SANTO
ODILO - 962-1049
Odilo nasceu
em 962, na cidade francesa de Auvergne. Seu pai era Beraldo, da nobre família
Mercoeur e sua mãe Gerberga. Narra a tradição, que a sua vida espiritual
começou na infância, aos quatro anos de idade.
Era portador de uma deficiência
nas pernas que o impedia de andar. Certa vez, sua governanta o deixou sentado
na porta da igreja, enquanto foi falar com o padre.
Odilo aproveitou para rezar
e se arrastou até o altar, onde pediu à Virgem Maria que lhe concedesse a graça
de poder caminhar. Neste instante, sentiu uma força invadir as pernas, ficou de
pé e andou até onde estava a empregada, que, junto com o vigário, constatou o
prodígio.
Assim que terminou os estudos ingressou no Mosteiro beneditino de
Cluny, em 991. Tão exemplar e humilde foi seu trabalho que, quando o abade e
santo Maiolo sentiu que sua hora era chegada, elegeu-o seu sucessor, em 994.
Este cargo, Odilo ocupou até a morte. Ele era um homem de estatura pequena e
aparência comum, mas possuía uma força de caráter imensa. Soube unir suas
qualidades inatas de liderança e diplomacia, com a austeridade da vida
monástica e o desejo de fazer reinar Cristo sobre a terra.
Desta maneira
conseguiu, num período difícil de conflitos entre a Igreja e o Império, realizar
a doutrina de paz e fraternidade pregadas no Evangelho. Exerceu sua influência
sobre os dois, de modo que se estabeleceu a célebre "trégua de Deus",
conseguida, grande parte, por seu empenho.
Como alto representante da Igreja
que se tornara, era procurado e consultado tanto pelos ilustres da corte como
pelos pobres do povo, atendendo a todos com a mesma humildade de um servo de
Cristo. A sua caridade era ilimitada, tanto que, para suprir as necessidades
dos famintos e abandonados, chegava a doar as despensas do mosteiro.
Até a
valiosa coroa, presenteada pelo imperador Henrique II, e os objetos sagrados da
Abadia foram vendidos, quando a população se viu assolada pela peste, em 1006.
Mesmo assim os recursos foram insuficientes, então, Odilo se fez um mendigo
entre os mendigos, passando a pedir doações aos príncipes e à aristocracia
rica, repassando para a população flagelada.
No trabalho religioso, aumentou a
quantidade dos mosteiros filiados à Abadia de Cluny, que de trinta e sete
passaram a ser sessenta e cinco.
Naquela época, Cluny se tornou a capital de
uma verdadeira reforma monástica, que se difundiu por toda a Europa e, pode-se
dizer que Odilo, quinto abade de Cluny, era considerado o verdadeiro chefe da
cristandade, porque o papado teve de se envolver com os problemas políticos da
anarquia romana.
Em 998, por sua determinação, todos os conventos beneditinos
passaram a celebrar "o dia de todas as almas". Data que Roma
implantou para todo o mundo católico em 1311, com o nome de "dia de
finados". Foi ainda eleito Arcebispo de Lion pelo povo e pelo clero,
chegando a ser nomeado pelo Papa João XIX, mas recusou o cargo.
Em 31 de
dezembro de 1049, morreu com fama de santidade, no mosteiro de Souvigny,
França. O seu culto foi reconhecido pela Igreja e incluído no calendário dos
beneditinos de todo o mundo, cuja comemoração passou do dia 2 de janeiro para
19 de janeiro.
São venerados também, neste dia: São Canuto IV da Dinanarca (rei
e mártir), São Alberto de Casehel (bispo), São Arcôncio de Viviers (bispo e
mártir), São Januário e companheiros (mártires da Numídia) e São Mário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário