quarta-feira, 23 de março de 2016

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS


E as autoridades de Jerusalém condenaram Jesus. 
É muito cômodo para nós dizermos que foram os judeus que condenaram Jesus à morte, quando na verdade fomos todos nós, pelos nossos crimes e pecados que condenamos Jesus a tão terrível suplício. 
Mas, para as autoridades da época, não era possível deixar vivo aquele homem, que mexia tanto com as multidões. 
Aquele homem denunciava todas as falsidades e as autoridades da época estavam por demais comprometidas para deixá-lo em paz. E Maria era a Mãe daquele homem perseguido e injustiçado. 
Maria viveu com Jesus a sua paixão e as suas torturas. Maria presenciou todos os momentos de angústia, de terror, de dor de seu Divino Filho, ainda que não fisicamente, mas muito mais espiritualmente. 
E assim Maria viu o seu Filho ser coroado de espinhos, levar bofetadas dos soldados, escarros no rosto, apanhar de açoites, carregar uma pesada cruz, ser pregado nessa mesma cruz e ser levantado  no alto de uma colina no meio de dois ladrões, ser insultado pelos soldados e pelos chefes do povo, perdoar os seus carrascos que “não sabiam o que faziam”, morrer entregando nas mãos de Deus o seu espírito. Maria presenciou tudo aquilo como já havia visto e guardado em seu coração tudo o que já havia acontecido em sua vida, desde o nascimento e infância de Jesus.
      Maria bebeu o cálice com Jesus: o cálice do sofrimento, o cálice das dores, o cálice da amargura, o cálice das injustiças dos homens, o cálice das ingratidões.
A Mãe, aquela que foi instrumento nas mãos de Deus para trazer Jesus ao mundo, participa com Jesus da sua paixão e morte,  bebe com ele do cálice das amarguras. 
E João, o Evangelista, o apóstolo amado de Jesus, narra assim aquele momento crucial: “Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas e Maria Madalena. Vendo sua mãe, e perto dela  o discípulo a quem amava, disse Jesus à sua mãe; “Mulher, eis aí o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis ai a tua mãe.” E desde aquela hora o discípulo recebeu a mãe de Jesus em sua casa.” (Jo 19, 23-27). 
Jesus, na pessoa do Apóstolo João, passa para todos nós os seus direitos de “filho”. Maria, a partir daquele momento, passa a ser a nossa mãe. 
Na hora do sofrimento maior Jesus delicadamente se lembra de Maria, e encarrega João para que cuidasse dela. E faz de Maria a mãe de todos os homens, ali representados por João. Quando uma mulher vai dar à luz seu filho, sofre dores e chora. 
Nesse momento Maria participa  como a “mãe” do doloroso parto da criação “grávida de Cristo”. Jesus Cristo, o Salvador “nasce” através dessa morte para a salvação do mundo, e Maria é a sua mãe. Depois da morte vem a vida. Ao assumir, aos pés da cruz, a maternidade espiritual dos homens, Maria assume a maternidade da Igreja nascente. Maria, mãe da Igreja, isto é, mãe de todo o povo de Deus, fieis e pastores, como disse o Papa Paulo VI. (abertura do Concílio Vaticano II, na encíclica Lumem Gentius). 
Mas essa distinção de Maria não a coloca  fora da Igreja. Quando Maria tinha Jesus no seu seio, ela era a “Igreja, e toda a Igreja estava nela contida”. 
Quando Maria acolheu Jesus no seu seio virginal, ela está sendo o exemplo  vivo de todos aqueles que a acolheriam  mais tarde, e hoje, em Maria glorificada no céu em corpo e alma, tem-se a imagem e o começo da Igreja que deverá ser consumada no tempo futuro. 
Maria é a mãe da Igreja especialmente quando está presente entre os apóstolos na vinda do Espírito Santo e pela sua assunção aos céus Maria atinge a maturidade total diante do Senhor. 
Maria bebeu do cálice  que Jesus bebeu na sua paixão e morte e por isso ela é elevada acima de todos os santos, de todos os anjos e de todas as criaturas e tanto no céu como na terra Maria é honrada e venerada como a Mãe do Filho de Deus e a Mãe da Igreja de Jesus Cristo.

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