NATAL...
“E A PALAVRA SE FEZ HOMEM E VEIO HABITAR
ENTRE NÓS” (Jo 1,14).
Diácono Milton
Restivo
“Estando
José e Maria ali (em Belém), completaram-se os dias do seu parto, e Maria deu à
luz seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura por
não haver lugar para eles na estalagem.” (Lc 2,6-7).
E o Anjo Gabriel visitou Maria em sua pequena
e pobre casa de Nazaré e lhe anunciou que ela fora escolhida pelo Senhor para
ser a Mãe do Salvador.
Nove meses depois da visita do Anjo Jesus
nasce na gruta de Belém.
Para relembrar esse maravilhoso
acontecimento, em todos os fins de ano, o povo faz festas bonitas, presépios de
todos os tamanhos e formas.
E isso é bom. Isso é ótimo. Quando fazemos
isso é porque queremos festejar a data natalícia de Jesus, o Filho de Maria.
Mas, quando essa data acontecer, convém que
saibamos que o presépio real, onde Jesus nasceu, não era nem um pouquinho
bonito. O local onde Maria deu à luz a Jesus era pobre, paupérrimo mesmo e
chocante, sem conforto e sem condições de recepcionar qualquer ser humano que
estivesse nascendo, muito menos o Filho de Deus que se fazia homem.
Mas, porque Maria teve de se submeter a tanta
humilhação, tanto sofrimento, e Jesus teve de nascer ali, entre animais, e ser
colocado num cocho que lhe serviu de primeiro berço num curral que servia de
abrigo a animais e que cheirava a urina e esterco, num lugar cheio de besouros
e baratas?
Você, minha irmã, que é mãe e que preparou da
melhor maneira possível o enxoval de seu pequenino filho ou filha, e que deu à
luz num quarto de hospital com toda higiene, atendida por médicos e
enfermeiras, como você se sentiria se tivesse de dar á luz ao seu filho ou
filha nas condições que Maria deu à luz a Jesus? E, principalmente, pela
ingratidão do ser humano? Você já parou para pensar nisso?
E você, meu irmão, que é pai, se você
estivesse no lugar de José, ver a sua esposa dar à luz num curral de animais
mal cheiroso, sem assistência, sem higiene e sem segurança?
Mas, porque Jesus Cristo teve de nascer ali,
nessas condições?
A ordem do imperador, vinda lá de Roma, era
clara. Para saber quantos súditos o imperador tinha, ele obrigou a todos os
povos que estavam sob seu domínio a se inscreverem na cidade onde cada um havia
nascido; e a família de José era de Belém, e, por isso não teve outro jeito:
José teve de sair da cidade de Nazaré, no norte, aproximadamente cento e trinta
quilômetros de distância, e levando sua esposa, Maria grávida de mais de oito meses,
e se dirigir até a cidade de Belém, no sul, para ser recadastrado (cf. Lc
2,1-3).
Será que imaginamos como foi incômoda, para
Maria, essa viagem através do deserto escaldante, correndo riscos de ladrões,
animais selvagens, peçonhentos, frio a noite e calor escaldante durante o dia
como só acontece no deserto?
Era o jeito de o imperador de Roma saber
quantas pessoas existiam na Judéia naquele tempo. Por isso José viajou para
Belém, sua terra natal, levando consigo Maria, sua esposa, grávida de mais de
oito meses (cf Lc 2,4). Viagem longa de mais de centro e trinta quilômetros.
As estradas por onde deveriam passar eram
perigosas, se é que existiam estradas, cheias de ladrões e animais selvagens e
peçonhentos. Tiveram que passar por desertos onde, de dia, a temperatura
chegava aos cincoenta graus e à noite caia para zero grau centígrado.
E nos contam as Sagradas Escrituras que,
quando José e Maria chegaram à cidade de Belém, Maria já estaria sentindo as
dores das contrações do parto, procuraram abrigo e não encontraram lugar para
se hospedarem nos hotéis, ou pensões ou mesmo em casas de família (cf Lc 2,7).
Ou tudo já estava lotado, ou os donos dos
hotéis e hospedarias não quiseram oferecer pousada para gente tão pobre e que
não podiam pagar a estadia, como era o caso de José e Maria.
Diz-nos o evangelista que, ao chegarem à cidade,
completaram-se o tempo de Maria dar à luz (cf Lc 2,6-7). E Maria não estava bem;
já estava em trabalho de parto. José precisava encontrar, com urgência, um
lugar para que Maria pudesse descansar dos incômodos da viagem, principalmente
por já ter chegado ao final de sua gravidez. Na rua eles não poderiam ficar.
Como não acharam acomodações em um lugar
decente, José lembrou-se que, quando entrava na cidade de Belém, notara que
havia, num lugar ermo, uma cobertura, um curral onde os bovinos muares e
rebanhos de ovelhas. Já que não encontrara lugar entre os homens, buscou entre
os animais. José buscou um abrigo onde os animais passavam a noite que ele vira
na entrada da cidade, um pouco afastado do centro de Belém.
E José para lá decidiu se dirigir com sua
esposa já nas dores incontroláveis do iminente parto. E foi ali, daquele lugar
com falta total de acomodações, de conforto e de higiene, cheirando a urina e a
estrume, com insetos que vivem disso, besouros e baratas, que Maria deu à luz;
e foi ali que Jesus nasceu: no estábulo somente José e Maria, e agora também...
Jesus.
Que belo lugar para o Criador de todas as
coisas nascesse...
Quando, hoje, uma mulher tem o seu primeiro
filho, sua mãe está ali, do seu lado para ajudá-la, para apoiá-la, para lhe dar
o conforto tão necessário nesses primeiros momentos de uma mãe que tem o seu
primeiro filho.
Em Belém, com Maria, quando nasceu o seu
primeiro filho, o primeiro e único, com Maria, além de José, não havia mais
ninguém além de alguns animais e insetos alheios a tudo o que estava
acontecendo: a aurora da salvação da humanidade. A família de Maria estava
longe, lá em Nazaré, a centro e trinta quilômetros de distância. A família de
José também.
O Menino nasceu, foi enrolado em alguns panos
(que panos?), e colocado em um cocho, onde os animais comiam sal e ração, e,
como colchão e travesseiro, foram-lhe improvisados feixes de capim (cf Lc 2,7).
Seu primeiro banho, quem sabe, teria sido a água cheia de baba do cocho onde os
animais bebiam ou água de uma poça de água suja da chuva...
Somente os pastores, avisados pelos anjos,
vieram de longe para lhe fazer a primeira visita ( Lc 2,8-12).
Não apareceu nenhuma pessoa de importância do
lugar: nem o prefeito, nem vereadores, nem deputados, nem senadores, nem gente
da alta sociedade, nem médicos e advogados, nem gerentes de banco ou
proprietários de indústrias. Nem coordenadores ou presidentes de entidades
religiosas. Somente gente pobre mesmo, os discriminados, os descamisados.
Só os pobres pastores visitam o Menino Jesus
pela primeira vez. Só os pobres, os amados do Pai; tudo pobre.
Os poderosos, os governantes, os doutores da
lei, os ricos, os que usam perfumes para disfarçar o mau odor de suas atitudes
e má administração, ninguém tomou conhecimento do nascimento de Jesus.
Será que caberia na cabeça dessa gente que se
julgava tão importante, que Jesus, o Filho de Deus, o Messias prometido, o Rei
dos Reis, teria nascido numa gruta de Belém e estava deitado num cocho onde os
animais comiam?
Se alguém lhes contasse isso, eles, os ricos
e poderosos, poderiam julgar que não passava de uma piada, e uma piada de muito
mau gosto, e teriam rido muito dessa piada.
Será que os ricos e poderosos poderiam
acreditar que o Senhor Nosso Deus teria realizado a sua promessa de mandar o
Salvador, por meio daquela pobre, desconhecida e humilde moça de Nazaré, sem
ter falado com eles, sem ter pedido a opinião deles, sem ter consultado os
doutores da lei e que, aquele menino deitado no cocho de um curral fosse
realmente o Messias esperado há tanto tempo e que viera para salvar o povo
judeu da opressão dos estrangeiros, conforme acreditavam eles? Os entendidos,
os poderosos, os políticos, os ricos, os doutores da lei, na sua prepotência, arrogância
e jactância jamais poderiam aceitar isso. Mas, que absurdo isso acontecer. Somente
os ignorantes, os pobres, os humildes, os simples, os pequenos, os renegados
pela sociedade conseguem levar a sério uma notícia como essa e acreditar nela. São
nesses que Deus acredita.
E tudo o que estava acontecendo já havia sido
profetizado no Antigo Testamento, tudo estava contido nas Sagradas Escrituras
como os dirigentes dos municípios, estados e nações sabem, mas não tomam providências.
Os doutores da lei sabiam de tudo o que os
profetas haviam adiantado sobre a vinda do Messias, o nascimento do Salvador do
gênero humano, mas, onde já se viu: o Filho de Deus nascer de uma família
pobre, no meio dos pobres, escolher os pobres para visitá-lo no dia de seu
nascimento, chamar os ignorantes para anunciar que a salvação já havia chegado.
Como poderia o Filho de Deus nascer dessa
maneira, sendo que ele, segundo o entendimento dos sábios, ricos e poderosos,
políticos e dominadores, deveria ter nascido, ou no palácio do rei Herodes, ou
no palácio do governador de Jerusalém, ou em qualquer outro palácio que
quisesse nascer, rodeado de todas as honrarias, mordomias e conforto; então
porque o Rei dos reis escolheu nascer assim?
Isso jamais coube na cabeça dos ricos, dos
grandes, dos poderosos, dos políticos e dominadores, e isso até hoje. Talvez hoje
eles aceitem, porque é um fato consumado, mas continuam não entendendo o porque
o Senhor nosso Deus preferiu os pobres para com eles conviver e chamá-los para
o seu Reino; porque Deus fez isso, se o poder terreno está totalmente nas mãos
dos ricos e poderosos?
Mas, voltemos ao presépio, aos presépios que
fazemos hoje para relembrar o nascimento de Jesus nas nossas casas e nas nossas
igrejas. Na época em que festejamos o nascimento de Jesus Cristo, as igrejas
costumam montar os seus presépios e muitas casas particulares também montam os
seus presépios, e, muitas famílias, de longa data, têm esse costume, ou por
devoção, ou por promessa. Procuram retratar o nascimento de nosso Senhor Jesus
Cristo com imagens de gesso e com brotos de arroz servindo de capim e serragem
de madeira como se fosse o chão e as estradas.
Os presépios buscam nos levar de volta ao
acontecimento real, que é o nascimento de Jesus Cristo. Mas, um presépio, por
mais artístico que seja, e somente tem a pretensão de ser artístico, por mais
bem feito que seja jamais nos retratará com fidelidade a tudo aquilo que
realmente aconteceu naquela noite fria de ausência total de amor e calor humano
na gruta de Belém.
Os presépios dão-nos apenas uma fria e vaga e
distante idéia.
Mas, pensando bem, é melhor termos o presépio
para nos lembrar daquela noite do que nada termos que nos recorde a maior
ingratidão do gênero humano: é melhor termos o presépio do que nada termos e
deixarmos que a nossa imaginação se perca e esqueçamos-nos da noite em que a
humanidade ingrata recebe das mãos de Maria aquele que viera para tirar o
pecado do mundo.
Convenhamos, o presépio é muito frio, é tudo
gesso, pedra, pau, serragem, broto de arroz e fantasia, e não nos dá aquele
calor necessário para compartilharmos dos sofrimentos do Santo Casal, José e
Maria, para chegarem até ali e depois, da alegria de ver nascido aquele que
seria o Caminho que nos levaria à verdade, da Verdade que nos daria a vida, e
da Vida que jamais se extinguiria. A melhor maneira de entendermos bem um
presépio, de partilharmos das alegrias e tristezas de Maria e José, de ouvirmos
realmente o choro do Menino Jesus que estava envolto em paninhos (paninhos?)
(cf Lc 2,7) e, principalmente, para vivermos realmente o nascimento de Jesus
Cristo e dele nos lembrarmos com constrangimento de tê-lo deixado nascer como
nasceu, porque nós também, com as nossas atitudes, temos culpa disso.
A melhor maneira de entendermos bem o
presépio é visitarmos uma favela, uma família necessitada, uma família que mora
num barraco, muitas vezes não muito longe de nossa casa, e vermos que ainda
hoje o drama de Belém continua acontecendo.
Essas favelas, essas famílias necessitadas
estão mais perto de nossas casas, mais perto de nós do que podemos pensar. E,
quando acontece a noite de natal, todos nos reunimos para festejar o nascimento
do Menino Jesus. E, nessa oportunidade sempre colocamos a nossa melhor roupa,
nos dirigimos até a “nossa” igreja de carro ou de ônibus, ou mesmo a pé, e
sempre participamos da liturgia do nascimento de Jesus Cristo numa igreja toda
iluminada, toda enfeitada de flores, toda decorada, com a apresentação de um
coral de vozes maravilhosas e muitas vezes vestido a rigor, e, no presépio, na
frente do altar, um Menino Jesus de gesso, com os olhos azuis, com a pele clara
como leite, com os cabelinhos encaracolados e loirinhos, apenas vestido com uma
fraldinha, com os braços abertos e a nos sorrir, numa atitude acolhedora, como
se a realidade fosse essa.
Depois de havermos participado dessa liturgia
de natal, muitos de nós vamos para casa, participamos de uma ceia, de uma
reunião familiar, reunião de amigos, e, comendo e bebendo, comemoramos o Cristo
que nascera em Belém. Tudo
isso parece bom. Mas, nessa oportunidade, em que foi feito tudo isso, nessa
mesma noite, quantos Meninos Jesus que nasceram e estão nascendo nas favelas,
nos barracos, debaixo das pontes, até próximos de nossas casas, rejeitados pela
sociedade como foi o próprio Senhor Jesus que comemoramos o seu nascimento com
tanta fé, ou com tanta... gula...
Quantos “Meninos Jesus” nasceram e estão
nascendo no exato momento em que comemoramos, na igreja, o nascimento de Jesus,
não como ele realmente nascera, porque, hoje, nós o fazemos nascer em igrejas
iluminadas e enfeitadas; mas sabemos que não foi bem assim; quantos “Meninos
Jesus”, brancos e negros nasceram e nascem no exato momento em que,
distorcidamente, comemorávamos o nascimento do Senhor; “Meninos Jesus” brancos
e negros que nasceram e nascem nas favelas, nos barracos, debaixo das pontes,
sem assistência médica, sem higiene, sem calor humano, assim como nasceu o
Menino Jesus no curral de Belém. Quanta hipocrisia...
Eu fico meditando sobre os “Meninos Jesus”
dos nossos dias, que não tem a pele clarinha, nem os olhos azuis, e nem os
cabelos tão loiros como o Menino Jesus que colocamos nos nossos presépios, mas
que tem a pele morena ou preta, os olhos negros e os cabelos pretos encaracolados;
esses “Meninos Jesus” que continuam nascendo nas favelas, nos barracos, debaixo
das pontes, perto das nossas casas, sem qualquer assistência fraterna, médica,
humana ou governamental, da mesma forma que nasceu Jesus, o filho de Maria.
Podem crêr: no dia do nascimento de Jesus
Cristo os palácios de Belém e Jerusalém e as casas dos ricos e poderosos
daquelas cidades estavam todos iluminados e promovendo festas, e Jesus, o filho
de Maria nascia rejeitado por tudo e por todos num abrigo de animais, sendo
colocado num cocho de animais, porque não havia para ele sequer um berço
decente.
Os nossos natais de hoje não são diferentes
da noite do nascimento de Jesus Cristo; na nossa ânsia de comemorar,
festivamente e erroneamente o nascimento de Jesus, ignoramos os pequeninos
Jesus, brancos, morenos e negros, que nascem hoje da mesma forma que nasceu
Jesus há dois mil anos atrás. A humanidade, de lá para cá, não modificou quase
nada.
As nossas casas, no natal, estão iluminadas,
com luzes que acendem e apagam intermitentemente nos alpendres e nas árvores. Veneramos
um Menino Jesus branco, de olhos azuis e cabelos encaracolados e loiros, de
gesso no presépio e ignoramos e rejeitamos os “Meninos Jesus” que nascem, hoje,
nas favelas, nos barracos, nas portas dos hospitais e debaixo das pontes.
Participamos
das liturgias do natal nas nossas igrejas extremamente lotadas, iluminadas,
enfeitadas e decoradas, enquanto que, na escuridão da noite, às vezes até nas
escadarias das igrejas, continuam nascendo, das pobres e sofridas “Marias”, sob
a proteção dos cansados e desiludidos “Josés”, os “Meninos Jesus” brancos e
pretos, que também, como Jesus de Nazaré, são colocados, por falta de berço, no
chão, porque o egoísmo do mundo, a opressão dos homens e a falsa fé e destorcida
crença de muitos não lhes deram a oportunidade de ter sequer um berço onde pudesse
repousar sua cabeça no primeiro dia em que participa da vida neste vale de
lagrimas. Trinta ou mais anos mais tarde, Jesus diria, tristemente,
lembrando-se desse momento: “As raposas
têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde
reclinar a cabeça”. (Mt 8,18-20).
Precisamos
participar de tudo o que a nossa igreja nos oferece, nos sugere e nos incentiva,
mas não podemos ficar só nisso, nessa hipocrisia.
Jesus
continua nascendo nos arredores da nossa cidade, na vizinhança de nossas casas,
nas escadarias da nossa igreja, como nasceu
nos arredores de Belém.
Se quisermos
entender o que seja o natal verdadeiro, é o próprio Senhor Jesus quem nos diz: “O que você fizer a um desses pequeninos é a
mim que você está fazendo” (Mt 25,40). Você está fazendo isso? O verdadeiro
natal, o natal verdadeiramente cristão e aquele em que vamos ao encontro de
Jesus na pessoa do pobre e do necessitado.
É
Natal. Será que não seria interessante, começarmos, desde agora agir
diferentemente no nosso natal, não deixando, a partir de hoje, que o Menino
Jesus, na pessoa do pobre e do desamparado, continue nascendo sem assistência
médica, sem higiene e sem calor humano, e sendo degrau para a promoção dos
políticos?
Ou
vamos continuar nos enfeitando, bebendo e comendo no natal, e que os “Meninos
Jesus” dos nossos dias continuem nascendo da forma que o verdadeiro Menino
Jesus nasceu... ... ...
FELIZ
NATAL, MEU IRMÃO... FELIZ NATA, MINHA IRMÃ...
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