sexta-feira, 26 de outubro de 2018

FREI GALVÃO - SANTO ANTONIO DE SANT'ANNA GALVÃO - 1739-1822

FREI GALVÃO - SANTO ANTONIO DE SANT'ANNA GALVÃO - 1739-1822

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Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, cidade não distante do Santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 1739 de uma família profundamente piedosa e conhecida pela sua grande caridade para com os pobres. Batizado com o nome de Antônio Galvão de França, depois de ter estudado com os Padres da Companhia de Jesus, na Bahia, entrou na Ordem dos Frades Menores em 1760.
Foi ordenado Sacerdote em 1762 e passou a completar os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até à sua morte ocorrida a 23 de Dezembro de 1822.
A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, e por uma devoção particular e uma dedicação total à Imaculada Conceição, como «filho e escravo perpétuo».
Além dos cargos que ocupou dentro da sua Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, ele é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como 'Mosteiro da Luz', do qual tiveram origem outros nove mosteiros.
Além de Fundador, Frei Galvão foi também o projetista e construtor do Mosteiro que as Nações Unidas declararam  Patrimônio cultural da humanidade.

Enquanto ele ainda vivia, em 1798 o Senado de São Paulo definiu-o «homem da paz e da caridade», porque era conhecido e procurado por todos como conselheiro e confessor, além de o franciscano que aliviava e curava os doentes e os pobres, no silêncio da noite.

Sua vida desde a infância.
Antonio Galvão de França nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo, cidade que na época pertencia a Diocese do Rio de Janeiro. Com a criação da diocese de São Paulo, em 1745, Frei Galvão viveu praticamente nesta diocese: 1762-1822.
O ambiente familiar era profundamente religioso. Antonio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antonio, com a idade de 13 anos, para Belém (Bahia) a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Ficou no colégio de 1752 a 1756, com notáveis progressos no estudo e na prática da vida cristã. Com o clima antijesuitico provocado pela atuação do marquês de Pombal, Antonio entrou para os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro e Alcântara, em Taubaté, SP.
Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 1760, Antonio ingressou no noviciado no convento de São Boaventura, na vila de Macacu, no Rio de Janeiro.
Aos 16 de abril de 1761 fez a profissão solene e o juramento, segundo o uso dos franciscanos, de se empenhar na defesa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, doutrina aceita e defendida pela ordem franciscana. Um ano depois da profissão religiosa, Frei Antonio foi admitido a ordenação sacerdotal, aos 11 de julho de 1762, no Rio de Janeiro.
Depois de ordenado, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, com o fim de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia como também exercitar-se no apostolado. Sua maturidade espiritual franciscano-Mariana teve sua expressão máxima na "entrega a Maria" como seu "filho e escravo perpétuo", entrega assinada com o próprio sangue aos 9 de novembro de 1766.Terminados os estudos em 1768, foi nomeado pregador, confessor dos leigos e porteiro do convento.
Foi confessor estimado e procurado, e, muitas vezes, quando era chamado ia a pé, mesmo aos lugares distantes. Em 1769-70 foi designado confessor do Recolhimento de Santa Teresa, em São Paulo. Neste recolhimento, encontrou irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e grande penitência, que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo recolhimento. Frei Galvão, como confessor, ouviu e estudou tais mensagens e solicitou o parecer de pessoas sábias e esclarecidas, que reconheceram tais visões como válidas.
A data oficial da fundação do novo recolhimento é 2 de fevereiro de 1774. Irmã Helena queria modelar o recolhimento segundo a ordem carmelitana, mas o bispo de São Paulo, franciscano e intrépido defensor da Imaculada, quis que fosse segundo as concepcionistas aprovadas pelo papa Júlio II, em 1511. A fundação passou a se chamar Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Previdência, e Frei Galvão, o fundador de uma instituição que continua até nossos dias.
Aos 23 de fevereiro de 1775 morreu, quase imprevistamente, irmã Helena. Frei Galvão encontrou-se como único sustentáculo das recolhidas, missão que exerceu com humildade e grande prudência. Pelo grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento.
Durante quatorze anos (1774-1788), Frei Galvão cuidou da construção do recolhimento. Outros quatorze (1788-1802) dedicou á construção da Igreja, inaugurada aos 15 de agosto de 1802. A obra, "materialização do gênio e da santidade de Frei Galvão", em 1988, tornou-se por decisão da Unesco "patrimônio da Humanidade".
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da ordem franciscana, deu muita atenção e o melhor de suas forças à formação das recolhidas. Para elas escreveu um regulamento ou estatuto. Em 1929, o recolhimento tornou-se mosteiro, incorporado á ordem da Imaculada Conceição (concepcionistas).
Frei Galvão foi mandado para o exílio pelo capitão-general de São Paulo porque tomou a defesa do soldado Gaetaninho. A população, porém, se levantou contra a injustiça de tal ordem, que imediatamente foi revogada. Em 1781, o Servo de Deus foi nomeado mestre do noviciado de Macacu, Rio de Janeiro, pelos dotes pessoais, profunda vida espiritual e grande zelo apostólico.
O bispo, porém, que o queria em São Paulo, não fez chegar a ele a carta do superior provincial, «para não privar seu bispado de tão virtuoso religioso (...) que desde que entrou na religião até o presente dia tem tido um procedimento exemplaríssimo pela qual razão o aclamam santo". Frei Galvão foi nomeado guardião do convento de São Francisco em São Paulo, em 1798, e reeleito em 1801. A nomeação de guardião provocou desorientação nas recolhidas da Luz.
A preocupação das religiosas é necessário acrescentar aquela do "Senado da Câmara de São Paulo" e do bispo da cidade, que escreveram ao provincial: "Todos os moradores desta Cidade não poderão suportar um só momento a ausência do dito religioso (...). Este homem, tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho: todos acodem a pedir­-lho; é o homem da paz e da caridade".
Graças a estas cartas, Frei Galvão tornou-se guardião, sem deixar a direção espiritual das recolhidas e do povo de São Paulo. Em 1802, Frei Galvão recebeu o privilégio de definidor pela solicitação do provincial ao núncio apostólico de Portugal, porque "é um religioso que por seus costumes e por sua exemplaríssima vida serve de honra e de consolação a todos os seus Irmãos, e todo o Povo daquela Capitania de São Paulo, Senado da Câmara e o mesmo Bispo Diocesano o respeitam como um varão santo".
Em 1808, pela estima que gozava dentro de sua ordem, foi-lhe confiado o cargo de visitador geral e presidente do capítulo, mas devido a seu estado de saúde foi obrigado a renunciar. 
Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o recolhimento de Santa Clara em Sorocaba, no estado de São Paulo.
Quando as forças impediram o ir-e-vir diário do convento de São Francisco ao recolhimento, obteve dos seus superiores (bispo e guardião) a autorização para ficar no recolhimento da Luz.
Durante sua última doença, Frei Antonio passou a morar num "quartinho" (espécie de corredor) atrás do tabernáculo, no fundo da igreja. Terminou sua vida terrena aos 23 de dezembro de 1822, pelas 10 horas da manhã, confortado pelos sacramentos e assistido pelo seu padre guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos. Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do recolhimento que ele mesmo construira. Frei Antonio de Sant'Anna Galvão foi definido pela Câmara de São Paulo como «o homem da paz e da caridade", por uma inspiração do Espírito Santo. E esta definição constitui a marca da vida do santo.
A coleta bem como as demais orações da liturgia da missa em honra de Frei Galvão sublinham estas duas grandes virtudes, que brilharam na vida e na obra do santo Galvão.
Desde pequeno foi iniciado ainda pela mãe a ajudar os pobres de Guaratinguetá, pois dona Izabel, ao morrer, havia deixado todas as suas vestes para os pobres.
O pai, Antonio, sempre foi solícito pelos mais necessitados. Portanto, aprendera em família a amar os prediletos de Deus. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do "recolhimento". "Foi frade de muita caridade, foi frade de muita vida espiritual, antes de tudo", escreveu Frei Henrique Golland Trindade, mais tarde bispo de Botucatu, SP.
Além desse testemunho, temos o depoimento das religiosas mais antigas do recolhimento da Luz, que afirmam: "Amava os pobres e muitas vezes pagava as suas dividas. Mesmo de noite ia visitar os doentes e procurava animar e consolar os aflitos".
Frei Galvão é o religioso no qual o coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros:"O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades".
Escreveu Altenfelder Silva: "Em pouco tempo, irradiou-se a fama de suas virtudes por toda a capitania, de longínquas paragens acorriam os fiéis para com ele se confessar implorar suas orações, em busca de conselhos e de conforto espiritual".
Frei Basílio Rówer assim o.descreve: "um religioso que encheu a cidade com o esplendor de virtude, que beneficiou muitas localidades da capitania com sua assistência (...) era procurado para confissões, para apaziguar discórdias e mesmo para arranjos de negócios temporais, pois além de zeloso era sábio e prudente". Podemos dizer com Frei Vicente Maria Moreira: "dele ninguém se aproximava sem se retirar melhor na doce impressão de ter visto um santo, conversado com um santo, beijado as mãos sagradas de um santo", porque Frei Galvão era acima de tudo um franciscano que viveu o evangelho nas duas virtudes primordiais: a caridade e a paz. Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.
Depois, o Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por sua intercessão.
Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo, Brasil.
São comemorados também, neste dia: Santos Crispim e Cipriano (mártires de Soissons), São Baltazar de Chiavarie, São Gaudêncio, Santos Crisanto e Daria (mártires de Roma), São Dulcardo de Micy (eremita), São Fronto (primeiro bispo de Perigueux).

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