SÃO TIAGO MENOR E SÃO FILIPE, APÓSTOLOS
Tiago, filho
de Alfeu, é identificado nos evangelhos como "irmão do Senhor", termo
usado para designar parentesco de primos. Governou a Igreja de Jerusalém e foi
chamado de "o Menor" para não ser confundido com são Tiago, o Maior,
que era irmão de são João.
Os evangelhos
só falam dele nas listas dos apóstolos. Porém tal falta de informação foi
compensada pelas fartas referências à sua ação e personalidade contidas nos
Atos dos Apóstolos e na Carta de são Paulo aos Gálatas, que nos permitem saber
que Tiago era, com são Pedro, a principal figura da Igreja. São Paulo chega a
citar seu nome em primeiro lugar, dizendo: "Tiago, Pedro e João,
considerados colunas da Igreja" (Gl 2,9).
Foi com ele
que Paulo, depois de convertido, se encontrou em Jerusalém. Dizem
as Escrituras que Tiago sempre teve atenção e carinho especiais de Jesus
Cristo. Além de considerá-lo um homem de grande elevação espiritual, ainda era
seu parente próximo.
Tiago foi
testemunha da Ressurreição de Jesus; (1Cor 15,7). Antes de subir aos céus,
Jesus, numa aparição, deu a ele o dom da ciência como recompensa por sua
bondade e santidade.
No Concílio de
Jerusalém, onde se discutiu o problema da circuncisão e da lei mosaica a serem
impostas ou não aos convertidos do paganismo, Tiago teve um papel importante
quando deu sua opinião, aceita por todos (At 15).
Tiago também
escreveu uma epístola. Devemos a Tiago práticos, sensíveis e prudentes
ensinamentos. Como esta advertência, sempre muito atual: "Se alguém pensa
ser religioso, mas não freia sua língua e engana seu coração, então é vã sua
religião.
A religião
pura e sem mácula, aos olhos de Deus, nosso Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo" (Tg
1,26-27). Sobre a morte de Tiago, o Menor, que foi o primeiro apóstolo a dar a
vida em nome de Jesus, possuímos informações de antiga data. Entre as mais
prováveis estão as do historiador hebreu José Flávio, segundo o qual o apóstolo
teria sido apedrejado e pisoteado no ano 61(ou 62), pelo sumo pontífice Anás
II, que se aproveitou da morte do íntegro papa Festo para eliminar o bispo de
Jerusalém.
São Tiago, o
Menor, sempre foi considerado um homem de grande pureza, total dedicação e
abnegação, vivendo, desde o nascimento, consagrado a Deus.
Sua vida foi
santa e de muita austeridade.
Converteu
muitos judeus à fé cristã antes de receber a coroa do martírio. Suas relíquias
foram colocadas na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma, e sua festa se celebra
no dia 3 de maio.
Filipe nasceu em Betsaida, na Galiléia,
e foi um dos primeiros discípulos de Jesus, tendo sido, anteriormente,
discípulo de são João Batista. O seu nome ocupa sempre o quinto lugar nas
listas dos apóstolos e é mencionado mais de uma vez no Evangelho.
Os evangelistas
Mateus, Marcos e Lucas dão-nos, de Filipe, somente o nome e o lugar do
nascimento, mas João oferece-nos maiores particularidades sobre a sua
personalidade.
Os poucos
elementos fornecidos pelo Evangelho permitem-nos esboçar o perfil espiritual do
apóstolo Filipe, homem simples e aberto, primário e sincero, que gozou da
intimidade espontânea com Jesus. Ele era da mesma cidade de Pedro e André, e
talvez fosse também pescador.
As Sagradas
Escrituras nos contam que Filipe, após ter sido chamado diretamente por Jesus,
ao encontrar Natanael, mais tarde chamado de Bartolomeu, com certa euforia lhe
comunica a notícia: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas
anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José" (Jo 1,45-46).
Em outra
passagem, João nos conta que foi Filipe quem perguntou a Jesus, no dia do
milagre da multiplicação dos pães, como faria para alimentar tanta gente com
tão poucos pães. Também, noutra ocasião, quando se aproximaram dos apóstolos,
alguns gregos que queriam ver mais de perto Jesus e recorreram diretamente a
Filipe. Então, junto com André, transmitiram o pedido a Cristo, que os atendeu
com benevolência (Jo 12,21-23).
A última
intervenção dele aconteceu durante a última ceia. Os apóstolos escutavam,
atentos, as palavras de despedida do Mestre quando Filipe lhe pediu um
esclarecimento: "Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta". Jesus respondeu:
"Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheceis?
Quem me viu, viu o Pai. Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim?"
(Jo 14,8). Nada sabemos dele depois da ressurreição. Segundo a tradição, ele
foi enviado para pregar o Evangelho na Ásia Menor, onde patrocinou um fato
prodigioso. Filipe
teria sido obrigado a reverenciar o deus Marte, acendendo-lhe um incenso.
Naquele instante,
surgiu de trás do altar pagão uma cobra, que matou o filho do sacerdote-mor e
mais dois comandados seus. Mas o apóstolo, com um gesto, os fez ressuscitar e
matou a cobra.
Esse e outros
milagres de Filipe foram responsáveis pela conversão de muitos pagãos ao
cristianismo. Não se sabe, exatamente, como ou quando Filipe morreu.
Mas o mais
provável é que tenha sido crucificado em Gerápolis, no tempo do imperador
Domiciano, talvez Trajano, aos oitenta e sete anos.
Suas relíquias
foram transportadas num dia 3 de maio e colocadas na igreja dos Apóstolos, em
Roma, junto com as de são Tiago, o Menor. Por isso são Filipe é celebrado neste
dia.
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