13
DE DEZEMBRO
SANTA
OTÍLIA OU ODÍLIA
A região da
Alsácia sempre foi muito disputada, pertencendo primeiro ao Império Romano,
depois ora à Alemanha, ora à França. No século VII, a Alsácia era um ducado da
Alemanha. Na época, o senhor do local era Aldarico, que desejava muito um filho
para ser o sucessor e herdeiro da sua rica cidade.
O duque era
recém-batizado, ainda não era um cristão muito rigoroso. No entanto era
generoso e aprovava a caridade feita pela esposa, Benvinda, de fato uma fiel
cristã.
Quando
Aldarico recebeu a notícia de que sua esposa teria um filho, ficou eufórico.
Porém, ao saber que nascera uma menina cega, expulsou a herdeira do castelo.
A
criança foi entregue às religiosas de um mosteiro, onde foi educada. Um dia,
elas receberam o bispo Heraldo, dizendo que um anjo, em sonho, lhe dera a ordem
de ir àquele mosteiro para batizar uma menina.
Apresentaram a
pequena cega, que ele batizou com o nome de Odília, que significa "luz de
Deus". No momento do sacramento, o bispo disse: "Que os teus olhos do
corpo se abram, como foram abertos os teus olhos da alma". Odília passou a
enxergar e recebeu o dom da profecia.
Assim, depois
se tornou uma das maiores místicas cristãs, com previsões que impressionam
ainda hoje. Em especial, aquelas da Segunda Guerra Mundial, descritas com
riqueza de detalhes.
Os registros
mostram que, posteriormente, ela passou a ser chamada por Otília. E que o
próprio bispo foi pedir para Aldarico receber a filha no castelo. Aldarico só
concordou porque já tinha nascido Hugo, irmão mais novo de Otília, o qual
intercedeu a seu favor.
Aos poucos,
ela cativou o coração de seu pai, com sua delicadeza, e comovente generosidade.
Arrependido do que lhe fizera, com verdadeiro amor de pai, quis compensá-la com
um bom casamento. Quando soube dessa intenção, Otília fugiu, pois queria seguir
a vida religiosa. Nesse momento, Aldarico se converteu, comovido com a atitude
da filha. Mandou expedir um decreto dizendo que estava perdoada, que podia
seguir sua vocação cristã e que fundaria um mosteiro para ela.
Foi assim que
o belo castelo de Hohenbourg, no alto de uma montanha às margens do rio Reno,
se tornou mosteiro. A primeira abadessa foi Otília, com muitas religiosas
sempre ingressando nele.
Como elas
atendiam todos os pobres, principalmente os doentes incuráveis e abandonados,
logo a abadessa fundou ali um hospital. Mais tarde, até Aldarico e Benvinda
ingressaram no mosteiro, onde morreram amparados pelos cuidados da futura santa
e amada filha. Os castelos herdados, Otília transformou-os em hospitais e
mosteiros.
Depois de
muitos anos dedicados à oração, penitência e a caridade, administrando
incansavelmente a imensa obra, Otília morreu serena e em paz.
Era o dia 13
de dezembro de um ano incerto, no final do século VII. Foi sepultada no seu
mosteiro de Hohenbourg, ao lado da fonte que fizera brotar com suas orações,
quando o mosteiro ficara sem água. Desde então, por sua intercessão os devotos
enfermos que molham os olhos com essa água conseguem a graça da cura. O local
se tornou um santuário em 1807, quando o papa Pio VII autorizou seu culto,
declarando-a santa, para ser festejada na data de sua morte.
Todos os imperadores
alemães, desde Carlo Magno no ano 800, lhe renderam homenagens. Até o papa São
Leão IX e o rei Ricardo I da Inglaterra foram, em peregrinação, visitar seu
túmulo. Santa Otília é intensamente venerada como protetora dos doentes da
visão, dos cegos e dos médicos oftalmologistas, principalmente entre os povos
de origem alemã. A Igreja a declarou padroeira da Alsácia, atual território
francês.
Os mosteiros e
os hospitais fundados por ela foram entregues aos monges beneditinos, que
mantiveram a finalidade inicial dada por santa Otília: a assistência aos pobres
e doentes incuráveis. E fizeram florescer uma vigorosa e robusta Congregação
religiosa espalhada pelos cinco continentes.
São
comemorados, também, neste dia: São Marimoni, Santa Luzia ou Lúcia (virgem e
mártir), Santo Alberto de Cambrai-Arras (bispo), Santo Antíoco de Suclcis
(mártir), Santo Arsênio de Monte Latro (monge), São Columba de Terryglass
(abade).
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