SANTOS
ANJOS DA GUARDA
Deus, que
criou todas as coisas, criou também os anjos, para que o louvem, obedeçam e atendam.
Criou-os para serem eternamente felizes e para que nos ajudem e guiem,
especialmente toda a sua Igreja.
Entretanto uma grande parte desses anjos
cometeu o grave pecado da soberba, desejando tornar-se iguais ao próprio
Criador.
Por isso Deus os condenou e os precipitou no inferno, onde
permanecerão para todo o sempre.
Esses anjos rebeldes são chamados espíritos
maus, diabos ou demônios, e têm como chefe Satanás. Os anjos que ficaram fiéis
a Deus são os chamados anjos bons ou simplesmente: anjos. Dentre esses é que
Deus escolhe nosso Anjo da Guarda, que é pessoal e exclusivo, cuja função é
proteger-nos até o retorno da nossa alma à eternidade. Ele nos ampara e nos
defende dos perigos com que os espíritos maus nos tentam, na nossa vida
terrena. "Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus
caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra" (Sl 90,11-12).
Os Anjos da Guarda estão repletos de dons e
privilégios especiais, com uma missão insubstituível ao longo da criação. Eles
possuem a natureza angélica espiritual, que é a síntese de toda a beleza e de
todas as virtudes de Deus, por isso impossível de ser representada. Em um dos
seus textos, são Francisco de Sales esclarece que a tarefa dos anjos é levar as
nossas orações à bondade misericordiosa do Altíssimo e de informar-nos se elas
foram atendidas.
Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus,
que é o princípio e o fim de nossa vida, através da intercessão de nosso Anjo
Bom. Deus confiou cada criatura a um Anjo da Guarda. Esta é uma verdade que
está em várias páginas da Sagrada Escritura e na história das tradições da
humanidade, sendo um dogma da Igreja Católica, atualmente também confirmado
pelos teólogos.
A devoção dos anjos é mais antiga até que a dos próprios
santos, ganhando maior vigor na Idade Média, quando os monges solitários
receberam a companhia dessas invisíveis criaturas, cuja presença era sentida
nas suas vidas de silenciosa contemplação e íntima comunhão espiritual com Deus-Pai.
Todavia o Eterno Guardião, como o Anjo da Guarda também é chamado, tão
solicitado e cuidado durante a infância, está totalmente esquecido no cotidiano
do adulto, que, descuidando de sua exclusiva e própria companhia, não se
apercebe mais de sua angélica presença.
Mas este espírito puro continua
vigilante, constante dos pensamentos e de todas as ações humanas. O Anjo da
Guarda é um ser mais perfeito e digno do que nós, criaturas humanas. Não
podemos ignorá-lo. Devemos amá-lo, respeitá-lo e segui-lo, pois está sempre
pronto a proteger-nos, animar e orientar, para cumprirmos a missão da vida
terrena, trilhando o caminho de Cristo e, assim, ingressarmos na glória eterna.
A celebração especialmente dedicada aos Anjos da Guarda começou na Espanha, no
final do ano 400, propagando-se por toda a Europa em poucos séculos. Antes, ela
ocorria no dia 29 de setembro, junto com a do arcanjo Miguel, guardião e
protetor por excelência.
O dia 2 de outubro foi fixado em 1670, pelo papa
Clemente X, para celebrar separadamente o nosso santo Anjo da Guarda. E para
ele a Igreja ditou uma das mais belas orações, que diz: "Santo Anjo do
Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre
me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre. Assim seja".
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