AMEM-SE UNS AOS OUTROS
“Como eu amei vocês, amem-se também uns aos outros” (Jo 13,34), diz Jesus.
E como Jesus nos amou? Ainda
temos dúvidas à respeito? Jesus amou os publicanos, os considerados pecadores
públicos e ainda, escolheu um deles para ser seu Apóstolo, Mateus.
E não somente amou os
publicanos, considerados pecadores públicos, como fez deles um exemplo de
humildade, oração sincera e arrependimento quando narra a parábola do fariseu e
do publicano (Lc 18,9-14).
De Zaqueu, chefe dos publicanos,
também publicano e odiado pelo povo, Jesus se faz amigo, toma refeição com ele
em sua casa e lhe diz: “Hoje a salvação
entrou nesta casa...” (Lc 19,1-10).
E, quanto a Mateus, o
convida para seguí-lo, fazendo dele um de seus doze apóstolos (Lc 5,27-28) Mt 9,9ss).
Jesus amou o jovem rico que,
apesar de tê-lo convidado para segui-lo, preferiu ficar com suas riquezas e os
prazeres do mundo (Mt 19,16-26).
Jesus amou e perdoou a
pecadora pública (Lc 7,36-50).
Jesus amou e tomou refeição
com os considerados pelo povo como pecadores (Lc 5,29-32).
Jesus amou e perdoou a
mulher apanhada em flagrante adultério (Jo 8,1-11).
Jesus amou e incentivou o
amor aos inimigos (Lc 6,27-35), conviveu com os inimigos (Jo 3,1-21; 4,1-42),
e, mais do que isso, perdoou os inimigos que o haviam pregado em uma cruz: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem”.
(Lc 23,34).
Jesus amou e perdoou o
ladrão arrependido e, mais do que isso, o recebeu em seu reino (Lc 23,39-43).
Amar como Jesus amou implica
em amar sem distinção de raça, credo, cor, posição social, atitudes que, à
primeira vista, vão de encontro à concepção moral ou de educação.
Amar como Jesus amou implica
em amar quem agrada ou desagrada.
Amar como Jesus amou implica
em perdoar a quem ofende, machuca e prega na cruz.
O Senhor Jesus aceitou e
amou a todos os que o assediavam como eles eram, bons ou maus.
Muitos o seguiam por amor e
convicção. Outros para que suas doenças fossem curadas e os problemas
resolvidos. Mas, existiam também aqueles que se julgavam santos, sábios e
doutores da lei de Deus, e não deixavam Jesus em paz, sempre atentos para
observar se Jesus cometesse alguma falha, falasse alguma coisa contra a lei de
Moisés que fora ditada pelo Senhor para poder recriminá-lo, prendê-lo e tirá-lo
do meio da multidão. E esses pseudos doutores da lei, também conhecidos por escribas
e ou fariseus, não perdiam oportunidade de tentar Jesus e fazer-lhe perguntas
capciosas para ver se ele caísse em alguma contradição.
Estando, certa vez, Jesus a
ensinar, um fariseu, “... a fim de pô-lo
à prova, perguntou-lhe; “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei”?” (Mt
22,35-36). Jesus, com certeza, sabia que estava sendo tentado pelo fariseu, mas
não se perturbou; manteve a sua calma e olhou profundamente nos olhos daquele
homem que, por se autodenominar um “doutor da lei”, sem sombra de dúvida sabia
qual era e é o maior mandamento da Lei de Deus, e “respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma, de todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento.”
(Mt 22,36-38).
Esse mandamento os escribas
e fariseus já sabiam que era o maior de todos, mas Jesus, na sua ânsia de
ensinar as verdades eternas e converter os corações de pedra, não para por ai;
Jesus aproveita a oportunidade para dilatar essa mandamento, para mostrar aos
homens que o amor que se dedica a Deus não tem muito ou valor algum se esse
amor não atingir a todos os irmãos, e Jesus continua: “O
segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt 22,39-40).
E arremata, dizendo: “Não existe outro mandamento maior do que
estes.” (Mc 12,31).
Um dos escribas certamente
ficou admirado com a resposta de Jesus e, talvez, mesmo contra a sua vontade,
para não dar o braço a torcer e concordar com Jesus, ou, quem sabe, até
inspirado pelo Espírito Santo, que sopra onde quer e como quer, disse a Jesus: “Muito bem, Mestre, tens razão de dizer que
ele é o único e não existe outro além dele, e amá-lo de todo o coração, de toda
a inteligência e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é mais do
que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.” (Mc 12,32-33).
Aquele homem, que não era um
seguidor de Jesus, teve de se curvar ante a infinita sabedoria do Mestre e
reconhecer que, se o homem não amar a Deus através de seu irmão, o seu amor não
tem o mínimo valor. E “Jesus, vendo que
ele respondera com inteligência, disse-lhe: Tu não estás longe do Reino de
Deus”. (Mc 12,34).
E nós, cristãos, seguidores
de Jesus Cristo, entendemos o maior dos mandamentos: “O Senhor Nosso Deus é o único Senhor, e amarás o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e com toda
a tua força.”? (Mc 12,29-30).
Se entendermos e o colocamos
em prática, ele não teria valor se ignorássemos o segundo que é, como disse o
Mestre: “O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mc
12,31).Você amaria alguém como você se ama a si próprio? E como você se ama?
É claro e lógico que, para
você, você só quer o que há de melhor. E o Mestre diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. E ele não para por ai, vai
mais além: “Ninguém tem maior amor do que
aquele que dá a vida por seus amigos.” (Jo 15,13).
Quer ser amigo do Mestre? É fácil, faça o que ele diz: “Vocês são meus amigos, se praticarem o que lhes
mando.” (Jo 15,14).
A respeito do amor, Paulo
Apostolo escreve o mais lindo poema falando do amor: “Ainda que eu
falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria
como sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da
profecia. o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que
eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu
não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda
que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me
adiantaria. O amor é paciente, o amor é compreensivo; não é invejoso, não se
ostenta, não se incha de orgulho. O amor nada faz de inconveniente, não procura
o seu próprio interesse, não se irrita,não guarda rancor. O amor não se alegra
com a injustiça, mas se regozija com a verdade. O amor tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as
línguas cessarão, a ciência também desaparecerá... Agora, portanto, permanecem
estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor”. (1Cor 13,1-8.13).
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