sábado, 23 de novembro de 2019

MILAGRES DO PADRE DONIZETTI CONHEÇA A CURA RECONHECIDA PELA IGREJA E OUTROS DOIS RELATOS DE FIÉIS

MILAGRES DO PADRE DONIZETTI
CONHEÇA A CURA RECONHECIDA PELA IGREJA E OUTROS DOIS RELATOS DE FIÉIS

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Cura do pé torto congênito bilateral de Bruno Henrique Arruda de Oliveira, de 13 anos, foi a responsável pela beatificação após passar por 5 etapas: 'Eu me sinto especial, já nasci devoto'.
A principal exigência para o decreto de beatificação de um religioso é a constatação de um milagre. No caso de padre Donizetti, que viveu em Tambaú (SP), a cura do pé torto congênito bilateral em um bebê de Casa Branca (SP) foi o que passou por todos os requisitos e serviu como base para a fase do processo.
Contudo, esse é apenas um dos inúmeros relatos de curas associadas à intercessão do beato. Muitas delas foram até registradas em cartórios na época em que o padre estava vivo. 

De acordo com a mãe, Margarete Rosilene Arruda de Oliveira, Bruno foi diagnosticado com a deficiência congênita em 2006, logo no nascimento, mas teve dificuldade em conseguir uma consulta com um ortopedista especialista para falar sobre o tratamento.

Veja a trajetória e sete curiosidades sobre a vida do padre Donizetti.
Depois de cinco meses de espera, ela conta que o médico reafirmou o que ela já sabia: seu filho iria precisar usar gesso, botinha, aparelho e passar por cirurgias. Emocionada, ela conta como resolveu pedir um milagre ao padre Donizetti.
Hoje com 13 anos, o miraculado Bruno, termo usado para a pessoa que recebeu a benção, contou ao G1 que ficou sabendo da sua cura aos poucos, enquanto ia com os pais fazer exames.
“Ia ser muito difícil porque a gente é humilde e não teria condição de pagar uma cirurgia, ia ter que fazer várias e o pé nunca ficaria perfeito. E por mais que meus pés iam ficar posicionados no lugar, as pernas iam ficar arqueadas e eu ia provavelmente sofrer bastante bullying”, disse.

Sem dores ou sequelas
Hoje, sem dores ou sequelas, Bruno é parado na rua e questionado sobre o milagre por onde vai. “As pessoas me param e perguntam: ‘nossa, como que aconteceu? É verdade?’. Eu me sinto especial, porque não é uma coisa que você vê todo dia e uma palavra que expressa isso é gratidão, porque eu amo o padre Donizetti e sempre amarei. Eu já nasci devoto”, contou Bruno.

Anúncio do milagre
Em 8 de abril deste ano, a Igreja Católica anuinciou o reconhecimento do milagre em uma celebração no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú. Dois dias antes, o Papa Francisco aprovou e publicou o decreto do milagre que resultou na beatificação de Donizetti.
Na manhã de sábado (23), a cerimônia de beatificação será realizada na Chácara do Padre. A organização mobiliza cerca de duas mil pessoas na cidade.
Para que o processo continue e o beato seja canonizado (se torne santo), é necessário que mais um milagre seja reconhecido.
G1 questionou a Comissão Pró-Beatificação de Padre Donizetti sobre quais relatos estão sendo investigados para serem enviados ao Vaticano, mas o estudo é sigiloso.

Fiéis dizem que vitral anunciou milagre
O vitral do Santuário de Nossa Senhora Aparecida de Tambaú, feito em 1996, mostra o padre Donizetti segurando um bebê com os pés tortos para dentro, assim como a deficiência congênita. ).
Os fiéis acreditam que a imagem anunciou qual seria o milagre reconhecido 10 anos antes dele acontecer.

A cura do menino Braguinha
Outro milagre que também esteve incluso no processo foi o de José Alexandre Braga, o menino Braguinha, como ficou conhecido.
Segundo o aposentado, tudo começou quando ele tinha apenas 5 anos e sofria com uma doença degenerativa chamada osteocondrite, em Guaxupé (MG), onde morava com a família.
“Eu usava um aparelho nas pernas para poder ficar de pé e, sem ter noção de nada, falei para o meu pai que Deus ia fazer eu andar dentro da igreja em Tambaú”, contou.
Braguinha conta que, no dia seguinte, um caminhão que transportava trabalhadores quebrou em frente a sua casa e os passageiros contaram a história do “padre Donizetti de Tambaú” para o seu pai. Mesmo sem acreditar que daria certo, a família andou mais de 90 km em busca da benção, que havia sido anunciada pelo próprio garoto de 5 anos.
“O padre me deu a benção e falou para o meu pai que eu estava são. E meu pai falou: ‘desculpe, mas eu não acredito, para os médicos, ele está desenganado’. Mas ele lembrou que eu tinha falado que ia andar dentro da igreja. Aí o padre me levou no colo, tirou o aparelho e eu saí andando”, disse.Para comemorar, os fiéis montaram um gol com muletas no meio da multidão para ele jogar futebol com as crianças. A cena foi filmada e exibida em um documentário da década de 1950.
Quando era jovem, Braguinha chegou a jogar futebol profissionalmente nos times América Futebol Clube, de São José do Rio Preto, e Esporte Clube Noroeste, de Bauru.
“O meu milagre é um milagre violento. Faltava um bom pedaço de osso na minha perna. Depois do milagre não foi preciso nem parafuso, nem emenda, nada. Eu lembro como se fosse hoje. Quando eu conto para alguém até arrepia, é muito forte”, contou.

Gagueira de jornalista
Apesar de não ser um dos milagres reconhecidos pela Igreja durante o processo, a cura da gagueira do jornalista Joelmir Beting também é conferida ao padre Donizetti.
Em novembro de 2012, Juracilde Betinmg contou à EPTV que o irmão era gago e tinha dificuldades até para entrar na escola primária. Segundo ela, Joelmir só teria melhorado depois de ter recebido a benção do beato e tomado uma sopa com ele.
“Um dia eu fui com a minha mãe e ele no padre Donizetti. O padre já estava famoso pelos milagres e a gente lembra que tomou um pouco da sopa com o padre e ele deu essa benção para ele, dizendo que ele não ia mais ser gago e que ele ia ser um nome famoso”, contou na ocasião.
Juracilde lembra que a mãe ainda brincou com a situação humilde da família e não acreditou que ele seguiria carreira fora da cidade, mas o padre insistiu. Tempos depois, ele foi estudar em São Paulo e fez seu nome como um dos grandes comunicadores do Brasil.
Joelmir começou a carreira no jornalismo esportivo e é o autor da expressão "gol de placa", criada em homenagem a Pelé. Em 1962, sociólogo formado, trocou o jornalismo esportivo pelo econômico e ficou conhecido pela capacidade de traduzir a economia para uma linguagem mais informal.

Por Gabrielle Chagas, G1 São Carlos e Araraquara
20/11/2019 07h18  

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