segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MEDO DA MORTE

MEDO DA MORTE

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Todos nós sabemos que o nosso fim último é a morte. Todos morreremos um dia, isso é uma realidade incontestável e, a cada dia que passa, mais perto chegamos dessa realidade.
A cada dia que passa mais e mais tomamos conhecimento de pessoas que morrem: um parente, uma pessoa amiga, um vizinho, alguém da comunidade.
Dificilmente passa um dia sem termos conhecimento da morte de alguém; é só pegar o jornal e conferir quantas pessoas morreram no dia anterior. A morte convive conosco.
Mas, mesmo sendo a morte uma realidade, uma coisa com quem convivemos todos os dias, ainda não nos acostumamos com ela e talvez jamais nos acostumaremos.
A morte é sempre causa de dor, de tristeza, de lágrimas.

Todos tem medo da morte; uns mais, outros menos, mas todos tem medo da morte.
Todos temos medo do desconhecido e, muito embora a nossa fé seja motivo de esperança mesmo depois da morte, todos se sentem desprotegidos e inseguros quando se fala desse fim último de todos os seres viventes.
Mas uma pergunta sempre vem à nossa cabeça: porque termos medo da morte?
As promessas e as certezas que o Senhor Jesus nos deixou no seu Evangelho não seriam suficientes para nos encher de coragem e enfrentar esse momento difícil  na vida de cada um com coragem e esperança? Jesus nos diz no seu Evangelho que “na casa do Pai há muitas moradas e que se assim não fosse ele não teria dito isso” (cf Jo, 14, 1).
Na casa do Pai há muitas moradas para todos aqueles que ouvirem a voz do Bom Pastor e seguirem os seus ensinamentos, os seus mandamentos; mas, porque ainda persiste o medo da morte? A morte é fruto do pecado, e todos nós sem distinção, somos pecadores.
Todos sabemos que o pecado é a negação do plano de salvação de Deus; quando cometemos um pecado dizemos “não” a Deus e ficamos em dívida com ele. Segundo Santo Afonso Maria de Ligouri, “Três coisas costumam tornar amarga a morte: primeiro, o apego demasiado que temos com as coisas da terra. Segundo, o remorso que nos invade por causa dos pecados que cometemos e, terceiro, a incerteza da nossa salvação eterna.”
Todos nós relutamos contra a morte, porque somos apegados demais às coisas terrenas e lutamos para jamais deixar os nossos bens materiais, o nosso carro, a nossa casa, ou o que quer que seja que conseguimos, como dizemos, com suor e sangue.
A vida toda que vivemos não foi suficiente para que aprendêssemos que as coisas da terra, as coisas deste mundo são passageiras e que as coisas que tem realmente valor são as coisas do Reino de Deus, são as coisas do céu.           
E Santo Afonso Maria Ligouri continua nos seus escritos, dizendo: “Não há dúvida que o apego aos bens terrenos torna amarga e miserável a morte, como diz o Espírito Santo no livro do Eclesiástico (41, 1): “Ò morte, como é amarga a tua memória para um homem que tem a paz no meio de suas riquezas.”
Em segundo lugar, o que nos causa medo da morte são os pecados que cometemos durante toda a nossa vida, (e continua Santo Afonso Maria de Ligouri), “são os pecados cometidos que mais afligem e roem o coração dos pobres moribundos. Lembrando-se que eles deverão comparecer dentro de pouco perante o tribunal divino, se vêem nesse momento terrível rodeados de seus pecados, que os apavoram e lhes dizem: “Somos obras tuas; não te deixaremos.”, e o remorso invade o coração  do moribundo que se vê cheio de pecados diante do Juiz Eterno que vai o vai julgar logo após a sua morte.
E, em terceiro lugar, o que apavora o moribundo é a incerteza da sua salvação eterna após a sua morte. “A morte chama-se “trânsito”, porque, por ela se passa de uma vida para a outra, da vida breve para a vida eterna. Por isso é grande o espanto daqueles que morrem com dúvida de sua salvação e se avizinham do grande momento com justo temor de uma morte eterna.” (Santo Afonso Maria de Ligouri).
Sempre tivemos medo da morte, e nunca soubemos explicar as causas desse medo, mas, Santo Afonso Maria de Ligouri  nos indica as três principais causas, como vimos anteriormente, e que são: “primeiro, o apego às coisas terrenas; segundo, o remorso dos pecados cometidos e, terceira, a incerteza da salvação.”
Então, é o momento de nos sintonizarmos melhor com as coisas de Deus, viver com mais intensidade o nosso cristianismo, nos apegarmos mais às coisas do céu, evitar o cometimento de pecados que podem e devem ser evitados e acreditarmos nas palavras do Mestre que promete a salvação a todos os que ouvem a sua mensagem, seguem os seus mandamentos e acreditam nele; ”Não se perturbe o seu coração; acredite em Deus, acredita também em mim” (Jo, 14, 1), nos diz Jesus. “Porque deve ser muito grande a alegria dos santos quando vêem a morte se aproximar” (Sto Afonso Maria de Ligouri), porque os santos tem a certeza de que muito embora seus pecados tenham sido muitos, a misericórdia de Deus é maior do que o maior pecado do mundo.
Tenhamos confiança, e vamos nos preocupar mais com as coisas de Jesus Cristo porque, quando passarmos para a outra vida, será Jesus Cristo o primeiro a nos estender a mão para nos introduzir na vida que não se acaba mais, e vai nos dizer, com toda a certeza: “Vinde, benditos de meu Pai, tomem posse do reino preparado para vocês desde a criação do mundo...” (Mt 25, 34).

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