SÃO MARCELO I – PAPA - 308-309
No início do
ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja viveu um longo e confuso
período de sua história, recheado de incertezas e de perseguições, que a
desorganizou, inclusive internamente.
Neste quadro, apareceu a singela figura
de Marcelo I, confundido por muitos anos com o próprio Marcelino pois, alguns
biógrafos acreditaram que eram a mesma pessoa e outros historiadores afirmaram,
que ele havia sido apenas um padre.
Vejamos como tudo se esclareceu e a relevância
deste Papa e Santo, para a Igreja. Os anos trezentos, também para o Império
Romano não foram nada agradáveis, pois já se delineava a sua queda histórica.
O
imperador Diocleciano que se mostrava um tirano insensato e insano, também já
não governava por si mesmo, era comandado pelo "vice" Gelásio. Foi a
mando dele, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta
perseguição aos cristãos, estendida para todos dos domínios do Império. E
continuou, após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador Maxêncio.
A
Cátedra de São Pedro vivia num período de "vicatio", como é chamado o
tempo de ausência entre a eleição legítima e a entrada de um novo pontífice.
Foi uma época obscura e de solavancos para toda a Igreja, que agonizava com a
confusão generalizada provocada pelas heresias e pelos "lapsis", esta
figura sombria que surgira em conseqüência das perseguições.
Em 27 de maio de
308, foi eleito o Papa Marcelo I, um presbítero de origem romana, humilde,
generoso, de caráter firme e fé inabalável.
Ele assumiu a direção da Igreja,
após quatro anos da morte do seu predecessor e se ocupou da difícil tarefa de
sua reorganização. O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou
muito bem atestado pelas fontes da época.
Nestes relatos se constatou o
comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os "lapsis" ou
"renegados", como eram chamados os cristãos que, por medo, haviam
publicamente renunciado a Fé em Cristo.
A esse respeito, existe o registro de
um elogio feito ao papa Marcelo I pelo papa Damásio I em 366, com muita
justiça. Enquanto muitos bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos,
especialmente para os que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas
menos radical. Severo, decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um
período de penitência.
Também, determinou que nenhum concílio podia ser
convocado sem a prévia autorização do papa. Mas acabou sendo preso por ordem do
imperador Maxêncio, que o exilou e obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a
qual fôra transformada em estábulo.
Morreu em conseqüência dos maus tratos
recebidos, no dia 16 de janeiro de 309. A Igreja declarou Marcelo I santo e
mártir da fé, para ser festejado nesta data . As suas relíquias estão guardadas
na Cripta dos Papas no cemitério de Santa Priscila, em Roma.
São venerados
também, neste dia: Santo Honorato de Arles (bispo), São Ferréolo de Grenoble
(bispo mártir), Santa Priscila de Roma (mãe de família mártir), São Ticiano de
Veneza (bispo), São Tamaro.
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