TODOS OS SANTOS
O dia de
Todos os Santos deveria ser comemorado, como sempre foi, no segundo dia de
novembro que era feriado, mas, como deixou de ser feriado, a Igreja transfere
esta comemoração de todos os santos para o primeiro domingo do mês de novembro.
E o dia de
Todos os Santos, como sugere a comemoração, é dedicado a todos os santos
existentes; aos santos que nós conhecemos e aos santos que não conhecemos; aos
santos que sabemos o nome e a sua história, e aos santos que não sabemos o nome
nem a história de sua vida e que jamais ouvimos falar.
Esta data é
dedicada a todos os santos que todos conhecem o seu nome e aos santos anônimos.
A festa de todos os santos é uma das comemorações mais importante do calendário
litúrgico. A festa de todos os santos é a festa da família da Igreja.
A fé nos
apresenta os santos todos como nossos irmãos que viveram em épocas e lugares
diferentes; a fé nos apresenta os santos como membros da mesma família, da
família a qual todos nós pertencemos.
Como membros
dessa família, devemos nos encher de alegria e congratularmo-nos com os nossos
irmãos que já venceram o mundo, a carne e o demônio e se acham, agora, num
lugar onde não há mais lágrimas, sofrimento, tristeza ou dor.
Os santos
orientam-nos na penosa viagem para o céu. Eles nos indicam os meios que devemos
aplicar para chegarmos ao porto da salvação. E esses meios que eles usaram e
nos ensinam, são a observação dos mandamentos, da Lei de Deus, a observação da
caridade do próximo, os mandamentos da lei da Igreja, trabalho, oração,
mortificação, sofrimento.
A festa de
Todos os Santos é, para nos, que ainda caminhamos neste vale de lágrimas, um
dia de alegria, de consolo e de animação.
Os santos
foram o que nós somos hoje: lutadores e, muitos dentre eles, pecadores. Eles foram o que nós somos, e nós seremos o
que eles são: “Benditos do Pai.”
Guardemos a
esperança do céu. Quem tem esperança, santifica-se. (Cf Jo 3,3).
Nós cremos na
vida eterna. Na luta, na dor, no desânimo e nas tribulações, lembremo-nos da
glória que nos espera. Daqui a pouco tudo estará acabado e podemos, nós mesmos,
se seguirmos os ensinamentos de Jesus Cristo e os exemplos dos santos, nós
mesmos poderemos experimentar a verdade dita por Paulo Apóstolo, quando disse:-
“Olho algum viu, ouvido nenhum ouviu, nem
jamais veio à mente do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam.” 1Cor,
2, 9).
E santos não
são somente os que gozam da honra dos altares. Todos os que estão na casa do
Pai, gozando da eterna bem-aventurança da presença de Deus são os nossos santos.
Os nossos
parentes, amigos, benfeitores, os nossos antepassados que já passaram por esta
vida, por este vale de lágrimas, e que agora gozam da eterna bem-aventurança
são os santos que comemoramos no dia de todos os santos.
Quantos
conhecidos nossos lá estão e são comemorados no dia de hoje. Com quantos santos
nós convivemos e que hoje, na glória eterna eles rezam por nós, eles velam por
nós. Se estão na glória de Deus Pai, são santos, e simplesmente, para serem
santos, não há a necessidade de terem sidos canonizados e frequentarem os
nossos altares.
Nesta festa
de todos os santos somos convidados para lançarmos um olhar nas magníficas habitações celestes e contemplarmos as
multidões de santos e santas, aqueles benditos do Pai que se acham no reino que
lhes foi preparado desde o princípio dos tempos. (cf Mt 25, 34).
Não há
espetáculo aqui na terra, por mais belo e atraente que seja , que se possa
comparar com a grandiosidade do céu que hoje se abre à nossa vista. Vamos pedir
a todos os santos que nos acompanhem na caminhada deste vale de lágrimas e que um dia nos recebam na casa do Pai, assim como eles foram
recebidos pelos santos que os antecederam na glória eterna. (compilado do livro
“Na Luz Perpétua”, pg 723, 724).
Todos sabemos
e temos conhecimento, principalmente através das folhinhas e dos calendários
que a nossa Santa Igreja, em cada dia do ano nos propõe a veneração de um ou
mais santos, de um ou mais bem-aventurados que foram modelos de perfeição
cristã como a nos estimular na prática da virtude que nos leva ao nosso destino
eterno, a verdadeira imortalidade para a qual foram criados todos os homens.
Todos os dias
nós veneramos um ou mais santos. Todos os dias é dia de algum santo, conhecido
ou não. Mas, mesmo nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, mesmo que
veneremos cinco santos por dia, jamais veneraríamos todos os santos que estão
na casa do Pai.
Claro, não os
conhecemos a todos; são centenas de milhares, canonizados ou não; que
frequentam as honras dos altares ou não. E é por isso que a nossa Santa Igreja,
na sua sabedoria, instituiu o dia de todos os santos, para que nenhum santo
ficasse no esquecimento, seja ele conhecido ou não. No dia de todos os santos
nós veneramos os nossos irmãos que se encontram na glória eterna gozando das
bem-aventuranças eternas.
Veneramos
tanto os santos que honram os nossos altares como os santos que não foram
canonizados, quem sabe até os nossos parentes, conhecidos e amigos que já se
foram e se encontram gozando as delícias eternas com todos os santos, junto com
Deus e ao lado da Santíssima Virgem Maria. Não é necessário ser canonizado para
ser santo.
A Igreja
simplesmente canoniza alguns para que sirvam de modelo de vida cristã a todos
os demais que caminham neste vale de lágrimas, mas, em comparação às centenas
de milhares de santos que se encontram na casa do Pai, os canonizados são
poucos, pouquíssimos mesmo.
Todos os que
estão no céu, gozando da presença de Deus, são santos. Todos os que viveram em
plenitude as bem-aventuranças pregadas por Jesus Cristo e que foram perseguidos
por amor da justiça e do nome do Senhor, são santos. E é por isso que,
sabiamente, a nossa Santa Igreja , na comemoração do dia de Todos os Santos,
através dos Santos Evangelhos, nos lembra a todos as bem-aventuranças pregadas
por Jesus a todo o povo, do alto de uma montanha.
Quem levou e
leva à serio essas bem-aventuranças e, quem são injuriados, perseguidos,
caluniados e maltratados por seguirem à risca as bem-aventuranças pregadas,
ensinadas e vividas pelo Senhor Jesus, já são santos nesta terra e, quando
partirem para a outra vida, não tenham dúvidas meus irmãos, serão recebidos com
festas na morada eterna que Deus Pai preparou para todos. E, portanto, santos
não são somente aqueles que já gozam da presença eterna de Deus Pai.
Nós temos
muitos santos que hoje estão caminhando do nosso lado, vivendo conosco no nosso
dia-a-dia, padecendo conosco as agruras da vida, rindo conosco nas mesmas
alegrias e chorando conosco nas mesmas lágrimas as nossas tristezas e procurando
viver conosco as bem-aventuranças pregadas, ensinadas e vividas por Jesus
Cristo.
Santos somos
todos nós que vivemos a vida da graça, que vivemos a vida de Deus. “A terra está cheia de santos. São os pobres
e os aflitos, gente que chora porque foi privada das coisas mais necessárias
para sobreviver ou porque foram atingidas injustamente naquilo que existe de
mais sagrado. Santos são os mansos deste mundo, os que não tem forças para se
defender, os que não podem levantar a voz para reclamar os seus direitos. Santos
são os que tem fome e sede de justiça, que não se conformam com este mundo
violento... Santos são os misericordiosos que aprenderam com Jesus Cristo a lei
do perdão e do amor. Santos são os puros de coração que nunca se deixaram levar
pela corrupção... Santos são os que
promovem a paz, fonte de todos os bens, princípio da alegria...” (Padre
Virgílio, 07.11.82).
Santos somos
todos nós que caminhamos seguindo as pegadas de Jesus Cristo neste vale de
lágrimas.
São
comemorados também neste dia: São Licínio, São Tiago da Pérsia, Santa Maria, a
Eslava (virgem e mártir), São Floriberto de Ghent (abade), São Genésio de
Fontenelle (monge e bispo), São Germano de Montfort (monge), São Marcelo de
Paris (bispo).
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