segunda-feira, 9 de maio de 2016

NHÁ CHICA DE BAEPENDI

BEM-AVENTURADA NHÁ CHICA

 
NHÁ CHICA DE BAEPENDI

O Decreto da Beatificação de Nhá Chica foi promulgado pelo Santo Papa Bento XVI e a cerimônia oficial aconteceu no dia 04 de maio de 2013, em Baependi, Estado de Minas Gerais.

PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO
Francisca de Paula de Jesus - Nhá Chica – foi beatificada em 04 de maio de 2013 na cidade de Baependi, Minas Gerais, uma vez que o Santo Papa Bento XVI, já havia, na manhã da sexta-feira, dia 14 de janeiro de 2011, aprovado as suas virtudes heróicas e a reconhecido como Venerável nessa data. 
Ainda em vida Nhá Chica passou a ser aclamada pelo povo como 'a Santa de Baependi', por sua fé e clarividência. Já foi Serva de Deus, título que recebeu oficialmente da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano, em 1991. 
A causa de canonização de Nhá Chica estava sendo aguardando desde 2007 o anúncio de sua beatificação. A grande graça atribuída a Nhá Chica refere-se a professora Ana Lúcia Meirelles Leite, moradora de Caxambu, Minas Gerais. 
A professora e dona de casa foi curada de um problema congênito muito grave no coração, sem precisar passar por cirurgia, apenas pelas orações de Nhá Chica.
            O fato se deu em 1995. A graça foi aceita pelo Vaticano. 
O início da campanha pela canonização se deu pela primeira vez em 1952. Depois de alguns anos uma nova instalação da Comissão em prol da Beatificação teve início em 1989 e depois foi instalada em definitivo em 14 de janeiro de 1992. Mas em 1991, Nhá Chica já tinha recebido da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano o título de Serva de Deus. 
O Processo Informativo Diocesano começou em 16 de julho de 1993, tendo sido encerrado em 1995, quando foi para Roma. 
O Relator deste processo foi o Pe. José Luís Gutiérrez. A causa então ficou parada até 1998, quando assumiram como Postulador Frei Paolo Lombardo (ofm) e como vice-postuladora Ir. Célia Cadorin (ciic). Atualmente o Postulador é Dr. Paollo Villotta. 
Em 18 de junho de 1998 foi feito o reconhecimento dos restos mortais de Nhá Chica, na presença de autoridades eclesiásticas, de membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e médicos legistas. 
Ainda em 1998, o Tribunal Eclesiástico Pela causa de beatificação de Nhá Chica apresentou à Diocese de Campanha um provável milagre para ser enviado e analisado pelo Vaticano. A publicação da 'Positio', documento que reúne todos os dados e testemunhos recolhidos durante a fase Diocesana, corresponde à primeira etapa do processo de beatificação e aconteceu no dia 30 de outubro de 2001. 
O documento seguiu para o Vaticano para ser apreciado pela Congregação das Causas dos Santos. 
Em 30 de abril de 2004, os religiosos brasileiros, reunidos na 42ª Assembléia Geral de Bispos do Brasil (CNBB), assinaram um documento pedindo pela beatificação de Nhá Chica. O documento que reuniu 204 assinaturas de Bispos de 25 estados brasileiros foi encaminhado pela Diocese de Campanha ao então Papa João Paulo II.  
No dia 8 de junho de 2010, no Vaticano, deram parecer favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica, e no dia 14 de janeiro de 2011, Papa Bento XVI aprovou as suas virtudes heroicas: castidade, obediência, fé, pobreza, esperança, caridade, fortaleza, prudência, temperança, justiça e humildade. 
Este foi mais um passo em direção à beatificação. Em 14 de outubro de 2011 o Milagre é reconhecido. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos analisou o milagre ocorrido por intercessão da Venerável Nhá Chica em favor da senhora Ana Lúcia. Todos os 07 médicos deram voto favorável: a cura não tem explicação científica. 
O Estudo do Milagre pela comissão de Cardeais da Santa Sé aconteceu em 5 de junho de 2012. O Santo Papa Bento XVI promulgou o Decreto da Beatificação de Nhá Chica, sendo que a cerimônia oficial aconteceu no dia 04 de maio de 2013, em Baependi (MG).

HISTÓRIA DA BEM-AVENTURADA NHA CHICA
Ainda pequena Francisca de Paula de Jesus, que nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes em São João Del Rey, Minas Gerais, chegou em Baependi, Minas Gerais. 
Estava acompanhada por sua mãe, uma ex-escrava e por seu irmão Teotônio. Com eles, poucos pertences e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Em 1818, com apenas 10 anos de idade, Nhá Chica perdeu a mãe que faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças, 
Francisca Paula de Jesus e seu irmão, então com 12 anos. Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. 
Esta, a chamava carinhosamente de "Minha Sinhá" que quer dizer: "Minha Senhora", e nada fazia sem primeiro consultá-la. Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade a todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. 
Se dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócio. 
Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa", todavia em resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu com tranquilidade: "... É porque eu rezo com fé". 
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. 
A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às três horas da tarde intensificava suas orações e mantinha uma particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga. Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. 
Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. 
Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga Capela. 
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. 
Hoje a "Associação Beneficente Nhá Chica" (ABNC) acolhe mais de 160 crianças entre meninas e meninos. Ao longo dos anos, a "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição" que acolhe Peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. 
Atualmente, no "Registro de graças do Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intermédio de Nhá Chica. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. 
As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo. 
Os restos mortais de Nhá Chica se encontram hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por uma urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são venerados pelos fiéis. 

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