sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

OS MAGOS E O REI HERODES


OS MAGOS E O REI HERODES



Os magos, ao chegarem em  Jerusalém, perguntaram: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo.” (Mt 2,2).  
A chegada dos magos em Jerusalém com seu séquito provocou um grande alvoroço na cidade e na coorte real. 
O rei Herodes ficou surpreso e, “ao ouvir isso, o rei Herodes turbou-se, e toda a Jerusalém com ele. E, convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. E eles disseram: “Em Belém de Judá, porque assim foi escrito pelo profeta (Miquéias, 5, l): “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe, que apascentará Israel, meu povo.” (Mt 2,3-6). 
O rei Herodes, além de perturbado e surpreso, ficou também alarmado: como poderia ter nascido o rei dos judeus, se os judeus só tinha um rei que era ele próprio? Sentiu-se ameaçado no seu poder e o seu trono estava ameaçado de ser usurpado por um inocente menino recém-nascido. Como isso poderia ter acontecido se ele, Herodes, o rei dos judeus, não havia sido notificado a respeito? 
Herodes pressentiu seu trono ameaçado e abalado e isso Maria, a mãe de Jesus já havia prenunciado e cantado quando de sua visita à sua parenta Isabel: “Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. depôs poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.” (Lc 1,51-52).
    Herodes era um homem sanguinário; não hesitaria exterminar quem quer que fosse para preservar o seu trono; prova disso é que já havia mandado matar vários de seus palacianos, algumas esposas e até filhos seus. Diante da notícia trazida pelos magos e de sua pergunta: “onde havia de nascer o Messias?”.
Herodes, a princípio, fingiu humildade, submissão e alegria e muita fé e procurou tirar proveito daquela situação diante dos estrangeiros, mandando chamar secretamente os magos para que pudessem lhe informar onde pudesse localizar esse “pretenso rei” para que ele pudesse também  prestar-lhe homenagens mas a sua intenção era outra: “Então Herodes, tendo chamado secretamente  os magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em que lhes tinha aparecido a estrela; e, enviando-os a Belém, disse: “Ide e informai-vos bem acerca do menino, e, quando o encontrardes, comunicai-mo, a fim de que eu o vá adorar.” (Mt 2,7-8). 
E os magos partiram de Jerusalém à busca do “rei dos judeus”; “... e eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que, chegando sobre o lugar onde estava o menino, (a estrela) parou. Vendo novamente a estrela, ficaram possuídos de grande alegria. E, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, o adoraram.”  (Mt 2,7-11). 
Onde os magos encontraram o menino não era um palácio, como certamente esperavam, mas nem por isso se decepcionaram; prostraram-se e adoraram o menino no colo de sua mãe; por não ser um palácio, como esperavam, a fé e esperança deles não vacilaram  e nem diminuíram um só pouquinho. 
Por inspiração divina sabiam que se encontravam na presença daquele que, nascido de mulher e na mais extrema pobreza e desamparo, era o Rei do Universo. Entraram na casa e ali encontraram o menino com Maria, sua mãe e, tomados do mais profundo respeito e veneração , se prostraram por terra e adoraram o menino, reconhecendo nele Deus e Salvador do mundo; “... e, abrindo seus tesouros, lhe ofereceram presentes de ouro, incenso e mirra.” (Mt 2,11), realizando assim as profecias de Isaías que, inspirado por Yahweh, disse e escreveu: “Os reis serão os que te alimentarão, e as rainhas as tuas amas; com o rosto inclinado até a terra te adorarão e lamberão o pó de teus pés. E saberás que eu sou o Senhor, e que não serão confundidos os que esperam em mim.” (Is 49,23), e “As nações caminharão à tua luz, e os reis, ao resplendor da tua aurora.” (Is 60,3), e ainda mais Isaias: “Então tu verás, estarás na abundância, o teu coração se espantará e se dilatará fora de si mesmo, quando se voltarem para ti as riquezas do mar, e a fortaleza das nações vier ter contigo. Ver-te-ás inundada duma multidão de camelos, de dromedários e de Efa; todos virão de Sabá trazendo-te ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor.” (Is 60,5-6). 
O rei Davi, o grande rei, guerreiro e profeta, cantor e salmista, também inspirado pelo Espírito do Senhor, profetizou: “Os reis de Tarsis e as ilhas lhe oferecerão dons; os reis da Arábia e de Sabá lhe trarão presentes; e adorá-lo-ão todos os reis da terra, todas as nações o servirão, porque livrará o pobre do poderoso, e o indigente que não tem quem lhe valha.” (Sl 72 (71),10-13). 

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