17 DE
JUNHO
SÃO
RANIERI DE PISA 1118-1161
A cidade de Pisa era, nos séculos
XI e XII, um importante pólo comercial marítimo da Itália, que contribuía
também no combate aos piratas sarracenos. Assim, paralelamente, ao burburinho
dos negócios, a vida mundana da corte era exuberante e tentadora,
principalmente para os mais jovens. Foi nessa época, no ano 1118, que Ranieri
Scacceri nasceu em Pisa. Era
filho único de Gandulfo e Emengarda, ambos de famílias tradicionais de nobres
mercadores riquíssimos. A sua educação foi confiada ao bispo de Kinzica, para
que recebesse boa formação religiosa e para os negócios. Porém Ranieri,
mostrando forte inclinação artística, preferiu estudar lira e canto. E para
desgosto dos pais e do bispo, seu tutor, ele se entregou à vida fútil e
desregrada, apreciando as festas da corte onde se apresentava. Com isso,
tornou-se uma figura popular e conhecida na cidade de Pisa. Aos dezenove anos
de idade, impressionado com a vida miserável dos pobres da cidade e percebendo
a inutilidade de sua vida, decidiu mudar. Contribuiu para isso o encontro que
teve com o eremita Alberto da Córsega, que o estimulou a voltar para a vida de
valores cristãos e a serviço de Deus. Foi assim que Ranieri ingressou no
Mosteiro de São Vito, em Pisa, apenas como irmão leigo.
Depois de viver, até os
vinte e três anos de idade, recolhido como solitário, doou toda a sua fortuna
aos pobres e necessitados e partiu em peregrinação à Terra Santa, onde
permaneceu por quase quatorze anos. Viajou por todos os lugares santos de
Jerusalém, Acre e outras cidades da Palestina, conduzindo a sua existência pelo
caminho da santidade. Foi nessa ocasião que sua virtude taumatúrgica para com
os pobres passou a manifestar-se. Vestido com roupas pobres, vivendo só de
esmolas, Ranieri lia segredos nos corações, expulsava demônios, realizava curas
e conversões. Já com fama de santidade, em 1154 retornou a Pisa e ao Mosteiro
de São Vito, mas sempre como irmão leigo. Em pouco tempo, tornou-se o apóstolo
e diretor espiritual dos monges e dos habitantes da cidade. Segundo os registros
da Igreja, os seus prodígios ocorriam por meio do pão e da água benzidos, os
quais distribuía a todos os aflitos que o solicitavam, o que lhe valeu o
apelido de "Ranieri d'água". Depois de sete anos do seu regresso da
longa peregrinação, Ranieri morreu no dia 17 de junho de 1161. E desde então os
milagres continuaram a ocorrer por sua intercessão, por meio da água benzida
com sua oração ou colocada sobre sua sepultura. Canonizado pelo papa Alexandre
III, são Ranieri de Pisa foi proclamado padroeiro dos viajantes e da cidade de
Pisa. A catedral dessa cidade conserva suas relíquias, que são veneradas no dia
de sua morte.
São comemorados também neste dia:
São Ismael e São Manuel.
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