MARIA SOFREU POR
TODOS...
Quando o
Senhor nosso Deus começou a realizar as suas promessas de salvação, ele não
escolheu os ricos, os poderosos e nem os sábios das coisas deste mundo, nem os
que pensavam que sabiam muito a respeito de Deus e dos outros. Para realizar os
seus planos de salvação o Senhor Nosso Deus escolheu pessoas do povo, pessoas
simples, humildes, pobres e puras.
Os pobres sempre receberam de Deus uma
atenção especial e uma missão muito importante. Mas não podemos nos iludir; o
fato de sermos o povo pobre e humilde não é o suficiente para termos a
pretensão de sermos salvos e termos a compreensão das coisas de Deus; muito
pelo contrário.
Não eram somente os outros que não entendiam a gravidez de
Maria; as próprias pessoas mais próximas de Maria e que lhe deveriam dar todo
apoio em sua gravidez; a bem da verdade,
a princípio, até José o noivo e depois esposo de Maria, colocou em dúvida a
gravidez de Maria, e o que dizer então dos parentes, do povo, dos vizinhos e
amigos.
O povo só foi entender o sentido
da gravidez de Maria o sentido da gravidez de Maria depois da manifestação de
Jesus como Messias, depois que Jesus começou a sua vida pública, fazendo
milagres e curando a todos que a ele se socorressem, tanto as doenças do corpo
como as doenças da alma. E assim mesmo, esse mesmo povo que o Cristo tinha
amado, curado e alimentado, quando Jesus estava sendo condenado à morte e
diante do tribunal de Pôncio Pilatos, esse povo voltou atrás e pediu a sua
morte.
O mesmo povo que aplaudira Jesus quando ele entrou triunfalmente em
Jerusalém gritando “Hosana ao Filho de Davi”, esse mesmo povo gritava diante do
tribunal de Pôncio Pilatos pedindo pela sua morte na cruz. Não é o fato de
alguém pertencer ao povo pobre que tenha
a chave da compreensão, do mistério de Deus presente na vida. A historia de
Maria prova o contrário.
Às vezes o preconceito do povo é tão grande que impede
esse mesmo povo de ver as coisas que estão ocorrendo como elas são na
realidade. Uma virgem põe em risco sua honra pela libertação do povo, e o
próprio povo não quer entender tão
grande sacrifício. O sofrimento que disso resultou para Maria deve ter sido bem
maior do que todo sofrimento causado pela incompreensão dos orgulhos, dos
poderosos e dos ricos de que ela fala no seu cântico. Não foram somente os
ricos e poderosos que fizeram sofrer Jesus e Maria; os pobres, o povão também
teve a sua parcela de participação, e que não foi pequena, na incompreensão das
coisas de Deus. Deus pede conversão é de todos: tanto dos pobres como dos
ricos, tanto dos pequenos como dos poderosos, tanto dos humildes como dos
orgulhosos.
Só que, dentro do plano de Deus, são precisamente os pobres, os
pequenos e os humildes que entendem a
mensagem do Evangelho e a aceitam. E mais tarde Jesus diria e louvaria ao Pai
por isso: “Sim, Pai, porque assim foi do
teu agrado”. (Mt 11, 26).
Os pobres e os humilde são os que recebem com
mais amor e mais confiança a mensagem de Deus, a mensagem de salvação que veio
por Jesus Cristo. Mas, para isso, os pobres precisam estar sempre também
dispostos a receber a mensagem e a viver a mensagem; os pobres de Deus são os
que nada possuem materialmente ou que não se apegam às coisas materiais; os
corações dos pobres estão desapegados das coisas do mundo e só se preocupam
mesmo pelo necessário indispensável para a sobrevivência.
Ser pobre como Jesus
foi, que não tinha sequer uma pedra para
reclinar a cabeça, mas com o coração e alma cheia de Deus. Ser pobre como José
e Maria foram que se preocuparam somente com o bem dos outros, aceitando
passivamente a entrega total do Filho à morte de cruz para a salvação da
humanidade.
Maria nada tinha além de Jesus, e Jesus é o que poderíamos chamar
de coisa mais cara e rica, mais sublime e santa que pisou o nosso chão; mas
Maria de Jesus para que os homens fossem
salvos pelo seu sangue derramado na cruz. Ser pobre e não ter nada seu, nada de
si; ser pobre é doar-se a si próprio para o bem do outro, assim como Maria
fez... (do livro “Maria, a Mãe de Jesus” de Carlos Mesters).
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