segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O NASCIMENTO DE JESUS

O NASCIMENTO DE JESUS

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Nove meses depois da visita do Anjo Gabriel a Maria, na cidade de Nazaré, na Galiléia, conforme nos narram as Sagradas Escrituras, Jesus nasceu numa gruta de Belém. Hoje, para lembrar esse acontecimento, o povo faz festas bonitas e presépios lindos. E isso é bom porque o povo está se lembrando do nascimento de Jesus Cristo.
Mas, convém que nos lembremos que o presépio real onde Jesus Cristo foi depositado depois de haver nascido não era nem um pouquinho bonito. Pelo contrário, era até chocante, sem conforto e sem condições  de recepcionar qualquer ser humano que estivesse nascendo, muito menos o Filho de Deus que se fazia homem, para que todos os homens se tornassem filhos de Deus.         Mas, porque Jesus Cristo estava nascendo ali, naquelas condições. A ordem do imperador, vinda de Roma, era clara; todos tinham de inscrever-se  na cidade, no cartório da cidade onde nasceram (cf Lc 2, 1-3). Era o jeito de contar quantas pessoas existiam na Judeia, naquele tempo.

Por isso José com Maria saíram da cidade de Nazaré e viajaram para Belém , sua terra Natal, e Maria estava grávida de mais de oito meses. A viagem era longa, e da cidade de Nazaré até a cidade de Belém a distância era de mais de cento e trinta quilômetros, e as estradas eram difíceis e perigosas. Quando José e Maria chegaram em Belém, a cidade estava cheia de gente de fora e, por isso, não encontraram lugar  para se acomodarem nos hotéis e hospedarias da cidade ( cf Lc 2, 7).  Ou tudo já estava realmente lotado, ou os donos dos hotéis e hospedarias não queriam oferecer hospedagem para aquele casal que aparentava ser muito pobre. Maria não estava bem. José precisava encontrar  um lugar para que ela pudesse descansar dos incômodos da longa viagem e, principalmente pelo seu estado de gravides que já estava chegando ao seu final.
Na rua eles não poderiam ficar. Foram, então, para um dos abrigos de animais, um pouco afastado da cidade, e foi ali que Maria deu à luz; e foi ali que Jesus nasceu. Quando hoje uma moça, uma mulher tem o seu primeiro filho, sua mãe está ali, do seu lado, para ajudá-la, para apoiá-la.               Em Belém, com Maria, quando nasceu o seu primeiro filho, primeiro e único, não estava ninguém. A família de Maria estava longe, lá na cidade de Nazaré, a mais de cento e trinta quilômetros de distância.
            O menino nasceu  e foi enrolado em alguns panos e deitado num cocho, onde os animais comiam, e em cima de uns feixes de capim. Os pastores das arredondezas foram os primeiros a lhe fazerem uma visita. (Cf Lc 2, 7-8). Não apareceu, para visitar o recém-nascido nenhuma pessoa de importância do local.      Só gente pobre, pobre mesmo. Tudo ali era pobre: o casal de pais, o local onde eles estavam hospedados, os primeiros visitantes, tudo pobre. 
Os ricos, poderosos, os governantes, os doutores da lei nem tomaram conhecimento  do nascimento de Jesus e das maravilhas que o Senhor havia operado pelo acontecimento.
Será que caberia na cabeça deles que Jesus, o Filho de Deus, o Messias prometido, o Rei dos Reis, teria nascido em uma grita de Belém e estava deitado num cocho de animais? Talvez eles julgassem que isso fosse uma piada, e uma piada de muito mal gosto. Onde se viu, acreditar que Deus tivesse realizado a sua promessa com aquela moça pobre de Nazaré sem ter falado com eles, sem ter pedido a opinião deles, eles que eram os doutores da lei e que entendiam tudo, e que, aquele menino, deitado no cocho de animais em um curral  fosse o Messias esperado a tanto tempo e que viria para salvar o povo judeu da opressão dos estrangeiros, conforme pensavam eles?       
Os entendidos, os poderosos, os ricos, os doutores da lei jamais poderiam aceitar isso.  Mas que absurdo. Só mesmo os ignorantes, os pobres, os humildes, os simples de coração, os pequenos, conseguem levar a sério uma notícia tão absurda e acreditar nela. E tudo o que estava acontecendo já havia sido profetizado, constava das Sagradas Escrituras.
Os doutores da lei sabiam disso, mas, onde já se viu: Deus nascer no meio dos pobres, escolher os pobres para visitá-lo no dia do seu nascimento, chamar os ignorantes para anunciar que a salvação havia chegado, sendo que ele poderia ter nascido, ou no palácio de Herodes, ou no palácio do governador de Jerusalém, ou em qualquer outro palácio que quisesse nascer, com todas as honrarias, com todos os confortos; porque escolheu nascer assim?  Isso jamais coube na cabeça dos grandes, dos ricos e dos poderosos. Hoje eles aceitam porque já é um fato consumado, mas continuam não entendendo o porque Deus preferiu os pobres para conviver e chamá-los para o seu reino; porque preferiu os pobres se o poder terreno está nas mãos dos ricos e poderosos?

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