terça-feira, 8 de abril de 2014

A VÓS BRADAMOS, OS DEGREDADOS...

A VÓS BRADAMOS, OS DEGREDADOS...


Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, salve. A vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A vós bradamos, Rainha, Mãe de Misericórdia, a vós gritamos neste vale de lágrimas, onde o pecado nos afasta de Deus, onde a opressão nos torna distante dos irmãos, onde a fome e a sede de se ter mais nos transformam em seres estranhos.
A vós suplicamos, Rainha, porque, quando o homem se esquece que somente encontra Deus quando um irmão socorre o outro irmão, quando um irmão enxuga as lágrimas do irmão necessitado e quando vivem a mesma fraternidade, o mesmo amor, o mesmo ideal em Jesus Cristo. Nós, Senhora, somos os degredados, os exilados, os desterrados do paraíso e filhos de Eva, que nos contaminamos com as coisas que nos afastaram de Deus.
E, por isso, a vós bradamos, a vós gritamos, a vós suplicamos, com todas as forças de nossas almas, porque sabemos que só vós, Senhora, pode atender as nossas súplicas, só vós, que sois Rainha, a Mãe de Misericórdia, a doçura da nossa vida, a esperança da vida eterna. 
Gritamos a vós, Senhora, como um condenado grita pela vida, como um náufrago suplica por uma tábua de salvação, como um doente anseia por um remédio que lhe possa aliviar os sofrimentos e acalmar as suas dores.
Bradamos a vós, Senhora, porque sabemos que somente vós podeis nos estender a mão e nos tirar deste vale de lágrimas em que o pecado, o egoísmo e o desamor nos colocou.
A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.
Neste mesmo vale de lágrimas, Senhora, onde vós, por ter dito o vosso ``sim``, fostes perseguida e tivestes que fugir com o vosso adorável filho em seus braços, para que a força do poder e a agonia da opressão não acabassem com uma realidade que acabara de nascer.                    
Nós estamos neste mesmo vale de lágrimas, Senhora, onde vosso Filho, quando tentou dizer a todos que o Reino de Deus estava dentro de cada homem,. Foi perseguido, caluniado, açoitado, coroado de espinhos, crucificado e morto.  
Não estamos pedindo, Senhora, que nos livreis das dores, porque o vosso Filho também passou pelas dores, ainda que tivesse pedido ao Pai, no Getsamani que as livrasse delas e isso não foi possível  porque senão não se concretizaria a redenção do gênero humano, e por isso ele as teve de passar, e é somente pelas dores que chegaremos à perfeição, considerando que foi esse o caminho que vosso Filho nos indicou para sermos perfeitos como o Pai do céu é perfeito. 
Estamos pedindo, Senhora, estamos bradando, estamos gritando para que a Senhora esteja  conosco em nossas dores, nos dê forças e amor para suportá-las, e, acima de tudo,. que nos façais sentir a vossa presença em todos os momentos de nossa vida, porque, somente com a vossa presença é que poderemos superar tudo aquilo que o mundo nos oferece que contraria a vontade do Pai, e, somente com a vossa presença é que nos serão enxugadas as lágrimas doloridas das ingratidões que nós, vossos filhos, fazemos uns contra os outros.  
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, salve.  A vós bradamos os degredados, filhos de Eva.    A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.
A vós bradamos Senhora, a vós suspiramos, vós que sois a Consoladora dos Aflitos.    
Vós que sois o Auxílio dos Cristãos.                     
E é por isso que a chamamos de Rainha, de Mãe de Misericórdia, de doçura da nossa vida, de esperança nossa. Porque confiamos em vós e sabemos que se o Cristo, vosso Filho passou o que passou neste mundo, nós, os seus seguidores não podemos ser diferentes, porque não pode o discípulo ser mais que o mestre, mas vós, Senhora, estivestes com ele o tempo todo, desde o seu nascimento, na gruta de Belém, até a sua morte dolorosa de cruz no monte Calvário. 
E é isso que vos pedimos, Senhora, que estejais conosco todos os dias de nossa vida, agora, e na hora de nossa morte.  E por isso, Senhora, repetimos, sem cessar - Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, Salve. A vós bradamos, os degredados, filhos de Eva. A vós suplicamos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas. Eia após, esses vossos olhos, misericordiosos, a nós volvei. E depois deste desterro, nos mostrai a Jesus, bendito fruto de vosso ventre, ò Clemente, ó doce sempre Virgem Maria...  

Um comentário:

  1. Olá Sr. Milton,

    Lindo texto. A muitas e muitas coisas nesse mundo que nos afastam de Deus, é preciso estar sempre em alerta e sempre cuidando das nossas atitudes.

    Abraços!

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