SANTA
JOANA D'ARC - 1412-1431
Filha de
Jaques d'Arc e Isabel, camponeses muito pobres, Joana nasceu em Domrémy, na
região francesa de Lorena, em 6 de janeiro de 1412.
Cresceu no meio rural,
piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome utilizando uma simples, mas
significativa, cruz. Significativa porque já aos treze anos começou a viver
experiências místicas.
Ouvia as "vozes" do arcanjo Miguel, das santas
Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma
importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela.
Os pais, no
início, não deram importância, depois acharam que estava louca e por fim
acreditaram, mas temeram por Joana.
A França vivia a Guerra dos Cem Anos com a
Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com o
rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o
trono.
As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores,
reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII,
para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França.
A
ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de
que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente
com o rei deposto.
Conseguiu aos dezoito anos de idade. Carlos VII só concordou
em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si
o sinal de Deus.
Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na
verdade eram segredos militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser
ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço,
empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os nomes de Jesus e Maria
nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus.
E o que
aconteceu na batalha que teve aquela figura feminina, jovem e mística, que nada
entendia de táticas ou estratégias militares, à frente dos soldados, foi
inenarrável.
Os franceses sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses,
livrando o país da submissão. Carlos VII foi, então, coroado na catedral de
Reims, como era tradição na realeza francesa.
A luta pela reconquista demorara
cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei
exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris.
Ela
obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses, que
decidiram julgá-la por heresia.
Num processo religioso grotesco, completamente
ilegal, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e
herética". Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e
Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado
Vermelho, em Rouen.
Não fossem os fatos devidamente conhecidos e comprovados,
seria difícil crer na existência dessa jovem mártir, que sacrificou sua vida
pela libertação de sua pátria e de seu povo.
Vinte anos depois, o processo foi
revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça e a reabilitou. Joana
d'Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da
França.
O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de
santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário