MARIA, A ESCOLHIDA POR DEUS.
“A origem de JESUS CRISTO foi assim: Maria,
sua mãe, comprometida em casamento com José, antes de coabitarem, achou-se
grávida pelo Espírito Santo.” (Mt 1,18).
Assim o Evangelista Mateus começa
a narrativa sobre a origem de Jesus
Cristo.
No tempo de Maria, como hoje, deveriam existir mulheres que se
destacavam na sociedade, na política, no poder, na riqueza.
Mulheres que, sem
sombra de dúvida, poderiam oferecer ao Filho de Deus um palácio, ao invés de
uma gruta onde pernoitavam vacas, jumentos e ovelhas; poderiam oferecer um berço digno de um recém-nascido ao invés
de um cocho de animais; poderiam oferecer aquecedores de ar ao invés do
respirar quente dos seres irracionais
que ali se encontravam.
Mulheres que poderiam providenciar e determinar
para que as primeiras visitas ao Filho de Deus recém-nascido fossem os mais
ricos e poderosos monarcas que existiam na época sobre a terra, ao invés dos
pobres, simples, humildes e sofridos pastores.
A providência divina age
diferentemente dos pensamentos humanos. O Senhor Nosso Deus não quis um palácio
para o seu Filho, já que o universo todo é seu.
O Senhor não quis para o seu
Filho um berço de ouro, já que tem a abóbada celeste para lhe servir de suporte
dos pés. O Senhor não quis para o seu Filho um aquecedor de ambiente para aquecê-lo já que o vento que
sopra dos quatro cantos da terra obedecem a sua voz.
O Senhor não quis para
visitar seu Filho ricos monarcas e poderosos reis, porque ele é o Rei dos Reis, e todos os
reinos do mundo lhe pertence.
O Senhor Nosso Deus não quis, para mãe de seu Filho,
uma mulher rica, poderosa, da sociedade, porque sabia que no coração dessas
mulheres não havia lugar para
“o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6); no coração dessas
mulheres não havia lugar para o “caminho” que devia ser trilhado, para a
“verdade” que seria transmitida a toda a humanidade e para a “vida” que deveria
ser vivida, pois os corações dessas mulheres estavam por demais encharcados das
coisas da terra.
Para a mãe de seu filho o Senhor não procurou mulheres em
palácios ou na sociedade, mas escolheu a mais pobre, a mais humilde, exatamente
numa das mais pobres e humildes cidades da Galiléia e, exatamente, numa das
casas mais pobres da mais pobre cidade da Galiléia.
Para a mãe de seu Filho o
Senhor não escolheu a mulher mais rica da terra, a mais culta sobre as coisas
terrenas, mas escolheu aquela que estava familiarizada com as coisas do
céu: escolheu uma mulher desapegada das
coisas do mundo, possuidora de um coração desapegado, pobre, puro e humilde; um
coração que o Senhor sabia que poderia não entender o que estava acontecendo com
ele, mas que se submeteria dócil e livremente à vontade de Deus, se fazendo “a escrava do Senhor” (Lc 1,37), ainda
que isso lhe custasse as mais cruciantes dores.
E foi pela pobreza e
simplicidade de Maria que nos veio a maior riqueza imaginável: Jesus, aquele
que também viveu a pobreza de Maria e com Maria no despojamento total das
coisas do mundo. Jesus, com Maria, na pobreza da casa de Nazaré, viveu os
momentos mais belos que livro algum deste mundo teve condições de nos narrar;
nem os Santos Evangelhos fazem isso, a narração da vida vivida por Jesus e
Maria na pobreza e simplicidade da casa de Nazaré.
Não houve quem tivesse
condições de contar, de narrar, de transmitir, de escrever o que se passou na
humilde casa de Nazaré onde viveram juntas as duas pessoas mais santas que já
pisaram o nosso chão: Jesus e Maria.
E como Jesus deve ter amado Maria. Como
Jesus deve ter falado, conversado com sua mãe, Maria. Se o próprio Senhor Jesus
amou, e como amou Maria, porque não a amamos também, pelo menos para seguirmos
o exemplo de Jesus? Se, a exemplo de Jesus, amamos Maria de verdade, não
tenhamos dúvidas, Jesus está contente conosco porque Maria é a mãe de Jesus, e
qual é o filho que não gosta de ver sua mãe amada, venerada e respeitada por
todos?
Quem ama Maria de verdade segue seus conselhos de mãe e qual foi o
conselho que ela nos deu quando
participava, com seu Filho, de um casamento na cidade de Canaã, na Galiléia? É
certo que ela se dirigia, na oportunidade, aos que serviam os convidados do
casamento mas, naquele momento, os serventes representavam toda a humanidade.
Disse Maria naquela ocasião: “Fazei tudo
o que ele voz disser.” (Jo 2,5). Maria, naquele momento, falava aos
serventes do casamento mas, através do tempo e da história, ela continua a nos
repetir, todos os dias, esse mesmo conselho.
E hoje, mais do que nunca, Maria
continua a nos repetir essa frase, esse conselho que jamais envelhece e que
jamais perde o seu significado, o seu sentido, a sua força, porque essa frase,
esse conselho está inserido no Evangelho, e o Evangelho é eterno porque é a
palavra do Senhor.
A vontade de Maria é que cada um de nós, que
nos dizemos cristãos, faça a vontade de Jesus.
Foi exatamente isso que Maria fez antes de tudo: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”
(Lc 1,37).
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