A EXPECTATIVA DE
MARIA.
Durante nove
meses a Santíssima Virgem Maria trouxe consigo, dentro de seu ventre, o Filho
de Deus que se fazia homem. Durante nove meses a Santíssima Virgem Maria foi o
sacrário vivo da Majestade Infinita.
O
Filho de Deus se fez homem no seio da Virgem, e por isso, o Filho de Deus é
também o Filho da Virgem Maria.
O Filho de Deus formou-se no seio de Maria como
qualquer ser humano forma-se no seio de sua mãe.
O Filho de Deus alimentou-se
do sangue da Virgem Maria, formou sua carne no ventre de Maria e fez com que a
Virgem tivesse as indisposições normais de uma gravides normal; pulou no ventre
da Virgem como qualquer criança sadia pula no ventre de sua mãe, fez com que o
corpo da Virgem sofresse as alterações normais do corpo de uma mulher quando
está grávida: o ventre cresceu, as pernas, em determinados períodos se incharam
, o andar da Virgem durante a gravides foi cuidadoso, a respiração ofegante,
tendo sempre mal estar e precisando repousar com frequência, como qualquer
mulher grávida.
Então nada foi diferente a gravides da Virgem com a gravides de
qualquer mulher que espera seu filho. Durante nove meses a Virgem Maria viveu a
expectativa do nascimento de seu Filho, que era também o Filho de Deus.
Podemos
imaginar os colóquios amorosos, as conversas carinhosas da Santíssima Virgem
com o Tesouro que ela portava e trazia dentro de si.
Podemos imaginar os
momentos de oração e êxtase que a Virgem Maria passava no seu silêncio,
conversando com aquele que é Deus e se formava homem dentro de seu ventre;
aquele que se humilhava e tomava a
natureza humana para que todos os humanos tomassem a filiação divina.
Podemos
imaginar os cuidados da Virgem nas suas
longas viagens, primeiramente indo de Nazaré até a casa de Isabel, em uma
cidade na região montanhosa de Judá, quando já estava grávida, depois, saindo
de Nazaré e indo até Belém, e, desta feita, já no fim de sua gravides.
Podemos
imaginar a entrega total da Virgem nas mãos de Deus quando, em Belém, ela e
José procuravam um lugar para descansar e já o Menino prestes a nascer, e não
encontraram lugar nas casas de família, nos hotéis, nas hospedarias, e tiveram
que recorrer a um curral de animais para passar a noite, e ali o Menino Jesus
acaba nascendo.
Podemos imaginar quando a Virgem toma o Menino Jesus pela
primeira vez nos braços, quando ela se sentiu recompensada por todos os
sacrifícios, por todas as ingratidões dos homens, por todas as preocupações e
por toda a indiferença que sofreu durante todo o tempo de espera do seu amado
Filho.
Depois de nove meses de incompreensões, incompreensão até da parte de
José, na época seu noivo e agora seu esposo; depois de um final de gravides
agitado, tendo de fazer uma viagem de mais ou menos oitenta quilômetros e por
caminhos perigosos, a Virgem se sente recompensada porque agora tem em seus braços
aquele que o mundo esperava desde o início dos tempos, aquele que Deus Pai
prometera através dos santos e dos
profetas do Antigo Testamento; aquele que era esperado por todo povo para ser a
salvação de Israel, a glória de Judá e o Mediador entre Deus e os homens.
Agora
a Virgem Maria tem em seus braços o Filho de Deus que se fez homem para que
todos os homens se tornassem filhos de Deus; o filho que ela tem em seus braços
é também o Filho de Deus.
Podemos imaginar como agora ela o aperta em seus seios,
e ela o beija, consciente que está beijando o seu filho que é também o Filho de
Deus, e que é, portanto, Deus, um Deus que é seu Filho.
Se não fosse por Maria
não teríamos Jesus, não teríamos a Salvação. Se Maria não tivesse dito o seu
“sim” não teríamos no nosso meio, como um de nós, o Filho de Deus.
Se Maria não se fizesse “a escrava do
Senhor”, a Salvação não nos teria chegado.
Como devemos amar Maria. Como
devemos lhe agradecer o presente que ela deu à humanidade na noite do Natal.
Devemos nos entregar nas mãos da Santíssima Virgem Maria assim como o Filho de
Deus, que se fez homem, se entregou confiantemente. Devemos nos alimentar da
vida espiritual de Maria assim como o Filho de Deus se alimentou com o seu
leite materno.
O Filho de Deus confiou totalmente em Maria, e é esse o
exemplo que ele nos dá: como ele,
devemos confiar totalmente e sem restrições em Maria.
O Filho de Deus veio até
nós por meio de Maria, e todos nós devemos chegar ao Filho de Deus, ao próprio
Deus, por meio de Maria. Vamos todos a Jesus, mas conduzidos pelas mãos
virginais e maternais de Maria...
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