“DOU-VOS UM NOVO MANDAMENTO: QUE VOS AMEIS
UNS AOS OUTROS...” (Jo 13,34-35).
Desde toda a
eternidade Deus amou o homem. Amou-o tanto que fez o homem à sua imagem e
semelhança: “Deus criou o homem à sua
imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher, ele os criou.” (Gn
1,27).
O Senhor
criou o homem num estado de graça tão imenso que o homem, enquanto permaneceu
no paraíso terrestre, viveu a própria vida de Deus, ou seja, a vida da
felicidade total, da felicidade plena, e para que isso permanecesse, o Senhor
impôs ao homem e à mulher uma condição:
“Tomou, pois, o Senhor Deus ,o homem, e colocou-o no paraíso de delícias, para
que o cultivasse e o guardasse. E
deu-lhe este preceito, dizendo: “Come de todas as árvores do paraíso, mas não
comas da árvore do bem e do mal; porque,
em qualquer dia em que comeres dele, morrerás indubitavelmente.” (Gn 2,15-17).
Mas, o homem
não soube se manter nesse estado de vida. Preferiu seguir a sua própria vida,
as suas próprias idéias, os seus próprios impulsos, os seus próprios caprichos
e cometeu o pecado da desobediência, da soberba, tentando se igualar ao seu
Criador, conforme nos narra o primeiro livro das Sagradas Escrituras: “Mas a serpente era o mais astuto de todos
os animais da terra que o Senhor Deus fizera. E ela disse à mulher: “Porque vos
mandou Deus que não comêsseis de toda a árvore do paraíso?” Respondeu-lhe a
mulher: “Nós comemos do fruto das árvores que estão no paraíso. Mas do fruto da
árvore, que está no meio do paraíso, Deus nos mandou que não comêssemos e nem a
tocássemos,. não suceda que morramos.” Porém, a serpente disse à mulher: “Vós
de nenhum modo morrereis. Mas Deus sabe que, em qualquer dia que comerdes dele,
se abrirão os vossos olhos, e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal.”
Viu, pois, a mulher que o fruto da árvore era bom para comer, e formoso aos
olhos, e de aspecto agradável; e tirou do fruto dela e comeu; e deu a seu
marido que também comeu.” (Gn 3,1-6).
Induzida
pelo demônio, que nos é apresentado em forma de serpente, a mulher comeu do
fruto e o deu também ao homem, numa afronta direta à determinação divina e no
intuito de se igualar ao seu Criador, de serem outros deuses e conhecedores do
bem e do mal. Por este ato expresso de desobediência, o Senhor não permitiu que
eles morressem: “... porque, em qualquer
dia que comeres dele, morrerás indubitavelmente.” (Gn 2,17); mas, por amor
e misericórdia, o Senhor manteve acesa a sua vida e os expulsou do paraíso
terrestre que para eles havia feito para compartilharem da felicidade plena e
vida perfeita de Deus, e, nesse ato, o homem e a mulher perderam a participação
na vida da graça, na vida divina: “E o
Senhor Deus lançou-o fora do paraíso de delícias,, para que cultivasse a terra,
de que tinha sido tomado. E expulsou Adão, e pôs diante do paraíso de delícias
querubins brandindo uma espada de fogo,
para guardar o caminho da árvore da
vida.” (Gn 3,23-24).
Mas o Senhor
Deus jamais abandonou o homem. Mesmo o homem mergulhado no pecado por sua livre
e expontânea vontade, o Senhor continuou e continua acompanhá-lo, protegê-lo e
amá-lo através dos tempos e da história, sempre enviando ao seu povo homens
santos e iluminados pelo Espírito de Deus que não o deixa esquecer o seu
Criador, não o deixa se afastar do seu Senhor, conforme nos diz o profeta
Isaias: ... “não temas, porque eu te
remi, e te chamei pelo teu nome; tu és meu. Quanto tu passares por entre as
águas, eu serei contigo, e os rios não te submergirão; quando andares por entre
o fogo, não serás queimado, e a chama não arderá em ti. Porque eu sou o
Senhor teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador...” (Is 43,1-3).
Após
quatrocentos anos de escravidão no Egito, o Senhor suscitou Moisés para
libertar o seu povo. Moisés foi uma figura de vital importância nas mãos do
Senhor para indicar ao povo de Deus o seu verdadeiro destino. Moisés liberta o
povo de Deus da escravidão do Egito, conduz esse povo através do deserto até a
terra prometida, doutrina esse povo e o encaminha para as coisas de Deus,
deixando claro o infinito amor que o Senhor tem pelo seu povo. Deus sempre amou
e ama os homens e, por isso, deseja que todos vivam em abundância e sejam
plenamente felizes.
Por isso, e
para isso, o Senhor indica o caminho da felicidade, que é o caminho do amor. Moisés
é o portador dessa mensagem de Deus para os homens de boa vontade. Dizia
Moisés, no deserto, para o povo de Deus: “Estes
são os preceitos, as cerimônias e as ordenações que o Senhor vosso Deus me
mandou ensinar-vos, para que as observeis na terra,, à qual estais para passar,
a fim de tomar posse dela. Para que temas o Senhor teu Deus, e guardes todos os
seus mandamentos e preceitos, que eu te intimo a ti e a teus filhos e netos
durante todos os dias de tua vida, a fim de que se prolonguem os teus dias.
Ouve, ó Israel e cuida de fazer o que o Senhor te mandou, para que te suceda
bem, e te multipliques mais, como o Senhor Deus de teus pais te prometeu, numa
terra que mana leite e mel. Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e com
toda a tua força. E estas palavras que
hoje eu te intimo, estarão gravadas no teu coração.” (Dt 6,1-6).
A primeira
lei que o Senhor Nosso Deus coloca no coração dos homens é a lei do amor ao
Criador: “Amarás o Senhor teu Deus com
todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o
teu entendimento.” (Lc 10,27), e, depois do amor ao Criador, Deus suscita
no coração dos homens o amor ao seu próximo: “... e ao teu próximo como a ti mesmo.” (Lc 10,27). E depois nos
vem Jesus, a palavra de Deus personificada:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória como de Unigênito
do Pai, cheio de graça e verdade.” (Jo
1,14), que completou esse mandamento de amor, estendendo-o a todos os homens
para que os homens amassem ao Senhor e se amassem mutuamente, dando-nos um novo
mandamento: “Dou-vos um novo mandamento:
que vos ameis uns aos outros, e, que assim como eu vos amei, vos ameis também
uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns pelos outros.” (Jo 13,34-35).
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