SANTA
CATARINA DE ALEXANDRIA – SÉCULO III-IV
O século III
talvez tenha sido o mais trágico palco em que se desenrolou o drama da
perseguição e extermínio de cristãos. O vilão desse drama era o imperador
romano, tirano, cruel e violento. Defender o cristianismo, naqueles tempos, era
atrair para si a ira dos poderosos, no mínimo a prisão e o trabalho escravo,
quando não o exílio e, quase sempre, a morte.
E assim, como
o Povo de Deus nunca temeu sacrificar-se em nome da fé em seu Redentor , foi um
tempo em que floresceram milhares de mártires.
Figuras da
maior relevância pela inteligência, cultura e santidade perderam a vida em
defesa de sua fé cristã, combatendo a ignorância pagã, instrumento de domínio dos
mandantes.
Uma delas foi
Catarina de Alexandria.
A vida e o
martírio de Catarina de Alexandria estão de tal modo mesclados às tradições
cristãs que ainda hoje fica difícil separar os acontecimentos reais do
imaginário de seus devotos, espalhados pelo mundo todo.
Muito
venerada, o seu nome tornou-se uma escolha comum no batismo, e em sua honra
muitas igrejas, capelas e localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente.
O Brasil
homenageou-a com o estado de Santa Catarina, cuja população a festeja como sua
celestial padroeira. Alguns textos escritos entre os séculos VI e X , que se
reportam aos acontecimentos do ano 305, tornaram pública a empolgante figura
feminina de Catarina.
Descrita como
uma jovem de dezoito anos, cristã, de rara beleza, era filha do rei Costus, de
Alexandria, onde vivia no Egito. Muito culta, dispunha de vastos conhecimentos
teológicos e humanísticos.
Com
desenvoltura, modéstia e didática, discutia filosofia, política e religião com
os grandes mestres, o que não era nada comum a uma mulher e jovem naquela
época. E fazia isso em público, por isso era respeitada pelos súditos da Corte
que seria sua por direito.
Entretanto
esses eram tempos duros do imperador romano Maximino, terrível perseguidor e
exterminador de cristãos. Segundo os relatos, a história do martírio da bela
cristã teve início com a sua recusa ao trono de imperatriz.
Maximino
apaixonou-se por ela, e precisava tirá-la da liderança que exercia na expansão
do cristianismo. Tentou, oferecendo-lhe poder e riqueza materiais. Estava
disposto a divorciar-se para casar-se com ela, contanto que passasse a adorar
os deuses egípcios.
Catarina
recusou enfaticamente, ao mesmo tempo que tentou convertê-lo, desmistificando
os deuses pagãos. Sem conseguir discutir com a moça, o imperador chamou os
sábios do reino para auxiliá-lo. Eles tentaram defender suas seitas com saídas
teóricas e filosóficas, mas acabaram convertidos por Catarina.
Irado,
Maximino condenou todos ao suplício e à morte. Exceto ela, para quem tinha
preparado algo especial. Mandou torturá-la com rodas equipadas com lâminas
cortantes e ferros pontiagudos. Com os olhos elevados ao Senhor, rezou e fez o
sinal da cruz. Então, ocorreu o prodígio: o aparelho desmontou.
O imperador,
transtornado, levou-a para fora da cidade e comandou pessoalmente a sua
tortura, depois mandou decapitá-la. Ela morreu, mas outro milagre aconteceu.
O corpo da
mártir foi levado por anjos para o alto do monte Sinai. Isso aconteceu em 25 de
novembro de 305. Contam-se aos milhares as graças e os milagres acontecidos
naquele local por intercessão de santa Catarina de Alexandria. Passados três
séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro de
Santa Catarina e a igreja onde estaria sua sepultura no monte Sinai.
Mas somente no
século VIII conseguiram localizar o seu túmulo, difundindo ainda mais o culto
entre os fiéis do Oriente e do Ocidente, que a celebram no dia de sua morte.
Ela é padroeira da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, dos estudantes, dos
filósofos e dos moleiros - donos e trabalhadores de moinho. Santa Catarina de
Alexandria integra a relação dos quatorze santos auxiliares da cristandade.
São
comemorados, também, neste dia: Santos Adalberto e Guido de Casauria (monges),
Santo Alano de Lavaur (abade), Santo Erasmo de Alexandria (mártir), Santa Imina
de Karlburg (duquesa e abadessa). São comemorados, também, neste dia: São Pedro
de Alexandria, Santos Adalberto e Guido de Casauria (monges), Santo Alano de
Lavaur (abade), Santo Erasmo de Alexandria (mártir), Santa Imina de Karlburg
(duquesa e abadessa), Santa Jocunda e São Mecúrio.
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