FREI GALVÃO – SANTO ANTONIO DE
SANT’ANNA GALVÃO
Santo
Antônio de Sant’Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão
(Guaratinguetá, 1739 - São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi frade e primeiro
santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita
ao Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.
Biografia
O pai,
Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor da vila. Sua
mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famoso
bandeirante Fernão Dias Pais, o “caçador de esmeraldas”.
Antônio
viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de
prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana
e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade
de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já
se encontrava seu irmão José.
Lá fez
grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria
tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo
Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que
tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim,
renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16
anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.
A 16 de
abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após foi admitido à ordenação
sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes.
Foi então
mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os
seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa
época a sua “entrega a Maria”, como seu “filho e escravo perpétuo”, consagração
mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766.
Terminados
os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento,
cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e
o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um
Recolhimento de piedosas mulheres, as “Recolhidas de Santa Teresa”, em São
Paulo.
Fundação
de Novo Recolhimento
Neste
Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que
afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo
Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras pessoas,
considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi oficialmente
fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente.
Frei Galvão
tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo
capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o
fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que
havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as
recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês,
graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto.
Devido ao
grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante
catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a
construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei
Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o
Mosteiro da Luz, foi declarada “Patrimônio Cultural da Humanidade” pela UNESCO.
Frei Galvão,
além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana,
deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era
para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente
guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que
melhor manifesta a sua personalidade.
Em várias
ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro
lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o
bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não
saísse da cidade.
Diz uma
carta do “Senado da Câmara de São Paulo” ao Provincial (superior) de Frei
Galvão: “Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda
esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de
prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade”.
Frei Galvão
viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as
pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a
liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais,
municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não
havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões
acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com
grande caridade.
São
comemorados também, neste dia: Santos Crispim e Cipriano (mártires de Soissons),
São Baltazar de Chiavarie, São Gaudêncio, Santos Crisanto e Daria (mártires de
Roma), São Dulcardo de Micy (eremita), São Fronto (primeiro bispo de
Perigueux).
Nenhum comentário:
Postar um comentário