09 DE
JUNHO
BEM-AVENTURADO
JOSÉ DE ANCHIETA - 1534-1597
José de Anchieta nasceu no dia 19
de março de 1534, na cidade de São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, do
arquipélago das Canárias, Espanha. Foi educado na ilha até os quatorze anos de
idade. Depois, seus pais, descendentes de nobres, decidiram que ele continuaria
sua formação na Universidade de Coimbra, em Portugal. Era um
jovem inteligente, alegre, estimado e querido por todos. Exímio escritor,
sempre se confessou influenciado pelos escritos de são Francisco Xavier. Amava
a poesia e mais ainda, gostava de declamar. Por causa da voz doce e melodiosa,
era chamado pelos companheiros de "canarinho". Mas também tinha forte
inclinação para a solidão. Tinha o hábito de recolher-se na sua cela ou de
retirar-se para um local ermo a fim de dedicar-se à oração e à contemplação.
Certa vez, isolou-se na catedral de Coimbra e, quando rezava no altar de Nossa
Senhora, compreendeu a missão que o aguardava.
Naquele mesmo instante, sentiu o
chamado para dedicar sua vida ao serviço de Deus. Tinha dezessete anos e fez o
voto de consagrar-se à Virgem Maria. Ingressou na Companhia de Jesus e, quando
se tornou jesuíta, seguiu para o Brasil, em 1553, como missionário. Chegou na
Bahia junto com mais seis jesuítas, todos doentes, inclusive ele, que nunca
mais se recuperou. Em 1554, chegou à capitania de São Vicente, onde, junto com
o provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, fundou, no planalto de
Piratininga, aquela que seria a cidade de São Paulo, a maior da América do Sul.
No local foi instalado um colégio e seu trabalho missionário começou. José de
Anchieta não apenas catequizava os índios. Dava condições para que se
adaptassem à chegada dos colonizadores, fortalecendo, assim, a resistência
cultural. Foi o primeiro a escrever uma "gramática tupi-guarani",
mas, ao mesmo tempo, ensinava aos silvícolas noções de higiene, medicina,
música e literatura. Por outro lado, fazia questão de aprender com eles,
desenvolvendo diversos estudos da fauna, da flora e do idioma. Anchieta era
também um poeta, além de escritor. É célebre o dia em que, estando sem papel e
lápis à mão, escreveu nas areias da praia o célebre "Poema à Virgem",
que decorou antes que o mar apagasse seus versos. A profundidade do seu
trabalho missionário, de toda a sua vida dedicada ao bem do próximo aqui no
Brasil, foi exclusivamente em favor do futuro e da sobrevivência dos índios, bem
como para preservar sua influência na cultura geral de um novo povo. Com a
morte do padre Manoel da Nóbrega em 1567, o cargo de provincial do Brasil
passou a ser ocupado pelo padre José de Anchieta. Neste posto mais alto da
Companhia de Jesus, viajou por todo o país orientando os trabalhos
missionários. José de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, na pequena
vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo, sendo
reconhecido como o "Apóstolo do Brasil". Foi beatificado pelo papa
João Paulo II em
São lembrados também, neste dia: São
Ricardo de Andria, Santa Diana e Bem-aventurada Ana Maria Taigi.
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