“...VIMOS SUA ESTRELA NO ORIENTE...”
(Mt 2,2)
Os magos,
homens sábios, vindos do Oriente e que haviam visto a sua “estrela”, saíram de
suas terras e vieram até onde estava o menino Jesus para adorá-lo: ”Onde está o rei dos judeus, que acaba de
nascer? porque nós vimos a sua estrela
no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mt 2,2).
Mais de dois anos antes do
nascimento de Jesus o Profeta Balaão já profetiza sobre essa estrela vista
pelos magos: “Eu o verei, mas não agora;
eu o contemplarei, mas não de perto; nascerá uma estrela de Jacó, levantar-se-á
uma vara de Israel...” (Nm 24,17).
O Profeta Isaías, mais ou menos
seiscentos anos antes desses acontecimentos, com grande esplendor, também se
manifesta e profetiza essa grande maravilha, a estrela de Belém, anunciando o
nascimento do Messias , “recebe a luz, Jerusalém,
porque chegou a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti. Porque eis que as trevas cobrirão a terra, e
a escuridão os povos; mas sobre ti nascerá o Senhor, a sua glória se verá em
ti. As nações caminharão na tua luz, e os reis, ao resplendor de tua aurora.”
(Is 60 1-3).
E Isaías continua: “Então tu
verás, estarás na abundância, o teu coração se espalhará e se dilatará fora de
si mesmo, quando se voltarem para ti as riquezas do mar, e a fortaleza das
nações vier ter contigo. Ver-te-ás inundada duma multidão de camelos, de
dromedários de Madiã e de Efa; todos virão de Sabá, trazendo-te ouro e incenso,
e publicando os louvores do Senhor.” (Isaías, 60, 5-6). Isaías não se cala: “Estarão sempre abertas as tuas portas;
elas não se fecharão nem de dia nem de noite, a fim que te seja trazida a
riqueza das nações e te sejam conduzidos os seus reis.” (Is 60,11).
E para
que se cumprisse essas profecias, os magos, em terras longínquas, lá do
Oriente, vêem uma estrela diferente no céu que anunciava um grande
acontecimento e não tiveram dúvidas, se colocaram a caminho para adorarem o Rei
dos Judeus que havia nascido.
As Sagradas Escrituras se omitem quanto ao número
de magos: poderiam ser dois ou mais; a
tradição optou pelo número três, possivelmente pelos presentes que foram dados
ao “Rei dos Judeus recém-nascido”, ouro, incenso e mirra.
Nos escritos sagrados também não é citada a nobreza que é atribuída a esses
magos. O Evangelista Mateus apenas se atém a chamá-los de “magos”, sem se
preocupar com o número e o grau de importância que eles teriam na sociedade.
Nos sagrados escritos também é omitido o nome desses personagens, deixando-os
no anonimato, mas, a partir do século VIII começaram a ser mencionados seus
nomes, como sendo Melchior, Baltazar e Gaspar, sendo este último, negro, mas
isso apenas nos é transmitido pela tradição. Assim o Evangelista Mateus nos
narra a significativa visita dos magos a Jesus, após o seu nascimento: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de
Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos chegaram do Oriente a
Jerusalém, dizendo: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Porque nos
vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mt 2,1-2).
O Messias
nasceu na penúria em Belém,. cidade e casa do rei Davi; nasceu para a salvação
de Israel e glória de Judá. Mas nem Israel e nem Judá deram importância a esse acontecimento maravilhoso que fora
predito, cantado e esperado por todos os profetas do Antigo Testamento.
Somente os pobres e humildes pastores vieram
até ele, convidados que foram pelos
Anjos (Lc 2,8-13). Somente os
pobres, humildes e oprimidos pastores chegaram
até Jesus para adorá-lo no seu
berço improvisado. Ninguém mais... Israel, Judá, ou a cidade de Jerusalém não
se importaram e nem se alegraram com o nascimento do Salvador. A salvação que
ele veio trazer a todos os homens é oferecida a todos, mas somente é bem
recebida aos que a procuram com o coração puro e sincero. Quanto tempo depois
de seu nascimento é que surgiram os magos? Não sabemos.
Ninguém sabe, porque os
Evangelhos não o citam. Pelos fatos que
se seguiram, e pelas atitudes de Herodes,
possivelmente, o menino Jesus estive com aproximadamente dois anos. Não
vamos nos ater a isso. O importante é que, uma estrela diferente de todas as
conhecidas até então, brilha no firmamento; uma estrela que já fora preconizada
e antevista pelos profetas antes de Cristo.
Todo o povo de
Israel e todos aqueles que se diziam conhecedores das Sagradas Escrituras
conheciam essas profecias e sabiam que, quando nascesse o Messias, o Salvador
aguardado, alguma coisa de diferente aconteceria nos céus, pois os profetas Balaão e Isaías já
haviam alertado sobre esse fenômeno, mas ninguém se importou com isso.
Alguns
estrangeiros, os magos, a viram lá de longe, de muito longe de suas terras e
sabiam que essa estrela tinha um significado todo especial e se propuseram a
segui-la, fosse para onde fosse, não se importando com a distância e nem com os
contratempos que isso fosse acarretar. E essa estrela conduziu os magos até a cidade
de Belém.
Quando eles saíram de suas terras, qual o percurso que fizeram e
quanto tempo caminharam? Não
sabemos. O que sabemos é que os magos concluíram, através de seus estudos e
meditações, que aquela estrela era o prenúncio de um grande acontecimento e que
os céus abriram suas portas e a salvação havia chegado, e que o menino
recém-nascido era o “Rei dos Judeus”, que nem os próprios judeus tinham
conhecimento que havia nascido: o maior de todos os reis da terra e de todos os
tempos, o Rei dos reis e, talvez por isso, passaram primeiro no palácio do rei
Herodes porque, imaginavam, um grande rei só poderia ter nascido num palácio
real, e esta foi a primeira grande contradição que Jesus trouxe aos homens:
ele, o Rei dos reis não nasceu em palácio mas em um humilde abrigo de animais à
beira da estrada.
Ao chegarem em
Jerusalém, perguntaram: “Onde está
o rei dos judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no
Oriente, e viemos adorá-lo.” (Mt 2,2).
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