continuamos a não
ofertar um cantinho dentro da nossa casa, para que ele nascesse sob o teto de
um lar aconchegante; quantos deixamos de abrir o coração para que Jesus Cristo
nele penetre, nasça e nos traga vida nova...
Natal é a festa do amor, do
perdão, da aceitação, do acolhimento... Não deixemos o Cristo do lado de fora
de nossa casa, e o Cristo é aquele irmão que você conhece e que necessita de
sua palavra amiga, do seu conforto, da sua presença, do seu amor, do seu apoio,
do seu incentivo, do seu tapinha nas costas...
Se assim for,
o Natal será verdadeiramente uma festa cristã...
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