“RETIROU-SE PARA UM LUGAR DESERTO E ALI ORAVA." (Mc 10, 35)
“Por essa razão eu dobro os joelhos diante
do Pai - de quem toma o nome toda a família no céu e na terra -, para pedir-lhe
que ele conceda, segundo a riqueza da sua glória, que vós sejais fortalecidos
em poder pelo seu Espírito no homem interior, que Cristo habite pela fé em
vossos corações e que sejais arraigados e fundados no amor. Assim tereis
condições para conhecer com todos os santos qual é a largura e o cumprimento e
a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo
conhecimento, para que sejais plenificados com toda a plenitude de Deus.
Àquele, cujo poder agindo em nós, é capaz de fazer muito além infinitamente
além de tudo o que nós podemos pedir ou conceber, a ele seja a glória na
Igreja e em Cristo Jesus, por
todas as gerações do séculos, dos séculos, AMÉM. (Ef 3,14-21).
“Com orações e súplicas de toda a sorte,
orai em todo o tempo, no Espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e súplica
por todos os santos.” (Ef 6,18).
A nossa vida
deveria ser uma constante oração; oração vinte e quatro horas por dia. Tudo o
que fizermos em nossa vida deveria ser feito em nome do Senhor. É a maneira de
santificarmos a nossa existência. Seria uma forma de só fazermos o bem porque,
em nome do Senhor, jamais praticaríamos
o mal. Tudo o que fazemos deveria ser em
nome do Senhor; é a maneira mais simples de transformarmos a nossa vida em uma
constante oração.
Rezamos muito pouco ou quase nada rezamos. Não
rezamos mais. E, sem orar, nos desligamos de Deus. Já não sabemos quando e a
que horas devemos rezar, e o pior, como devemos rezar. Temos dúvidas a respeito
disso? Recorramos às Sagradas Escrituras
e, entre tantos outros santos assíduos à oração, Tiago, o apóstolo, em sua
carta, nos ensina a hora mais adequada para orarmos e sobressalta a eficácia da
oração: “Sofre alguém dentre vós um
contratempo? Recorra á oração. está
alguém alegre? Cante. Alguém dentre vós
está doente? Mande chamar os presbíteros
da Igreja para que Orem com ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração
da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e, se tiver cometido pecados,
estes serão perdoados. Confessais, pois, uns aos outros, para que sejais
curados. a oração fervorosa do justo tem grande poder.” (Tg 5,13-16).
O livro
Vocabulário Teológico para a América Latina de J. L. Idígoras S.J. assim nos
fala da oração: “Em nosso mundo, a oração
é de certo modo uma realidade desprezada, sendo reduzida a uma atitude mendicante
de fracos e doentes. Para o cristão, no entanto, a oração é uma das atitudes
básicas da existência, graças à qual o homem se concentra em sua missão e se
enraíza nos poderes dinamizadores do mundo do espírito. Essa contraposição
resulta na dificuldade de uma autêntica vivência da oração em um mundo que só
valoriza a atividade exterior, considerando uma perda de tempo o silêncio, a
paz interior ou a comunhão com Deus, que o mundo equipara ao vazio. Entretanto,
sem oração não se pode ser cristão e, no espírito da fé, não se pode ser nem
mesmo homem.”
Jesus era um homem
de oração. Jesus não perdia oportunidade de se isolar da multidão para entrar
em contato, em oração, com o Pai: “Ele,
porém permanecia retirado em lugares desertos e orava.” (Lucas, 5, 16). “De
madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar
deserto e ali orava.” (Mc 1,35).
Antes da
escolha dos doze apóstolos, Jesus passou uma
noite inteira em oração: “... ele
foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus. Depois que
amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles escolheu doze, aos quais deu o
nome de apóstolos...” (Lc 6,12-13).
O exemplo de
oração que Jesus transmitia aos seus apóstolos fez com eles pedissem ao Mestre
que os ensinassem a rezar e, antes de ensinar os apóstolos essa oração, Jesus
estava em oração: “Estando em certo
lugar, orando, ao terminar, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou
aos seus discípulos. Respondeu-lhes: Quando orardes, dizei: Pai, santificado
seja o teu Nome, venha o teu Reino; o pão nosso cotidiano dá-nos a cada dia,
perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos os nossos devedores; e
não nos deixeis cair em tentação.” (Lc 11,1-4).
Nos momentos
terríveis que antecediam as humilhações,. sofrimentos e ignominiosa morte na
cruz, Jesus se retira com alguns apóstolos até o monte Getsamani, e ali faz uma
de suas mais suplicantes e angustiantes orações: “E foram a um lugar cujo nome é Getsamani. E ele disse aos seus discípulos:
Sentai-vos aqui enquanto vou orar. E
levando consigo Pedro, Tiago e João, começou a apavorar-se e angustiar-se. E
disse-lhes: A minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai. E,
indo um pouco adiante, caiu por terra, e orava para que, se possível, passasse
dele a hora. E dizia: “Abba! Ó Pai! A ti tudo é possível: afasta de mim este
cálice; porém, não o que eu quero, mas o que tu queres.” (Mc 14,32-36).
Os Evangelistas
fazem questão de nos apresentar um Senhor Jesus assíduo na oração, sempre em
contato com Deus Pai. Jesus rezava sempre, e as Sagradas Escrituras nos mostram
isso: antes das refeições, antes de realizar qualquer milagre. Rezava pedindo,
rezava agradecendo, rezava em ação de graças. Jesus rezou muito antes da escolha
de seus doze apóstolos.
Jesus rezava a
qualquer hora do dia ou da noite, sozinho ou com os apóstolos, ou mesmo no meio
das multidões, nos locais desertos ou nas montanhas; rezou na sua agonia e na
hora extrema de sua morte na cruz.
Jesus não
somente nos deu exemplos de como devemos ser perseverantes na oração mas, acima
de tudo, se nos apresenta como Mediador entre Deus e os homens: “...tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome
ele vos dê.” (Jo 15,16). “Em verdade,
em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. Até agora
nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja
completa.” (Jo 16,23-24).
Jesus nos
ensina com que disposição devemos nos entregar à oração: “E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis.” (Mt
21,22).
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