MARIA, A CHEIA DE GRAÇA
Quem é de
Deus é escravo do amor. Maria
não nasceu escrava, não foi feita escrava: Maria se fez escrava.
Maria não foi
obrigada a fazer nada que não quisesse e não fosse a sua vontade, mas, perante
a vontade de Deus, a sua vontade passou a ser nada e ela renuncia a sua vontade
para fazer e cumprir somente a vontade de Deus.
E, a exemplo de Maria que se
fez “escrava do Senhor” (Lc 1,38),
que se consagrou totalmente ao serviço de Deus, em todos os tempos e ainda nos
nossos dias existem cristãos verdadeiros admiradores e seguidores de Maria que
renunciam a sua vontade e todo prazer e alegria que a vida e o mundo oferece
para fazer realizar única e exclusivamente a vontade de Deus.
Muitos se
proclamam escravos do Senhor a exemplo de Maria e se esvaziam de si mesmos para
que a vontade do Senhor impere em todos os seus atos, desejos, pensamentos,
atitudes, palavras e ações.
E foi nessa entrega total de Maria ao Senhor ao
anúncio do Anjo Gabriel que o céu se abre em louvores à Maria e, pela boca do
Anjo, todo o universo saúda-a por ter aceitado ser a mãe daquele que viria para
a redenção do gênero humano.
A saudação pronunciada pelo Anjo à Maria, quando
da Anunciação, se transformou em oração e essa
é a primeira oração que todos nós aprendemos a rezar ainda no colo de
nossas mães ou avós: a oração da “AVE MARIA”. Desde a mais tenra idade
repetimos a saudação do Anjo em forma de oração e rezamos essa saudação mariana
recitada pelo Senhor Nosso Deus usando, como instrumentos, o seu Anjo
Mensageiro Gabriel e, posteriormente, Isabel.
A primeira parte da oração da Ave
Maria foi recitada pelo Anjo Gabriel quando levou à Maria o convite para que
ela fosse a mãe de Deus. Gabriel, entrando na casa onde estava Maria, dirige-se
à Maria saudando-a e dizendo: “Ave Maria,
cheia de graça, o senhor é contigo.” (Lc 1,28). Depois, quando Maria visita
sua parenta Isabel e, na ocasião “...Isabel ficou cheia do Espírito
Santo”, (Lc 1,41), e nesse estado supremo de graça, Isabel recita a segunda
parte da oração bíblica da Ave Maria, e diz: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre.’
(Lc 1,42).
Juntando as palavras do Anjo com as de Isabel e, considerando que
ambos foram inspirados pelo próprio Espírito do Senhor Nosso Deus, temos, então: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,28; 1,42).
Esta primeira
parte da oração da Ave Maria é totalmente bíblica é tudo o que é bíblico é
inspirado pelo Senhor; e mais ainda: a primeira oração da Ave Maria foi
recitada pelo próprio Senhor Nosso Deus pois que o Anjo só disse o que o Senhor
lhe determinara dizer e Isabel, quando disse a sua parte, estava “...cheia do Espírito Santo” (Lc 1,41),
e, quem está cheio do Espírito Santo só diz e repete o que Deus determina e o
que for do agrado do Senhor. A oração da “AVE MARIA” foi recitada pela primeira
vez pelo Senhor Nosso Deus.
A oração da Ave Maria é recitada e repetida pelos
cristãos desde os primórdios do cristianismo. E a confiança, o grande amor,
veneração e respeito que os cristãos devotam a Maria, e conscientes de que ela
intercede por eles a Jesus Cristo em suas dificuldades, como aconteceu nas
bodas de Caná, fez com que eles acrescentassem mais uma parte nessa oração e,
como num grito de súplica, como que pedindo socorro por estarem trilhando esse
vale de lágrimas, acrescentaram: “Santa
Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora, e na hora de nossa morte, amém.
A primeira parte da oração da Ave Maria é de louvores à Maria, feita pelo
Senhor; a segunda parte é de súplica, feita pelos homens. Depois da oração do
Pai Nosso não existe oração mais conhecida entre os cristãos do mundo inteiro
que a oração da Ave Maria.
Desde o início da Igreja multidões e multidões a
repetem sem cessar e sempre com uma confiança redobrada na intercessão de Maria
junto a seu Filho, como ela já havia feito no casamento de Caná (Jo 2,1-12), na certeza que seus problemas
serão resolvidos, seja de saúde, financeiro, familiar, ou confirmação da fé.
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