PAPA CANONIZA OSCAR ROMERO, ARCEBISPO DE EL
SALVADOR, E O PAPA PAULO VI
Os dois foram duas das figuras mais
importantes da Igreja Católica no século XX.
O Papa Francisco proclamou santos
duas das figuras mais importantes da Igreja Católica no século XX: o Papa Paulo
VI, cujo pontificado foi de 1963 a 1978, e Oscar Romero, arcebispo de El
Salvador assassinado em 1980. Os dois foram canonizados neste domingo, 14 de
outubro de 2018 em uma grande cerimônia na Praça de São Pedro, no Vaticano.
A cerimônia contou com dezenas de
milhares de peregrinos, entre eles cerca de 5 mil salvadorenhos e alguns
presidentes. Os presidentes de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén; Panamá,
Juan Carlos Varela; do Chile, Sebastián Piñera; e da Itália, Sergio Matarella,
assim como a rainha Sofia da Espanha estavam entre os participantes do ato
solene.
"Declaramos e consideramos santos
Paulo VI e Óscar Arnulfo Romero Galdámez", declarou Francisco em latim, na
cerimônia em que também canonizou os religiosos Francisco Spinelli, Vicente
Romano, María Catalina Kasper, a Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesus e o
leigo Núncio Sulprizio.
Na cerimônia, o Papa usou como vestes
litúrgicas o cíngulo com sangue que Romero usava na cintura no dia de seu
assassinato, bem como a casula (veste litúrgica) de Paulo VI.
O Papa Paulo VI é lembrado por ter
presidido as sessões finais do Segundo Concílio Vaticano, reuniões que abriram
a Igreja Católica para o mundo, e por ter conduzido a implementação de suas
reformas modernizadoras.
Também é conhecido pela controversa
encíclica Humane Vitae (Sobre a Vida Humana), na qual eternizou a proibição
católica a métodos contraceptivos artificiais, como pílula anticoncepcional, em
1968.
Paulo se tornou Papa em 1963 após a
morte do papa João XXIII. Passou boa parte da carreira no serviço diplomático
do Vaticano, antes de se tornar cardeal de Milão. Ele morreu em 1978 e foi
beatificado em 2014, após o primeiro milagre atribuído a ele.
O milagre atribuído pela Congregação
para a Causa de Todos os Santos a Paulo VI foi a cura de um feto de uma doença
supostamente irreversível.
Este é o terceiro papa que Francisco
converte em santo depois de João XXIII (1958-1963) e João Paulo II (1978-2005).
Romero, que foi arcebispo de San
Salvador, é reverenciado em seu país como herói nacional e defensor dos pobres,
da paz e da justiça.
Ele denunciava publicamente a
repressão da ditadura militar de El Salvador no início da guerra civil do país,
entre 1980 e 1992.
Ele foi assassinado por um esquadrão
da morte de direita quando celebrava uma missa em 1980. Seu assassinato foi um
dos mais chocantes do longo conflito entre uma série de governos apoiados pelos
Estados Unidos e rebeldes de esquerda, durante o qual milhares de pessoas foram
assassinadas por esquadrões da morte de direita. Ninguém nunca foi julgado por
sua morte.
Francisco, o primeiro papa
latino-americano, reconheceu Romero como "mártir da Igreja" em 2014,
e o colocou no caminho da santidade em 2015, dizendo ao beatificá-lo que ele
havia sido assassinado "por ódio à fé".
Em San Salvador, outras milhares de
pessoas assistiram à cerimônia de canonização em telões instalados na catedral
da cidade em que fica seu túmulo.
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