SEXTO MANDAMENTO - NÃO PECAR CONTRA A
CASTIDADE
“Não
adulterarás”. (Ex 20, 14)
I - "Homem e mulher os criou..."
Deus
implantou no homem e na mulher a capacidade e a responsabilidade do amor e da
comunhão. “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28); No dia em que Deus criou o
Homem, Ele o fez à sua semelhança e imagem. A sexualidade afeta os aspectos da
união entre o corpo e a alma. É a capacidade de amar, a afetividade e
procriação e, em geral, a aptidão de criar vínculos de união com os outros.
Cada um deve aceitar e reconhecer a sua sexualidade. É muito importante para um
casal a maneira como se vivem, como se doam mutuamente, como se apoiam
mutuamente, como se completam. Ao criar o ser humano, Deus lhe dá a dignidade
pessoal de modo igual. Cada um dos dois sexos é igual em dignidade, mas de
maneiras diferentes, imagem do poder e ternura de Deus. A união no casamento é
uma maneira de imitar, na carne, a generosidade e fecundidade do Criador. “O
homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só
carne” (Gn 2,24). No sermão da montanha Jesus interpreta de maneira rigorosa o
plano de Deus. “Ouvistes o que foi dito: ‘não cometerás adultério’ Eu, porém,
vos digo: Todo aquele que olha para uma mulher com desejo de possuí-la já
cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5, 27-28).
II – "A vocação à Castidade"
A
castidade consiste em aprender, a dominar a si mesmo, sendo uma alternativa bem
clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa dominar por
elas e se torna infeliz. A Dignidade do homem exige o seu livre arbítrio, ou
seja, que ele possa agir simplesmente por força de um impulso interno cego ou
estímulos externos.
O homem alcança essa dignidade quando se liberta da
escravidão de suas paixões e escolhe livremente o bem. Para ser fiel às
promessas do Batismo e resistir às tentações devemos nos apegar à obediência,
aos mandamentos divinos, à oração, às verdadeiras virtudes morais (= não se
deixar levar pelas práticas despudoradas). Devemos tomar muito cuidado com o que
se considera moral no mundo atual. Ex: venda de bebida alcóolica e cigarros a
menores, programas que exploram a sensualidade do corpo, tanto de adultos
quanto de crianças, etc. Esses poucos exemplos citados são considerados,
mascaradamente, pela mídia, como virtudes morais. A virtude da castidade é
comandada pela virtude da temperança (= é o refrear dos desejos, principalmente
os do gosto e do tato). O domínio de si mesmo é um processo muito demorado e
que requer muita força de vontade. Deve ser retomado em todas as idades da
vida. Isso deve ser ensinado desde cedo. Nas fases da infância e da
adolescência esse processo se torna mais difícil exigindo um maior esforço da
pessoa. A castidade é uma virtude moral e um Dom de Deus. O Espírito Santo nos
concede o Dom de imitar a pureza de Cristo, através do Batismo. A castidade é
como se fosse a escola da doação de si mesmo. A castidade leva aquele que a
pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e ternura de
Deus. A virtude da castidade desabrocha na amizade. É na amizade que o
discípulo descobre como seguir e imitar Jesus. A castidade é uma promessa de
vida eterna. Ela se expressa na amizade entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos
diferentes. A amizade representa um grande bem para todos e conduz à comunhão
espiritual. Formas de castidade: - Há três formas da virtude da castidade: a primeira dos esposos, a segunda da viuvez e a terceira da virgindade. Não se pode louvar uma delas sem excluir as outras. Os noivos são também convidados a viver a castidade conjugal que é a prova de fidelidade e respeito mútuo e de esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão as manifestações de ternura específicas de amor conjugal para o tempo do casamento.
Ofensas à castidade:
Luxúria:
É um desejo desenfreado do prazer sexual quando é buscado para outras
finalidades que não sejam a procriação e a união.
Masturbação: É excitação voluntária dos órgãos sexuais a fim de
conseguir prazer sexual. É um ato extremamente egoísta e desordenado. Tal ato
fere a ordem moral que se realiza num contexto de amor verdadeiro, o sentido
integral da doação mútua e procriação humana.
Fornicação: É o ato sexual ou a sexualidade entre as pessoas fora
do casamento (adultério), e é gravemente contrário à castidade das pessoas. É
um escândalo grave quando há corrupção de jovens.
Pornografia:
É a utilização de cenas de sexo (reais ou simuladas), da intimidade dos
parceiros, para exibi-los a terceiros. A pornografia denigre o ato conjugal.
Atenta gravemente contra a dignidade dos que o praticam, porque cada um se
torna para o outro um objeto de prazer rudimentar.
Prostituição: Vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, que
fica reduzida ao um objeto de prazer sexual, que dela se obtêm. Aquele que paga
peca gravemente contra si mesmo, mancha seu corpo, Templo do Espírito Santo. A
prostituição é um ato pecaminoso, porém o estado de miséria e a chantagem podem
atenuar a falta.
Estupro:
É a penetração à força na intimidade sexual de uma pessoa. Fere gravemente a
justiça e a caridade. Provoca um dano que pode marcar a vítima por toda a vida.
É um ato extremamente mal. O que torna o estupro mais grave é o estupro
cometido pelos pais.
Castidade e homossexualidade: - A homossexualidade é a atração sexual entre indivíduos do
mesmo sexo. É um ato contrário à lei natural. Fecham o ato sexual ao Dom da
vida (= gerar filhos). Pessoas que nascem com a tendência ao homossexualismo
têm pela frente uma grande provação. Devem ser acolhidos com respeito,
compaixão e sem discriminação. Tais pessoas também são chamadas a realizar a
vontade de Deus e se forem cristãos devem unir ao sacrifício da cruz do Senhor
as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.
III – "O amor entre os esposos:”
A
intimidade corporal dos esposos torna-se um sinal de comunhão espiritual. A
sexualidade não é um ato puramente biológico. Diz respeito também a uma união
espiritual. Essa união se realiza verdadeiramente se perdurar de maneira
integral um para com o outro até a morte. O próprio Criador estabeleceu que na
geração dos filhos, os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do
espírito. Em razão disso os esposos não fazem nada de mal em procurar este
prazer e em gozá-lo. Contudo os esposos devem ter limites de uma moderação
justa. O matrimônio tem um duplo fim: O bem dos cônjuges (fidelidade) e a
transmissão da vida (procriação).
A fidelidade conjugal: - O casal de cônjuges forma uma íntima comunhão de vida e de amor que o Criador fundou e dotou com suas leis. Instaurando esse pacto conjugal com consentimento dos dois, eles não são mais dois, mas sim uma só carne. Esta aliança impõe a obrigação de manter a união una e indissolúvel.
A fecundidade no matrimônio - A fecundidade é um Dom e um fim do matrimônio. O filho não vem de fora, vem do ato de doação mútua, da qual é fruto e realização. Toda união através do matrimônio tem como finalidade constituir uma família. Os cônjuges são chamados a gerar a vida. Devem ser cooperadores do amor do Deus Criador, como que seus intérpretes. A missão própria deles é a geração e educação dos filhos. Os esposos podem espaçar os nascimentos dos seus filhos. Esse desejo não provém do egoísmo, mas sim de uma paternidade responsável. Os aspectos essenciais do matrimônio; unitivo e procriador, conservam o sentido de amor mútuo de verdadeiro ordenando o homem para sua altíssima vocação à paternidade. Os métodos de controle de natalidade como a observação dos períodos infecundos da mulher estão dentro dos critérios objetivos da moralidade. Esses métodos respeitam o corpo dos esposos. Em compensação é intrinsecamente má a realização da prática sexual onde se utilize métodos que venham a tornar impossível a procriação. Ex: preservativos, pílulas, etc... Estejam certos de que a vida dos homens e a missão de transmiti-la não se confinam ao tempo presente, mas estão sempre relacionados com a destinação eterna dos homens.
O dom do filho: - As famílias numerosas são vistas pela Igreja como um sinal de bênção Divina e da generosidade dos pais. O filho é o maior Dom do matrimônio e não pode ser considerado como “propriedade” dos pais, mas sim como uma pessoa que deve ser respeitada e amada por eles desde o momento de sua concepção. O Evangelho nos mostra que a esterilidade não é um mal absoluto, pois os esposos que não puderem ter filhos podem unir-se à cruz do Senhor, prestando auxílios importantes em favor do próximo ou adotando crianças desamparadas.
IV – "Ofensas à dignidade do matrimônio:"
O adultério: - Mostra a infidelidade conjugal. Cristo condena o
adultério mesmo de simples desejo. O sexto mandamento e o Novo Testamento
prescrevem o adultério. Os profetas denunciam sua gravidade e veem nele o
pecado da idolatria. O adultério é uma injustiça. Cometendo o adultério ferimos
o sinal da aliança que é o vínculo matrimonial, lesamos o direito do outro
cônjuge e prejudicamos o casamento. O Adultério prejudica também o bem da
geração da vida e dos filhos, que precisam da união estável dos pais.
O divórcio: O Senhor Jesus quis, por vontade do Criador, que o casamento fosse indissolúvel. Entre os batizados o casamento não pode ser dissolvido por nenhum poder humano, exceto pela morte. É uma ofensa grave à lei natural. Isso porque o divórcio rompe com o contrato consentido livremente pelos esposos de viverem um como o outro. Não se pode casar novamente, depois da primeira união matrimonial, porque quem resolve casar de novo passa encontrar-se em situação de adultério público e permanente. “Se o marido, depois de se separar de sua mulher, se aproximar de outra mulher, se torna adúltero, porque faz essa mulher cometer adultério; e a mulher que habita com ele é adúltera, porque atraiu a si o marido de outra”. (São Basílio). O divórcio acarreta vários problemas: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados com a separação dos pais, e muitas vezes disputados entre eles, e por seu contágio que o torna uma praga social. Quando um dos cônjuges é a vítima inocente do divórcio decidido por uma lei civil, ele não fere o preceito moral. Existe uma grande diferença entre o cônjuge que tentou ser fiel ao matrimônio e se vê injustamente abandonado e aquele que, por falta grave de sua parte, destrói um casamento canonicamente válido.
Outras ofensas à dignidade do casamento:
Poligamia: Vai diretamente contra a comunhão conjugal e o plano de Deus que nos
foi revelado, porque contraria a dignidade pessoal entre o homem e a mulher,
que no matrimônio se doam com um amor total e por isso mesmo único e exclusivo.
O cristão polígamo é obrigado por justiça a honrar as obrigações contraídas
para com suas antigas mulheres, bem como para com os filhos.
Incesto:
É a relação íntima entre os familiares em um grau de parentesco que os proíba
de se casarem. Compromete as relações familiares e indica uma regressão
animalesca. Podemos ligar ao incesto os abusos sexuais dos adultos contra
crianças ou jovens sob sua guarda, o que pode causar um dano escandaloso à
integridade física e moral. A união livre é quando um homem e uma mulher não
querem tornar legal e pública uma ligação que implica relação sexual, isto é,
recusa do casamento. É uma incapacidade de assumir um compromisso a longo
prazo. É uma situação que ofende o matrimônio, destrói a idéia de família e
enfraquece o sentido da fidelidade. O ato sexual só pode acontecer dentro do
casamento; fora dele é uma falta grave. Muitos hoje reclamam um "direito à
experiência" quando há intenção de se casar. Relações sexuais prematuras
não garantem a fidelidade dos esposos e nem os protege contra as fantasias e
caprichos. A união carnal só é legítima quando instaurada no casamento. O amor
humano não tolera a "experiência". Ele exige uma doação total e
definitiva das pessoas entre si.
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