SÃO
FRANCISCO DE ASSIS - 1182-1226
Filho de
Pietro Bernardone e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182,
na cidade de Assis, província da Umbria no centro da Itália. Seu pai era um
rico e próspero comerciante de tecidos, que viajava frequentemente em negócios
principalmente para França, de onde trazia a maior parte de suas mercadorias.
Foi de lá também que ele trouxe sua linda e bondosa esposa, Dona Pica. A mãe de
Francisco foi de fato a mulher da sua vida e foi ela que emocionado muitas
vezes invocou. Francisco sempre nutriu uma atenção e um carinho especial pela
relação materna em geral.
A sua grande
ligação espiritual a Maria, mãe de Jesus é mais um sinal do seu particular
respeito e Amor pelas mães de todo o mundo. Era frequente usar a relação
materna em geral, como exemplo de Amor nos seus diálogos e pregações. Em
relação ao pai, apesar do amor e respeito que nutria por ele, a relação não foi
um exemplo e assim conheceu alguns episódios desagradáveis. Francisco teve um
irmão, de que a história pouco fala. Chegado o momento do parto, Dona Pica,
assistida por várias pessoas que ajudavam, teve muitas dificuldades e o
nascimento da criança parecia se complicar. Eis que batem à porta, e a criada
ao atender depara-se com um mendigo que lhe transmite que a senhora da casa
deverá dar à luz no estábulo da casa, junto aos animais. Dona Pica, ao saber do
sucedido, pediu ajuda às criadas para a levarem até ao estábulo. Lá chegada, a
criança nasceu e foi lhe dado o nome de João (Giovanni). O pai, quando
regressou, em homenagem à França, mudou-lhe o nome para Francisco.
Francisco era
o líder da juventude de sua cidade. Alegre, amante da música e das festas, com
muito dinheiro para gastar, tornou-se rapidamente um ídolo entre seus
companheiros. Adorava banquetes, noitadas de diversão e cantar serenatas para
as belas damas de sua cidade. A Itália, como toda a Europa daquela época, vivia
uma fase bastante conflituosa de sua história, marcada pela passagem do sistema
feudal (baseado na estabilidade, na servidão e nas relações desiguais entre
vassalos e suseranos) para o sistema burguês, com o surgimento das
"comunas" livres (pequenas cidades). Eram frequentes, nesta época,
guerras e batalhas entre os senhores feudais e as emergentes comunas. Como todo
jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna,
também a fama e o título de nobreza. Para tal, fazia-se necessário tornar-se
herói em uma dessas frequentes batalhas. No ano de 1201, incentivado por seu
pai, que também ansiava pela fama e nobreza, Francisco partiu para mais uma
guerra que os senhores feudais, baseados na vizinha cidade de Perúsia, haviam
declarado contra a Comuna de Assis. Durante os combates, em uma tarde de
inverno, Francisco caiu prisioneiro, sendo levado para a prisão de Perúsia, onde
permaneceu longos e gelados meses. Para um jovem cheio de vida como ele, a
inércia da prisão deve ter sido especialmente dolorosa. Somente seu espírito
alegre, seu temperamento descontraído e seu gosto pela música o salvaram do
desespero. Encontrava ainda forças para reconfortar e reanimar a seus
companheiros de infortúnio. Costumava dizer, em tom de brincadeira para seus
companheiros: "Como quereis que eu fique triste, sabendo que grandes
coisas me esperam? O mundo inteiro ainda falará de mim!" Ao término de um
ano foi solto da prisão, retornando para Assis, onde se entregou novamente aos
saudosos divertimentos da juventude e às atividades na casa comercial de seu
pai.
O clima
insalubre da prisão, agravado pelos prolongados meses de inverno, haviam-lhe
enfraquecido o organismo, provocando agora uma grave enfermidade. Depois de
longos meses de sofrimento, sem poder sair da cama, finalmente conseguiu
melhorar. Ao levantar-se, porém, não era mais o mesmo Francisco. Sentiu-se
diferente, sem poder compreender o porque. A verdade é que a humilhação e o
sofrimento da prisão, somado ao enfraquecimento causado pela doença, provocaram
profundas mudanças no jovem Francisco. Foi o caminho que Deus escolheu para
entrar mais profundamente em sua vida. Já não sentia mais prazer nas cantigas e
banquetes em companhia dos amigos. Começou a perceber a leviandade dos prazeres
puramente terrenos, embora ainda não buscasse a Deus. Na verdade, Francisco não
nasceu santo, mas lutou muito para se tornar santo! Francisco havia perdido o
gosto pelos prazeres mundanos, mas conservava ainda a ambição da fama. Por esse
motivo, sonhava com a glória das armas e a nobreza, que se conquistavam nos
campos de batalha. Por isso, aderiu prontamente ao exército que o Conde Gentile
de Assis estava organizando para ajudar o Papa Inocêncio III na defesa dos
interesses da Igreja. Contou para isso com a aprovação entusiasmada do pai, que
vislumbrava aí a oportunidade tão longamente esperada de enobrecer sua família.
Deus, porém, lhe reservava algumas surpresas... Antes de partir, num impulso de
generosidade, Francisco cedeu a um amigo mais pobre os ricos trajes e a
armadura caríssima que havia preparado para si. Isso lhe valeu um sonho
estranho: viu um castelo repleto de armas destinadas a ele e a seus
companheiros. Francisco não conseguiu entender o significado do sonho. Pensou
que estava, talvez, destinado a ser um famoso guerreiro! O fato é que o sonho
não lhe saía do pensamento. Ao chegar ao povoado de Espoleto, Deus tornou a lhe
falar em sonhos, desta vez com maior clareza, de modo que ele reconheceu a voz
divina que lhe perguntava: "A quem queres servir: ao Servo ou ao
Senhor?" Francisco respondeu prontamente: "Ao Senhor, é claro!"
A voz tornou a lhe falar: "Por que insistes então em servir ao servo? Se
queres servir ao Senhor, retorna a Assis. Lá te será dito o que deves
fazer!" Francisco entendeu, então, que estava buscando apenas a glória
humana e passageira. Estava fazendo a vontade de pessoas ambiciosas e
mesquinhas e não a vontade do Senhor do Universo. Desafiando os sorrisos de
desdém dos vizinhos e a cólera de Pedro Bernardone, contrariado em seus
projetos, Francisco retornou a Assis, dando prova da energia de seu caráter e
do valor do seu ânimo, virtudes que se mostrariam valiosas mais tarde nos
percalços de seu novo caminho. Começou a longa busca e a longa espera: "O
que Deus quer de mim? O que Ele quer que eu faça?" Era esse o constante
questionamento de Francisco. Para tentar desvendar os desígnios de Deus, passou
a se dedicar à oração e à meditação. Percorria campos e florestas em busca de
lugares mais tranquilos, em busca de respostas para suas dúvidas e
inquietações. Para ele, tudo passou a ter outro sentido. Passou a enxergar as
coisas com outros olhos e outro coração.
Em busca de
respostas, decidiu viajar para Roma, isso no ano de 1205. Visitou a tumba do
Apóstolo São Pedro e, indignado pelo que viu, exclamou: "É uma vergonha
que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!" E jogou
um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de
outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus ricos trajes com os de um
mendigo e fez sua primeira experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à
casa paterna, entregando-se ainda mais à oração e ao silêncio.
A família e os
amigos estavam preocupados com o jovem Francisco: o que lhe estaria
acontecendo? Será que ainda estava em pleno juízo? Seu pai, então, não se
conformava! Não era isso que ele tinha sonhado para seu filho! Indignado,
forçava-o a trabalhar cada vez mais em seu estabelecimento comercial.
Em 1206,
passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, que sempre lhe
parecera um ser horripilante, repugnante à vista e ao olfato, cuja presença
sempre lhe havia causado invencível nojo. Mas, então, como que movido por uma
força superior, apeou do cavalo, e, colocando naquelas mãos sangrentas seu dinheiro,
aplicou ao leproso um beijo de amizade. Falando depois a respeito desse
momento, ele diz: "O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da
alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me
a Deus". Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de
São Damião, semi destruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de
um crucifixo bizantino, que a piedade popular ali venerava, quando uma voz,
saída do crucifixo, lhe falou: "Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja
que está em ruínas". Não percebendo o alcance desse chamado e vendo que
aquela Igrejinha estava precisando de urgente reforma, Francisco regressou a
Assis, tomou da loja paterna um grande fardo de fina fazenda e vendeu-a. Retornando,
colocou o dinheiro nas mãos do sacerdote de São Damião, oferecendo-se para
ajudá-lo na reconstrução da capela com suas próprias mãos. Conhecendo o caráter
de Pedro Bernardone, é fácil imaginar sua cólera ao ver desfalcada sua casa
comercial e perdido o seu dinheiro. Não bastava já o desfalque que dava ao
entregar gratuitamente mercadorias e alimentação para os "vagabundos"
necessitados? Agora mais essa! E Francisco teve que se esconder da fúria
paterna. Certo dia saiu resolutamente a mendigar o sustento de porta em porta
na cidade de Assis. Para Bernardone isso já era demais! Como podia ele
envergonhar de tal forma sua família? Se seu filho havia perdido o juízo, era
necessário encarcerá-lo! Assim, Francisco experimentou mais uma vez o
cativeiro, desta feita num escuro cubículo debaixo da escada da própria casa
paterna. Depois de alguns dias, movida pela compaixão, sua mãe abriu-lhe às
escondidas a porta e o deixou partir livremente para seguir o seu destino.
Ao final de
1206, Pedro Bernardone, convencido de que nem as razões nem a força podiam
torcer o ânimo de Francisco, decidiu recorrer ao Bispo, instaurando-se um
julgamento como nunca aconteceu na história de outro santo. O palco do
julgamento foi à própria Praça Comunal de Assis, junto à igreja de Santa Maria
e à casa do bispo, bem à vista de todos. Bernardone exigiu que seu filho lhe
devolvesse tudo quanto recebera dele. Francisco sem vacilar um momento se
despojou de tudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai,
e exclamou: "Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante não
terei outro pai, senão o Pai Celeste". O Bispo, então, o acolheu,
envolvendo-o com seu manto.
Daquele
momento em diante, cantando "Sou o arauto do Grande Rei, Jesus
Cristo", afastou-se de sua família e de seus amigos e entregou-se ao
serviço dos leprosos, tratando de suas feridas, e à reconstrução das Capelas e
Oratórios que cercavam a cidade. Cada dia percorria as ruas mendigando seu pão
e convidando as pessoas para que contribuíssem com pedras e trabalho na
restauração das "Casas de Deus" que estavam em ruínas. De alguns
recebia apoio e incentivo. De muitos, o desprezo e a zombaria. No entender da
maioria, o filho de Pedro Bernardone havia perdido completamente o juízo. Estava
já terminando a restauração da última Igrejinha da redondeza, a capelinha de
Santa Maria dos Anjos e perguntava-se o que faria depois. O que mais lhe
pediria Deus? Não havia entendido ainda que a Igreja que devia restaurar não
era a de pedra, mas a própria Igreja de Cristo, enfraquecida na época pelas
divisões, heresias e pelo apego de seus líderes às riquezas e ao poder. Devia
ser aquele o ano de 1209. Certo dia, Francisco escutou, durante a missa, a
leitura do Evangelho: tratava-se da passagem em que Cristo instruía
seus Apóstolos sobre o modo de ir pelo mundo, "sem túnicas, sem bastão,
sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso..." (Lc 9,3). Tais
palavras encontraram eco em seu coração e foram para ele como intensa luz. E exclamou,
cheio de alegria: "É isso precisamente o que eu quero! É isso que desejo
de todo o coração!" E sem demora começou a viver, como o faria em toda a
sua vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e, mais tarde,
também para seus companheiros: "Nossa regra de vida é viver o Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo"! A partir daquele dia, Francisco iniciou sua
vida de pregador itinerante, percorrendo as localidades vizinhas e pregando, em
palavras simples, o Evangelho de Cristo. Muitos começaram, enfim, a compreender
o sentido dessa vida e manifestaram o desejo de seguí-la. No ano de 1210,
Francisco e seus seguidores viajaram até Roma para buscar a aprovação do Papa
para o seu modo de vida. Mas como aquele bando de mendigos, maltrapilhos e desconhecidos
seria recebido pelo severo Inocêncio III? Francisco rezava e confiava. Afinal,
não era o próprio Cristo que o estava conduzindo? Por coincidência ou
providência divina, encontrava-se em Roma, nessa ocasião, o Bispo de Assis,
grande admirador de Francisco. Graças a ele o Papa os recebeu. Inocêncio III
ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo e, especialmente, com a
figura de Francisco, a clareza de sua opção e a firmeza que demonstrava.
Reconheceu nele o homem que há pouco vira em sonho, segurando as colunas da
Igreja de Latrão (a igreja-mãe de todas as Igrejas do mundo!), que ameaçava
ruir. O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem inspirava Francisco a viver
radicalmente o Evangelho, trazendo vida nova a toda a Igreja, naquele tempo tão
distanciada dos ensinamentos de Cristo! Por isso deu a seu modo de viver o
Evangelho a aprovação oficial da Igreja. Autorizou Francisco e seus seguidores
a pregar o Evangelho nas igrejas e fora delas e os despediu com sua bênção.
Este fato histórico ocorreu a 16 de Abril de 1210, marcando o nascimento
oficial da Ordem Franciscana. Ao voltar de Roma, Francisco e seus companheiros
resolveram ficar por uns tempos em Rivotorto. No lugar de Rivotorto, existia um
pequeno casebre, cuja função era apoiar e dar abrigo aos viajantes que
pontualmente passavam por ali.
Quando
percebeu que estava próximo de morrer, mandou que o levassem para a sua pequena
cela na Porciúncula. No sábado, dia 03 de Outubro, o Santo vivia os seus
últimos momentos. Ao entardecer começou a cantar o Salmo 141 de David, rodeado
pelos frades que choravam e não queriam deixá-lo sozinho. Com o passar do
tempo, o som de sua voz foi perdendo a intensidade até que emudeceu
inteiramente. Seus lábios fecharam para sempre e foi cantando, que entrou na
eternidade. Deus infinita bondade, ainda permitiu uma última saudação ao seu
humilde cantor. Por cima de sua cabana e ao redor, apenas a voz do Santo calou,
o espaço foi ocupado por um sonoro e imprevisto coro de vozes de todas as aves,
que em profusão e admirável alarido vieram cantando dar-lhe o último adeus.
Dois anos após
sua morte foi beatificado e em 1228, declarado Santo no dia 16 de Julho pelo
Papa Gregório IX. Seu Mausoléu encontra-se na Basílica com o seu nome, em Assis.
São Francisco foi escolhido oficialmente padroeiro da Itália.
A Ordem
Franciscana foi criada como uma Ordem de Irmãos, que assumiam a missão de viver
e pregar o Evangelho. Não era uma Ordem Clerical (Ordem composta por sacerdotes),
como outras que já existiam. O próprio Francisco não quis ser sacerdote e os
primeiros frades também não tinham esse objetivo. Desde o início, porém, houve
o ingresso de alguns sacerdotes já formados, que desejavam ser franciscanos.
Algum tempo depois, sobretudo quando Santo Antonio, professor de Teologia,
ingressou na Ordem, passou a ensinar Teologia aos frades e alguns deles
passaram a se ordenar sacerdotes. Mais tarde, devido principalmente às
necessidades da Igreja, a maioria dos frades passou a se ordenar. Mas até hoje,
dentro da ordem Franciscana, convivem como irmãos, em igualdade de condições,
frades sacerdotes e não sacerdotes (estes chamados outrora de irmãos leigos,
por não serem sacerdotes), cada um exercendo a sua função. Esse é, sem dúvidas,
um dos aspectos mais belos da Ordem criada por São Francisco.
Francisco,
além de fundar a 1ª Ordem Franciscana (masculina), foi também o fundador da 2ª
Ordem Franciscana, conhecida também por Ordem de Santa Clara, abrindo assim a
vivência do ideal franciscano para o ramo feminino. A primeira religiosa
franciscana foi a jovem Clara Offreduccio, mais tarde chamada de Santa Clara de
Assis, jovem de família nobre e admiradora de Francisco desde que o conhecera
como "Rei da Juventude" pelas ruas e festas de Assis. Passou a admirá-lo mais ainda, quando
se tornou um inflamado pregador da alegria e da paz, da pobreza e do amor de
Deus, não só através de palavras, mas com o exemplo de sua própria vida. Era
isso precisamente o que almejava a jovem Clara. Não estava satisfeita com os
esplendores do palácio de sua família, nem com o sonho do futuro enlace
principesco ao qual seus pais a estavam encaminhando. Sonhava com uma vida mais
cheia de sentido, que lhe trouxesse uma verdadeira felicidade e realização. O
estilo de vida dos frades a atraía cada vez mais.
Depois de
muitas conversas com Francisco, aos 18 de março de 1212, (Domingo de Ramos),
saiu de casa sorrateiramente em plena noite, acompanhada apenas de sua prima
Pacífica e de outra fiel amiga, e foi procurar Francisco na Igrejinha de Santa
Maria dos Anjos, onde ele e seus companheiros já a aguardavam. Frente ao altar,
Francisco cortou-lhe os longos e dourados cabelos, cobrindo-lhe a cabeça com um
véu, sinal de que a donzela Clara fizera a sua consagração como Esposa de
Cristo. Nem a ira dos seus parentes, nem as lágrimas de seus pais conseguiram
fazê-la retroceder em seu propósito. Poucos dias depois, sua irmã, Inês, veio
lhe fazer companhia, imbuída do mesmo ideal. Alguns anos após, sua mãe, Ortulana,
juntamente com sua terceira filha Beatriz, seguiu Clara, indo morar com ela no
conventinho de São Damião, que foi a primeira moradia das seguidoras de São
Francisco. Com o correr dos anos, rainhas e princesas, juntamente com humildes
camponesas, ingressaram naquele convento para viver, à luz do Evangelho, a
fascinante aventura das Damas Pobres, seguidoras de São Francisco, muitas das
quais se tornaram grandes exemplos de santidade para toda a Igreja. Assim, nada
mais adequado ter ele sido escolhido como o padroeiro do meio ambiente e da
ecologia. Por isso que no dia de sua festa é comemorado o "Dia Universal
da Anistia", o "Dia Mundial da Natureza" e o "Dia Mundial
dos Animais". Mas poderia ser mesmo o Dia da Caridade e de tantos outros
atributos. A data de sua morte foi, ao mesmo tempo, a do nascimento de uma nova
consciência mundial de paz, a ser partilhada com a solidariedade total entre os
seres humanos de boa vontade, numa convivência respeitosa com a natureza.
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