SANTA
EDITH STEIN OU TEREZA BENEDITA DA CRUZ - 1891-1942
Edith Stein
nasceu na cidade de Breslau, Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma
próspera família de judeus. Aos dois anos, ficou órfã do pai.
A mãe e os
irmãos mantiveram a situação financeira estável e a educaram dentro da religião
judaica. Desde menina, Edith era brilhante nos estudos e mostrou forte
determinação, caráter inabalável e muita obstinação.
Na
adolescência, viveu uma crise: abandonou a escola, as práticas religiosas e a
crença consciente em
Deus. Depois , terminou os estudos com graduação máxima,
recebendo o título de doutora em fenomenologia, em 1916.
A Alemanha só
concedeu esse título a doze mulheres na última metade do século XX. Em 1921,
ela leu a autobiografia de santa Teresa d'Ávila.
Tocada pela
luz da fé, converteu-se e foi batizada em 1922. Mas a mãe e os irmãos nunca
compreenderam ou aceitaram sua adesão ao catolicismo.
A exceção foi
sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada no seio da Igreja, após a morte
da mãe, em 1936. Edith Stein começou a servir a Deus com seus talentos
acadêmicos. Lecionou numa escola dominicana, foi conferencista em instituições
católicas e finalizou como catedrática numa universidade alemã.
Em 1933,
chegavam ao poder: Hitler e o partido nazista. Todos os professores não-arianos
foram demitidos. Por recusar-se a sair do país, os superiores da Ordem do
Carmelo a aceitaram como noviça.
Em 1934, tomou
o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz.
A sua família
não compareceu à cerimônia. Quatro anos depois, realizou sua profissão solene e
perpétua, recebendo o definitivo hábito marrom das carmelitas. A perseguição
nazista aos judeus alemães intensificou-se e Edith foi transferida para o
Carmelo de Echt, na Holanda.
Um ano depois,
sua irmã Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo holandês, pois desejava seguir
a vida religiosa.
Foi aceita no
convento, mas permaneceu como irmã leiga carmelita, não podendo professar os
votos religiosos. O momento era desfavorável aos judeus, mesmo para os
convertidos cristãos.
A Segunda
Guerra Mundial começou e a expansão nazista alastrou-se pela Europa e pelo
mundo. A Holanda foi invadida e anexada ao Reich Alemão em 1941.
A família de
Edith Stein dispersou-se, alguns emigraram e outros desapareceram nos campos de
concentração. Os superiores do Carmelo de Echt tentaram transferir Edith e Rosa
para um outro, na Suíça, mas as autoridades civis de lá não facilitaram e a
burocracia arrastou-se indefinidamente.
Em julho de
1942, publicamente, os bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os
nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja
Católica local e revidou. Em agosto, dois oficiais nazistas levaram Edith e sua
irmã do Carmelo de Echt.
No mesmo dia,
outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os
campos de concentração, como represália do regime nazista à mensagem dos bispos
holandeses.
As duas irmãs
foram levadas em um comboio de carga, junto com outras centenas de judeus e
dezenas de convertidos, ao norte da Holanda, para o campo de Westerbork.
Lá, Edith
Stein, ou a "freira alemã", como a identificaram os sobreviventes,
diferenciou-se muito dos outros prisioneiros que se entregaram ao desespero,
lamentações ou prostração total. Ela procurava consolar os mais aflitos,
levantar o ânimo dos abatidos e cuidar, do melhor modo possível, das crianças.
Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a
vontade de Deus, seu intenso sofrimento, e dos demais.
No dia 7 de
agosto de 1942, Edith Stein, Rosa e centenas de homens, mulheres e crianças
foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Dois dias
depois, em 9 de agosto, foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos
queimados. A irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em
1998, pelo papa João Paulo II, que indicou sua festa para o dia de sua morte.
A solenidade
contou com a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da
Alemanha e da Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração
que a conheceram e de vários membros da família Stein.
No ano
seguinte, o mesmo sumo pontífice declarou santa Edith Stein, "co-Padroeira
da Europa", junto com santa Brígida e santa Catarina de Sena.
São
comemorados também, no dia de hoje: Santos Fermo e Rústico (mártires), São
Nateu, São Domiciano de Lião (abade), São Marceliano (mártir), São Marciano
(mártir), São Maurílio de Rouen (monge e bispo), São Numídio de Cartago
(presbítero).
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