08 DE DEZEMBRO – FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
Ano C – Cor: Branco – Leituras: Gn 3,9-15.20; Sl 97; Ef 1,3-6.11-12; Lc
1,26-38.;
“POREI INIMIZADE ENTRE TI E A MULHER, ENTRE A TUA DESCENDÊNCIA E A
DELA. ELA TE FERIRÁ A CABEÇA E TU LHE FERIRÁS O CALCANHAR”. (Gn 3,15).
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Maria foi
escolhida por Deus para ser a Mãe do seu Filho desde o início dos tempos, a
criação do mundo, a queda do homem motivada pelo pecado. Nas primeiras palavras
das Sagradas Escrituras, quando da expulsão do homem que pecara no paraíso, o
Senhor Nosso Deus se dirige à serpente, dizendo - ``Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições
ao se calcanhar. `` (Gn 3, 15).
O homem comete
o primeiro pecado e é expulso do paraíso, mas Deus, (Gn 3,9-15) pelo seu imenso
amor, de imediato, prepara novas condições para que o homem se regenere e volte
às boas com o seu Criador. E, desde o
início da história do homem, aparece a figura de uma mulher poderosa que vai esmagar
pela cabeça o mal que aflige todos os homens.
Dessa mulher
nasce o homem por excelência, o homem que o Criador havia projetado para que
todos os homens fossem iguais a ele, o Emanuel, o Cristo.
E, a partir
desse homem que ordenou aos seus discípulos que fizessem de todos os povos
discípulos seus (cf Mt 28,19-20), a descendência dessa mulher, da qual o
protótipo foi o seu primeiro Filho, lutará por todo o sempre contra o mal,
combaterá até as últimas conseqüências o mal que passou dominar todos os
homens.
E, a partir
desse momento, Maria é escolhida por Deus como sendo aquela que pisará a cabeça
da serpente do mal, vindo, através dela, a salvação para todos os homens.
A figura de
Maria, a partir de então, começa a participar da história da salvação desde o
seu início.
Estava
decretado - a salvação viria por meio de uma mulher - e essa mulher pisaria a
cabeça da serpente e a serpente do mal procuraria sempre morder o seu
calcanhar.
O Criador quis
precisar de uma sua criatura para que a salvação viesse para todos os homens.
Mas a serpente
jamais atingiria sequer o calcanhar dessa mulher, porque o Senhor, desde o início
dos tempos, a preservou de todos os pecados.
Desde a sua
conceição imaculada, Maria é isenta de qualquer mancha de pecado.
E por isso que
sempre repetimos – “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós’
-, porque acreditamos que Maria, por ser escolhida para ser a Mãe do Filho de
Deus, jamais, em tempo algum poderia ter estado sujeita ao poder do pecado.
Com as
palavras “Maria Concebida Sem Pecado” confessamos que Maria, por uma exceção
especial, em virtude dos futuros merecimentos de Cristo, desde o primeiro
instante de sua vida ficou isenta do pecado original e revestida foi da graça
santificante.
Maria foi
concebida sem pecado original porque, desde o início dos tempos já estava sendo
preparada para ser a Mãe do Salvador de todos os homens.
Maria é
Imaculada porque o Santo dos Santos viria a este mundo por meio dela, e não
seria justo para o Deus que se faria homem habitar por nove meses o ventre de
uma mulher que já estivesse sido contaminada pelo pecado, que, pelo menos por
um segundo de sua vida, estivesse tido subjugada pelo pecado, estivesse sido
submetida ao poder do espírito do mal, e bem por isso, Maria foi concebida sem
pecado, é a Imaculada Conceição.
A figura de
Maria aparece muitas vezes no Antigo Testamento das Sagradas Escrituras, e a
sua presença se faz sentir em todos os tempos do povo judeu.
O Profeta
Isaias é um dos primeiros a afirmar que aquela mulher, da qual nasceria o
Salvador, apesar de ser mãe, permaneceria sempre virgem: “O Senhor vos dará este sinal - Uma virgem conceberá e dará à luz um
filho, e o seu nome será Emanuel.” (Is 7,14).
O Evangelista
Mateus, ao narrar a anunciação do Anjo e a dúvida de José quanto a honestidade
e fidelidade da Virgem Maria que havia concebido na sua virgindade, diz que o
Anjo, em sonhos, disse a José - ``Tudo
isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do
profeta, que diz - ``Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe
porão o nome de Emanuel, que quer dizer - Deus Conosco -``. (Mt 1, 23).
Maria é aquela
mulher citada pelo Criador quando o homem é expulso do paraíso.
Maria é aquela
mulher que pisaria a cabeça da serpente.
Maria é aquela
virgem citada pelo profeta Isaias e depois pelos Evangelistas Lucas e Mateus
que, mesmo sendo virgem, conceberia, ficaria grávida, e dela nasceria a
salvação, o Emanuel, Deus Conosco, Jesus Cristo.
Quando rezamos
o terço, no primeiro mistério gozoso dizemos - ``Contemplamos a anunciação do Anjo e a encarnação do Verbo``, confirmamos
uma das grandes verdades da nossa fé: “a encarnação do Verbo”, como disse Santo
Agostinho: “Um Deus que se fez homem para
que todos os homens se tornassem filhos de Deus”, e isso aconteceu no
ventre sacrossanto de Maria, a Imaculada Conceição.
Por trás dessa
afirmativa está toda a nossa história da salvação, está a Imaculada Conceição
de Maria, está Maria isenta de todo pecado, de toda mácula, está Maria que,
mesmo sendo mãe, permaneceu virgem, está Maria, a escolhida por Deus e
preservada de toda mancha pecaminosa para receber em seu santíssimo ventre
Jesus Cristo, ``O Verbo que se fez carne e veio habitar
entre nós``. (Jo 1, 14).
ORAÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II DIANTE DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA
NA "PIAZZA DI SPAGNA"
NA "PIAZZA DI SPAGNA"
Solenidade da
Imaculada Conceição - 8 de Dezembro de 2003
"Ó Mãe,
dá-nos a Paz! Rainha da Paz, roga por nós! Na festa da tua Imaculada Conceição
volto a venerar-te, ó Maria, aos pés desta imagem, que da "Piazza di
Spagna" permite ao teu olhar materno, contemplar esta antiga cidade de
Roma, que me é tão querida. Nesta tarde, venho prestar-te a homenagem da minha
devoção sincera. É um gesto, em que se unem a mim, nesta Praça, incontáveis
romanos, cujo afeto sempre me acompanhou em todos os anos do meu serviço à Sé
de Pedro. Estou aqui com eles para iniciar o caminho rumo ao sesquicentenário
do dogma, que hoje celebramos com alegria filial. Rainha da Paz, roga por nós!
O nosso olhar volta-se para Ti com emoção mais forte, recorremos a Ti com
confiança cada vez maior nestes tempos assinalados por não poucas incertezas e
temores pela sorte do presente e do futuro do nosso Planeta. A Ti, primícia da
humanidade redimida por Cristo finalmente libertada da escravidão do mal e do
pecado elevamos juntos uma súplica premente e confiante: escuta o grito
de dor das vítimas das guerras e de tantas formas de violência que ensanguentam
a Terra. Dissipa as trevas da tristeza e da solidão do ódio e da vingança. Abre
a mente e o coração de todos à confiança e ao perdão! Rainha da paz, roga por
nós! Mãe de misericórdia e de esperança, obtém para os homens e as mulheres do
terceiro milênio, o dom precioso da paz: paz nos corações e nas famílias,
nas comunidades e entre os povos; paz sobretudo para as nações onde em cada dia
se continua a combater e a morrer. Faz com que cada ser humano, de todas as
raças e culturas, encontre e acolha Jesus, vindo sobre a Terra no mistério do
Natal, para nos dar a "sua" paz. Maria, Rainha da Paz, dá-nos Cristo,
verdadeira paz do mundo!”
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