“EU SOU A MÃE DO BELO AMOR”. (Eclo, 24, 24).

“EU SOU A MÃE DO BELO AMOR”. (Eclo, 24, 24).

“Eu sou a Mãe do Belo Amor”. (Eclo, 24, 24). Essa frase cabe bem nos lábios de Maria. “Deus é Amor”, nos diz o apóstolo João na sua primeira carta, 4,8. Maria é a mãe de Deus, e se Deus é amor, 

Maria é a Mãe do Belo Amor, que é Jesus Cristo. 

O amor de Maria embeleza as nossas almas aos olhos de Deus e leva essa amorosa Mãe a nos ter por filhos. “Onde está a mãe que ame seus filhos e vele sobre eles  como vós, dulcíssima Rainha, que nos amais e cuidais de nosso adiantamento espiritual?” pergunta São Boaventura nos seus escritos. 

Bem-aventurados aqueles que vivem debaixo da proteção de uma Mãe tão amante e tão poderosa. 

O profeta e rei David, muito tempo antes do nascimento de Maria, procurava obter de Deus a salvação, confessando-se filho de Maria, com estas palavras ditas no Salmo 85, 16: “Salva o filho de tua serva.” Mas, que serva? 

É Santo Agostinho quem responde: “Daquela que disse: “eis aqui a escrava do Senhor”. “E quem jamais ousará tirar esses filhos do seio de Maria depois que a ele se tiverem acolhidos em busca de salvação contra os inimigos? Que fúria do inferno e das paixões poderá vencê-los, se puserem esta confiança no patrocínio desta grande Mãe?” (Cardeal São Roberto Belarmino). 

Sabemos que os peixes guarda em sua boca  os seus filhotes quando os vê ameaçados pela tempestade ou por pedradores ou pescadores. 

E o que faz a nossa boa Mãe Maria quando nos vê, seus filhos em perigo no meio das tempestades da tentação? Maria esconde os seus filhos, amorosamente, como dentro de suas próprias entranhas (diz Novarino), e ali os guarda até que os coloca no seguro porto do paraíso.

      Ò Mãe amantíssima, ò Mãe piedosíssima, bendita sejais, e  bendito seja para todo o sempre aquele Deus que vos deu a nós todos por Mãe e refúgio seguro em todos os perigos desta vida.  

Em uma aparição da Virgem Maria a Santa Brígida, Maria revelou  que se uma mãe visse seu filho entre as espadas dos inimigos, essa mãe faria todos os esforços imagináveis para salvar esse filho, e completa a Virgem Maria, dizendo: “assim faço e assim farei eu com os meus filhos por maiores pecadores que sejam, sempre que a mim recorrerem.” 

E nós, diletos filhos de Maria, que estamos neste vale de lágrimas  no meio de todas as batalhas com o inferno, delas sairemos sempre vencedores se seguramente recorrermos  à Santíssima Mãe de Deus e nossa, dizendo sempre e repetindo: Sob a vossa proteção recorremos e nos refugiamos, Ò Santa Mãe de Deus.” 

Quantas vitórias  tem os fieis alcançados do inferno por recorrerem  à Maria por meio desta breve, mas poderosíssima oração de súplica e confiança. 

Alegrem-se, portanto, todos vocês que são filhos de Maria. Saibam que ela aceita por filhos todos aqueles que querem ser seus filhos de verdade. Alegremo-nos por isso porque, como vemos, como vamos temer por nossa salvação se temos Maria por Mãe que nos defende e nos protege? Todo aquele que ama esta boa Mãe e se coloca aos seus cuidados, (como diz São Boa Ventura) deve reanimar-se e dizer: “Do que é que você está com medo,  minha alma? Não tenha medo porque a sua causa não se perderá, pois a sentença está nas mãos de Jesus Cristo, que é teu irmão, e nas mãos de Maria, que é tua Mãe.” 

A este mesmo respeito exclama, cheio de alegria, e nos anima Santo Anselmo, dizendo: “Ò seguro refúgio. A Mãe de Deus é minha mãe. Que certeza tem a nossa esperança, já que nossa salvação depende da sentença de um irmão tão bom e de uma tão compassiva Mãe.” Eis aqui Maria, a nossa Mãe, que se volta para nós, nos chama e nos diz: “Quem for pequeno, venha a mim” (Sab 9,4). 

As crianças tem sempre na boca o nome da Mãe. Em qualquer perigo que se vejam ou medo que tenham, logo qualquer criança grita e chama o nome da Mãe. Ah! Maria dulcíssima! Ah! Maria amorosíssima; isto é, justamente o que a Senhora deseja de nós. 

A senhora quer que nos tornemos crianças e chamemos sempre pela senhora  em todos os perigos que estaremos sujeitos. Pois é a vossa vontade, doce Mãe, socorrer e salvar-nos, como a Senhora sempre tem feito com todos os seus filhos que recorrem à vossa proteção, e, por isso, repetimos: “A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, ò Virgem gloriosa e bendita.”

(compilado do livro “Glórias de Maria” - Sto Afonso Maria Ligouri - pgs 35-36).