“A ELE, HONRA E PODER ETERNO! AMÉM!” (1Tm 6,10-16).
“Porque a raiz de todos os males é o amor ao
dinheiro, por cujo desenfreado desejo alguns se afastaram da fé, e a si mesmo
se afligem com múltiplos tormentos. Tu porém, ó homem de Deus, foge dessas
coisas. Segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a
mansidão. COMBATE O BOM COMBATE DA FÉ,
conquista a vida eterna, para a qual foste chamado, como o reconheceste numa bela
profissão de fé diante de muitas testemunhas. Eu te ordeno, diante de Deus, que
dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho diante de
Pôncio Pilatos numa bela profissão de fé: guarda o mandamento imaculado,
irrepreensível, até à Aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo que mostrará nos
tempos estabelecidos o Bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, o único que possui a imortalidade, que habita uma luz inacessível, que
nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno! Amém!” (1Tm
6,10-16).
Esta é uma recomendação e um apelo, poderíamos dizer, dramático, que
Paulo Apóstolo faz ao seu discípulo Timóteo e, por extensão a nós. Paulo incita
Timóteo a viver na justiça, a ser piedoso, a ter fé, a viver no amor, a ter
firmeza em suas atitudes e ser manso e puro de coração.
E hoje, nos dias que vivemos a vida que o Senhor nos
dá, como diz Paulo, estamos apenas cumprindo a promessa que fizemos no nosso
batismo diante de muitas testemunhas. Paulo, nessa sua carta, dá a silhueta do
verdadeiro cristão; recomenda como deve ser o cristão de todos os tempos.
O
cristão deve ser um homem de Deus, procurar a justiça, exercer a piedade,
propagar a sua fé, viver o amor, espelhar a firmeza, se deliciar com a mansidão
e ser testemunha das verdades evangélicas.
O cristão deve se empenhar no bom
combate da fé, “combater o bom combate da
fé, conquistar a vida eterna, para a qual foi chamado” (1Tm 6,12),
fortalecido pelo batismo. Mas, muita gente
confunde as coisas. Desconhecem totalmente
o modo de vida que deve ser vivido pelo cristão que busca a vida eterna através
da pureza das promessas do batismo e dentro do espírito da piedade, fé, amor,
firmeza e de mansidão. Confundem as atitudes e até as palavras do nosso Mestre
e Senhor Jesus.
Quantas vezes Jesus esteve
diante de pessoas de má reputação e de estilo de vida nada recomendável. Para
cada tipo de pessoa Jesus se dirigia de uma maneira, de acordo com a disposição
da pessoa em conhecer a verdade, de acordo com a vontade da pessoa em mudar de
vida e mentalidade e trilhar o bom caminho, de acordo com o desejo de conversão
de cada um.
Certa vez “um fariseu
convidou-o a comer com ele. Jesus entrou, pois, na casa do fariseu e
reclinou-se à mesa. Apareceu, então, uma mulher da cidade, uma pecadora.
Sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro
com perfume. E ficando por trás, aos pés dele, chorava; e com as lágrimas
começou a banhar-lhes os pés, a enxugá-los com os cabelos, a cobri-los de
beijos e a ungi-los com o perfume. Vendo isso, o fariseu que o havia convidado,
pôs-se a refletir: “Se este homem fosse profeta, saberia bem quem é a mulher
que o toca, porque é uma pecadora.”
(Lc 7,36-39).
O Evangelista Lucas continua na sua narrativa dizendo que
Jesus leu os pensamentos do fariseu, deu-lhe uma resposta à altura de sua
recriminação e termina se dirigindo à mulher, conhecida por seus atos
reprováveis, mas que, pela sua atitude de se aproximar de Jesus, demonstrava
profundo arrependimento, dizendo: “... teus
pecados estão perdoados... ... tua fé te salvou; vai em paz.” (Lc 7,48.50).
Em outra ocasião, estando Jesus a
pregar a Boa Nova, “todos os publicanos e
pecadores estavam se aproximando para ouvi-lo. Os fariseus e os escribas,
porém,, murmuravam: “Esse homem recebe
os pecadores e come com eles.” (Lc 15,1-2).
E, novamente, Jesus que
não perdia oportunidade para evangelizar e transmitir a Boa Nova do Reino,
conta uma série de parábolas
entremeando-as com ensinamentos da verdade, dando aos escribas e fariseus, que
se julgavam extremamente santos e desprezavam os pecadores, respostas à altura
de suas recriminações.
Jesus jamais afastou de si quem a ele se chegasse com
proposta de arrependimento.
Exemplo disso temos quando, no momento supremo do
seu sacrifício no alto da cruz, no Calvário, “um dos malfeitores suspensos à cruz o insulta, dizendo: “Não és tu o
Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós.” Mas o outro, tomando a palavra, o
repreendia: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós,
é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal.” E
acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino.” E Jesus
respondeu: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc
23,39-43).
Os pecadores, ladrões, prostitutas que tinham realmente o desejo do
arrependimento, da conversão, da mudança de vida e de mentalidade, Jesus os
recebia com amor, com palavras amigas e confortadoras, dando até a certeza de
que, se eles realmente mudassem de vida e mentalidade, o reino de Deus seria
deles e não dos hipócritas escribas e fariseus que se julgavam santos e
proprietários do Reino dos Céus, e, dirigindo-se a eles e aos chefes dos
sacerdotes e anciãos do povo que contestavam a autoridade de Jesus (Mt 21,23),
fez essa terrível revelação: “Em verdade
vos digo que os publicanos e as prostitutas estão vos precedendo no Reino de
Deus. Pois João veio a vós, num caminho de justiça, e não crestes nele. Os
publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, vendo isso, nem sequer
reconsiderastes para crer nele.” (Mt 21,31-32).
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