REZEMOS PELOS
FALECIDOS.
A doutrina de
nossa Santa Igreja Católica Apostólica Romana ensina-nos que mesmo depois da
morte existe um lugar de purificação, um lugar onde os nossos entes queridos
que partiram da vida deste vale de lágrimas sem aquela pureza necessária para
participar do banquete do Rei dos reis, ainda ficam para purificarem-se e ter
condições de se apresentar diante de Deus sem pecados e sem manchas e com a
roupa nupcial, própria para o banquete, como deixou claro Jesus na parábola do
casamento do filho do rei: “Quando o rei
entrou para examinar os convivas, viu ali um homem sem a veste nupcial e
disse-lhe: ‘Amigo, como você entrou aqui sem a veste nupcial?’” (Mt
20,11-12).
A doutrina de
nossa Santa Igreja ensina-nos sobre esse lugar de purificação para que as almas
dos falecidos se lavem e se purifiquem para tornarem-se dignas de entrarem no
reino que o Senhor Nosso Deus para todos preparou, e nós, costumeiramente,
chamamos a esse lugar de purificação de “Purgatório”.
Os fiéis
vivos, nós, portanto, podemos e devemos, por nossas orações, por nossas obras
de caridade e por nossos sacrifícios, aliviar as penas das almas dos nossos
irmãos que já partiram desta vida e que se encontram nesse lugar a que chamamos
de purgatório.
No Antigo
Testamento encontramos já uma referência sobre esse lugar de purificação que
hoje chamamos de purgatório.
No Segundo
Livro dos Macabeus, capítulo 12, versículo 46, encontramos: “É um pensamento santo e salutar rezar pelos
mortos para que eles sejam livres dos seus pecados”.
Nos Santos
Evangelhos Jesus Cristo fala dos pecados que não serão perdoados nem aqui neste
mundo e nem no outro mundo quando disse: “Todo
pecado e blasfêmia será perdoado aos homens, porém, a blasfêmia contra o
Espírito Santo nãos lhes será perdoada. Quem falar contra o Filho do Homem será
perdoado; mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado nem neste
século nem no futuro.” (Mt 12,31).
Daí,
principalmente, nos vem a certeza de que para certos pecados há a possibilidade
de perdão ainda na outra vida. E a esse lugar de purificação a Igreja dá-se o
nome de “Purgatório”.
O nome em si
não quer dizer muita coisa porque, o que importa realmente é que a Igreja
ensina que esse lugar realmente existe.
Essa é uma
razão mais do que lógica que devemos
rezar sem cessar pelos nossos falecidos. Os nossos entes queridos falecidos
necessitam das nossas orações, do nosso sacrifício para se purificarem de todos
os seus pecados e terem condições de entrarem limpos e de roupa nova na casa
que o Pai preparou para todos.
É muito
natural e justo que choremos, que derramemos lágrimas sentidas, que demos
expansão à nossa dor quando um dos nossos entes queridos nos é arrebatado pela
morte, mas, o verdadeiro amor exige de nós mais alguma coisa.
Devemos unir
as nossas sentidas lágrimas ao sacrifício de Jesus Cristo no Calvário.
A nossa dor
pela perda dos nossos pais, esposa, esposo, filhos, filhas, parentes, amigos
não se deve limitar pelas manifestações exteriores.
Por mais
ricas que sejam as coroas de flores depositadas nos túmulos dos nossos entes
queridos que partiram para a casa do Pai, por maiores que sejam as velas
acendidas, por mais belos e ricos que sejam os túmulos de mármore que é feito
sobre os seus restos mortais, nada disso livra o corpo da decomposição.
E é por isso
que precisamos rezar sem cessar pelos nossos falecidos; e é por isso que
precisamos ouvir e viver a Palavra e receber com muita frequência os Santos
Sacramentos, de uma maneira especial a Santa Eucaristia; e é por isso que
precisamos participar com frequência do Santo Sacrifício da Missa; e é por isso
que precisamos fazer obras de caridade, de penitência em favor do nosso ente
querido falecido.
Um Pai Nosso
ou uma Ave Maria rezada com amor e devoção vale mais do que a mais linda coroa
de flores depositada num túmulo de um ente querido ou de uma vela acesa em sua
intenção.
Uma
Santa Missa celebrada e participada com
amor e devoção oferecida pelo descanso eterno de um ente querido que está na
casa do Pai é muito mais útil do que o mais belo e rico túmulo de mármore, a
mais linda coroa de flores ou a mais artística vela acesa.
Agora, neste
momento, talvez seja o seu pai, aquele pai amoroso que deu a sua vida para lhe
educar e lhe ver bem na vida; talvez seja a sua mãe, aquela mãe amorosa que não
dormia enquanto você não chegava em casa e que não media esforços para que você
estivesse sempre com a roupa limpa, com a comida na mesa; talvez seja o seu
marido que dedicou a você o amor mais puro que ele tinha em seu coração, sempre
tão dedicado e fiel cumpridor dos seus deveres; talvez seja a sua esposa, a fiel companheira, o anjo do lar,
que deu a você esses filhos maravilhosos que você tem; talvez seja o seu filho,
a sua filha que eram o encanto do seu lar, o seu irmão, a sua irmã, o seu
amigo, a sua amiga, talvez, neste momento estão necessitando de suas orações,
do seu sacrifício, da sua caridade, do seu despreendimento às coisas materiais.
Rezemos sem
cessar pelos nossos entes queridos que se foram e repitamos sempre como sempre
a nossa Igreja faz: “Que as almas do
fieis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.”
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