SÃO
MÁRIO
Na metade do
século terceiro, em 251, houve um novo reflorescer de toda a Igreja, do Oriente
e do Ocidente, inclusive o papa Cornélio pôde presidir um sínodo de sessenta
bispos.
Entre 268 e 270, o imperador era Cláudio II, que não decretou
oficialmente nenhuma perseguição ao cristianismo.
Entretanto, na maioria dos
antigos calendários litúrgicos foram fixados, ao longo desses dois anos, os
martírios de Mário, Marta, Audifax, Ábaco e do sacerdote Valentim.
Este último,
morto porque continuava unindo os casais em matrimonio, contrariando o decreto
do imperador.
Os cinco testemunhos foram narrados cerca de um século depois dos
fatos, de maneira que se confundiram entre si e a presença do padre Valentim
serviu para reforçar ainda mais esta antiga tradição. Ela conta que Mário,
Marta, Audifax e Ábaco vieram em peregrinação da Pérsia até Roma, para venerar
os túmulos dos apóstolos, Pedro e Paulo.
Nos arredores da cidade acabaram
ajudando um sacerdote, Valentim, a enterrar os corpos de duzentos e sessenta
mártires, que jaziam decapitados e abandonados ao lado de uma estrada. Eles
foram flagrados no cemitério, em Salária e presos.
A partir deste ponto a
tradição passou a citar, Mário e Marta como um possível casal, qualificando
Aldifax e Ábaco como seus filhos ou irmãos de Mário. A dúvida sobre se eram ou
não um casal, vem do forte carisma do sacerdote Valentim, já existente neste
século, cuja veneração se fortaleceu tanto alcançando o terceiro milênio e
atingindo todos os recantos do mundo.
Todos morreram, mas não renegaram a fé e
se recusaram a prestar culto ao imperador. Os homens foram decapitados na Via Cornélia. Primeiro Mário, seguido por Aldifax e Ábaco, exceto o sacerdote Valentim, martirizado quase um mês depois.
Marta, mesmo informando que ainda não havia recebido o batismo, também morreu,
afogada num poço há treze milhas fora dos muros de Roma. Mais tarde, uma cristã
conseguiu levar seus corpos para um túmulo situado em seu terreno, na própria
Via Cornélia.
Nesse local, na propriedade de Boccea, surgiu uma igreja, cujas
ruínas existem ainda hoje. Treze séculos depois, em 1590, os corpos foram
descobertos e as relíquias guardadas em igrejas da Itália e Alemanha.
A grande
difusão do nome Mário vem precisamente deste santo. No antigo idioma céltico
ele é o sinônimo de macho, mas popularmente se diz que é considerado o
masculino de Maria.
Mais um motivo da devoção do primeiro dos mártires da via
Cornélia ter mantido sua presença, de forma constante e tenaz, em todos os
calendários litúrgicos da Igreja, até os nossos dias.
São venerados também,
neste dia: São Canuto IV da Dinamarca (rei e mártir), São Alberto de Casehel
(bispo), São Arcôncio de Viviers (bispo e mártir), São Januário e companheiros
(mártires da Numídia), Santo Odilo.
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