SÃO FRANCISCO XAVIER -
1506-1552
Durante o período do descobrimento, entre os séculos
XV e XVI, o cristianismo encontrou nos missionários da Companhia de Jesus, os
jesuítas, a forma de iniciar a evangelização nas Américas e no Oriente: Índia,
Japão e China.
Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas,
foi o fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha,
em 7 de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para
ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos,
na Universidade de Paris.
Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e
sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma
universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e
tudo mudou.
Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas.
Loyola sonhava
formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no
mundo. Viu em Francisco alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou
conquistá-lo para a causa. Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do
orgulho e da ambição que Xavier tinha, projetadas em si por sua família.
Loyola, enfim, convenceu-o com uma frase que lhe tocou a alma: "De que
vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36).
Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao seu autor, Jesus
Cristo.
Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor,
ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais.
Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para
receber a ordenação sacerdotal.
Celebrou sua primeira missa com trinta e um
anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos
doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade.
Com outros companheiros,
fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem
ninguém tinha coragem de recolher.
Foi então que D. João III, rei de Portugal,
pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que
acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias.
O
grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco
Xavier decidiu tomar o seu lugar.
O navio, com novecentos passageiros, entre
eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de
uma viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um
ano. Durante todo esse tempo,
Francisco trabalhou em todos os serviços mais
humildes do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente,
chegaram ao porto de Goa.
Desde então, Francisco Xavier realizou uma das
missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os
nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos,
fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra,
enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região.
Acabou saindo das
Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas
na China. Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o
debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e
seis anos de idade.
A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622.
Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco
Xavier foi, com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e
pelo trabalho tão significativo recebeu o apelido de "são Paulo do
Oriente".
São lembrados também, neste dia: São Galgano Guidotte, São
Sofonias e São Birino, São Jasão, São Mauro e sessenta e dois soldados
(mártires de Roma), Santo Henrique da Suécia (monge), São Lúcio (rei da
Bretanha), São Lúcio de Coira (bispo), São Galgano Guidote.
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