quinta-feira, 25 de setembro de 2014

“RETIROU-SE PARA UM LUGAR DESERTO E ALI ORAVA." (Mc 10, 35)

“RETIROU-SE PARA UM LUGAR DESERTO E ALI ORAVA." (Mc 10, 35)
             

“Por essa razão eu dobro os joelhos diante do Pai - de quem toma o nome toda a família no céu e na terra -, para pedir-lhe que ele conceda, segundo a riqueza da sua glória, que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no homem interior, que Cristo habite pela fé em vossos corações e que sejais arraigados e fundados no amor. Assim tereis condições para conhecer com todos os santos qual é a largura e o cumprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo conhecimento, para que sejais plenificados com toda a plenitude de Deus. Àquele, cujo poder agindo em nós, é capaz de fazer muito além infinitamente além de tudo o que nós podemos pedir ou conceber, a ele seja a glória na Igreja  e em Cristo Jesus, por todas as gerações do séculos, dos séculos, AMÉM. (Ef 3,14-21).
“Com orações e súplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo, no Espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos.”  (Ef 6,18).
A nossa vida deveria ser uma constante oração; oração vinte e quatro horas por dia. Tudo o que fizermos em nossa vida deveria ser feito em nome do Senhor. É a maneira de santificarmos a nossa existência. Seria uma forma de só fazermos o bem porque, em  nome do Senhor, jamais praticaríamos o mal.  Tudo o que fazemos deveria ser em nome do Senhor; é a maneira mais simples de transformarmos a nossa vida em uma constante oração. 
          Rezamos muito pouco ou quase nada rezamos. Não rezamos mais. E, sem orar, nos desligamos de Deus. Já não sabemos quando e a que horas devemos rezar, e o pior, como devemos rezar. Temos dúvidas a respeito disso?  Recorramos às Sagradas Escrituras e, entre tantos outros santos assíduos à oração, Tiago, o apóstolo, em sua carta, nos ensina a hora mais adequada para orarmos e sobressalta a eficácia da oração: “Sofre alguém dentre vós um contratempo? Recorra á oração.  está alguém alegre?  Cante. Alguém dentre vós está doente?  Mande chamar os presbíteros da Igreja para que Orem com ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e, se tiver cometido pecados, estes serão perdoados. Confessais, pois, uns aos outros, para que sejais curados. a oração fervorosa do justo tem grande poder.”  (Tg 5,13-16).
O livro Vocabulário Teológico para a América Latina de J. L. Idígoras S.J. assim nos fala da oração: “Em nosso mundo, a oração é de certo modo uma realidade desprezada, sendo reduzida a uma atitude mendicante de fracos e doentes. Para o cristão, no entanto, a oração é uma das atitudes básicas da existência, graças à qual o homem se concentra em sua missão e se enraíza nos poderes dinamizadores do mundo do espírito. Essa contraposição resulta na dificuldade de uma autêntica vivência da oração em um mundo que só valoriza a atividade exterior, considerando uma perda de tempo o silêncio, a paz interior ou a comunhão com Deus, que o mundo equipara ao vazio. Entretanto, sem oração não se pode ser cristão e, no espírito da fé, não se pode ser nem mesmo homem.”
Jesus era um homem de oração. Jesus não perdia oportunidade de se isolar da multidão para entrar em contato, em oração, com o Pai: “Ele, porém permanecia retirado em lugares desertos e orava.” (Lucas, 5, 16). “De madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali orava.” (Mc 1,35).
Antes da escolha dos doze apóstolos, Jesus passou uma  noite inteira em oração: “... ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus. Depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles escolheu doze, aos quais deu o nome de apóstolos...” (Lc 6,12-13).
O exemplo de oração que Jesus transmitia aos seus apóstolos fez com eles pedissem ao Mestre que os ensinassem a rezar e, antes de ensinar os apóstolos essa oração, Jesus estava em oração: “Estando em certo lugar, orando, ao terminar, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou aos seus discípulos. Respondeu-lhes: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu Nome, venha o teu Reino; o pão nosso cotidiano dá-nos a cada dia, perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos os nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação.” (Lc 11,1-4).  
Nos momentos terríveis que antecediam as humilhações,. sofrimentos e ignominiosa morte na cruz, Jesus se retira com alguns apóstolos até o monte Getsamani, e ali faz uma de suas mais suplicantes e angustiantes orações: “E foram a um lugar cujo nome é Getsamani. E ele disse aos seus discípulos: Sentai-vos aqui enquanto  vou orar. E levando consigo Pedro, Tiago e João, começou a apavorar-se e angustiar-se. E disse-lhes: A minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai. E, indo um pouco adiante, caiu por terra, e orava para que, se possível, passasse dele a hora. E dizia: “Abba! Ó Pai! A ti tudo é possível: afasta de mim este cálice; porém, não o que eu quero, mas o que tu queres.” (Mc 14,32-36).          
Os Evangelistas fazem questão de nos apresentar um Senhor Jesus assíduo na oração, sempre em contato com Deus Pai. Jesus rezava sempre, e as Sagradas Escrituras nos mostram isso: antes das refeições, antes de realizar qualquer milagre. Rezava pedindo, rezava agradecendo, rezava em ação de graças. Jesus rezou muito antes da escolha de seus doze apóstolos.        
Jesus rezava a qualquer hora do dia ou da noite, sozinho ou com os apóstolos, ou mesmo no meio das multidões, nos locais desertos ou nas montanhas; rezou na sua agonia e na hora extrema de sua morte na cruz.
Jesus não somente nos deu exemplos de como devemos ser perseverantes na oração mas, acima de tudo, se nos apresenta como Mediador entre Deus e os homens: “...tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dê.” (Jo 15,16). “Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.” (Jo 16,23-24).
Jesus nos ensina com que disposição devemos nos entregar à oração: “E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis.” (Mt 21,22).        

Nenhum comentário:

Postar um comentário