SÃO
SIMÃO STOCK – O VIDENTE DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Simão nasceu
em 1165, no castelo da família em Kent, Inglaterra. O seu pai era governador
local, e tinha parentesco com a casa real do seu país. A família, cristã e pia,
proporcionou-lhe uma formação intelectual e religiosa aprimorada.
Aluno
aplicado e inteligente, freqüentou o colégio de Oxford desde os sete anos de
idade. Mesmo sendo conduzido para uma carreira que trouxesse glórias terrenas,
o que Simão desejava era poder seguir a vida religiosa: para servir a Deus,
para a glória de Deus.
Aos doze anos, deixou o castelo paterno para viver como
eremita. Retirou-se para o interior da floresta perto de Oxford, e nela viveu
sua existência consagrada ao Senhor.
A morada escolhida era o velho tronco oco
de um carvalho. Logo essa notícia se empalhou e o estranho monge passou a ser
chamado de Simão "Stock". Assim ele viveu por vinte anos, empenhado
na contemplação, na oração e penitência.
Certa noite, sonhou com Nossa Senhora,
que lhe dizia para juntar-se aos monges vindos do mosteiro de Monte Carmelo.
A
Ordem dos Carmelitas é uma das mais antigas e a primeira criada em homenagem a
Maria naquele mosteiro na Palestina. Mesmo não entendendo direito o sonho,
Simão obedeceu a Maria.
Voltou para o castelo e aos estudos, formou-se em
teologia e recebeu as sagradas ordens. Enquanto aguardava a chegada dos monges,
percorria as aldeias visitando pobres e doentes, e evangelizando. Em 1213, os
carmelitas chegaram à Inglaterra. Simão pôde, finalmente, receber o hábito da
Ordem.
Após dois anos, por seu mérito e virtudes, foi nomeado coadjutor na
direção da Ordem. E finalmente, em 1216, ocupou o cargo de vigário-geral de
todas as províncias européias.
Era o período dos mais delicados para esses
monges, pois eram perseguidos por outras ordens, e a dos carmelitas quase foi
extinta. Diante das circunstâncias, Simão Stock, então prior-geral, enviou
delegados ao papa Honório III para informá-lo da situação crucial, e pedir sua
proteção. Ao mesmo tempo, convidou todos os carmelitas a rezarem pedindo ajuda
a Maria para a Ordem que lhe foi dedicada, até que viesse a resposta de Roma.
Primeiro veio a resposta da Santíssima Virgem. Simão estava em profunda oração contemplativa
quando viu aparecer a Mãe de Deus, cercada de anjos, que lhe mostrou o santo
escapulário da Ordem, dizendo-lhe: "Este será o privilégio para ti e todos
os carmelitas; quem morrer vestindo-o, se salvará".
Mandou distribuí-lo
aos monges da Ordem para tranqüilizá-los. Segundo a tradição, a aparição
ocorreu no dia 16 de julho de 1251.
Depois chegou a decisão do papa Inocêncio,
por meio de uma mensagem datada de 13 de janeiro de 1252, entregue a ele pelos
representantes que voltaram. Nela, o sumo pontífice informava que declarava a
existência legal da Ordem dos Carmelitas e autorizava a continuar a criação dos
seus mosteiros na Europa.
Foi assim que Simão agiu, inclusive promovendo a
mudança estrutural da Ordem, que passou da vida monástica eremítica oriental,
para aquela seguida no Ocidente, dos mendicantes ou apostólicos. A devoção ao
escapulário se difundiu rapidamente à cristandade toda, do Ocidente ao Oriente,
como um sinal da proteção maternal de Maria e do próprio empenho de seguir
Jesus como sua Santíssima Mãe.
Simão morreu, com quase cem anos, em 16 de maio
de 1265, no mosteiro de Bordeaux, na França, onde foi enterrado. A festa a são
Simão Stock é celebrada, no dia 16 de maio, desde 1524, culto que a Igreja
depois confirmou e incluiu no seu calendário litúrgico.
Neste dia são
celebrados, também: Santo Ubaldo, São João Nepomuceno, Santo Honorato, Santo
André Bobola, Santo Audas da Pérsia (bispo e mártir), São Brendano, o Viajante
(abade), São Fidolo de Aumont (abade), Santo Hilário de Pavia (bispo), Santo
Honório de Amiens (bispo).
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