domingo, 22 de fevereiro de 2015

JACINTA DE JESUS MARTO – UMA DAS VIDENTES DE FÁTIMA

JACINTA DE JESUS MARTO – UMA DAS VIDENTES DE FÁTIMA


No dia 20 de fevereiro a Igreja lembra a memória litúrgica dos  irmãos e Beatos Francisco e Jacinta Marto, os pastorinhos de Fátima , que eles intercedam por nós e nos nos ajudem a fazer sempre a vontade de Deus.
Jacinta era uma criança quando Nossa Senhora apareceu. Entra na História aos sete anos, precisamente na idade que habitualmente se costuma indicar como a do começo da vida consciente e da razão. Em que medida uma criatura dessa idade é capaz de praticar a virtude? E de praticá-la de modo heróico?
A história da espiritualidade católica tem exemplos surpreendentes de santidade a pouca idade: Santa Maria Goretti, martirizada aos 11 anos com plena consciência do que fazia; São Domingos Sávio, que morreu aos 15 anos.
Jacinta de Jesus Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de março de 1910. Foi batizada uma semana depois. Á ela junto com o irmão Francisco e a prima Lúcia, três simples crianças pastoras analfabetas, foi dada a graça de presenciar as aparições de Nossa Senhora, na sua pequenina aldeia. Além das cinco aparições da Cova da Iria e uma dos Valinhos, Nossa Senhora apareceu à Jacinta mais quatro vezes em casa durante a doença, uma grave pneumonia que a acometeu juntamente com seu irmão Francisco.
Nessa primeira aparição, quando ambos já estavam acamados, assim descreve a pequenina: "Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito em breve. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim".
             De fato, logo depois Francisco morreu santamente. Nessa ocasião, ao aproximar-se o momento da partida de Francisco, Jacinta recomenda-lhe: "Leve muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores".
Jacinta ficara tão impressionada com a visão do inferno durante uma das aparições da Virgem em Fátima, ocorrida em 13 de julho de 1917 que nenhuma mortificação e penitência era demais para salvar os pecadores. A vida da pequena Jacinta foi caracterizada por esse extremo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos pecadores.
Sempre levada pela preocupação da salvação dos pecadores e do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um sacrifício a Deus, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora lhes ensinara: "Ò Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".
No espaço de tempo que vai dos sete aos dez anos, em que suportou heroicamente o fardo da doença que a levaria à morte, Jacinta trilhou o caminho da santidade. Já nessa tão precoce idade conheceu profundamente a realidade da vida. Sua existência foi curta, porém repleta de acontecimentos extraordinários e até mesmo fascinantes.
Quase um ano depois da morte de Francisco, Jacinta faleceu, era 20 de fevereiro de 1920.
Tão heróica foi a morte quanto a vida de Jacinta, num hospital de Lisboa, inteiramente sozinha. Este fato foi objeto de uma das últimas previsões recebidas por Jacinta, diretamente de Nossa Senhora. Com que coragem conservou a menina este pensamento! Assim ela narra esta profecia, por ela confiada a Lúcia: “Nossa Senhora disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital; que não te torno a ver, nem aos meus pais; que depois de sofrer muito, morro sozinha; mas que não tenha medo, que me vai lá Ela me buscar para o Céu.”
Nossa Senhora anunciou também o dia e a hora em que deveria morrer. Quatro dias antes, a Santíssima Virgem tirou-lhe todas as dores. Como ninguém esteve presente nesse grandioso momento, podemos apenas imaginar a cena. Como terá sido a recepção deste pequeno lírio no Céu? Diante de Nossa Senhora, aquele rosto virginal não estará mais contraído pelo sofrimento, mas resplandecente em presença dAquele que foi o Fundamento de sua vida: “Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro do peito e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!”
O seu corpo foi enterrado no cemitério de Ourém, sendo transladado em 1935 para o cemitério de Fátima.
Em 1951 foi finalmente transferida para a Basílica do Santuário.
No dia 13 de maio de 2001, dia da festa de Nossa Senhora de Fátima, foi um dia muito especial não só para os portugueses, mas para a família católica inteira. O Papa João Paulo II, esteve na cidade portuguesa para beatificar Jacinta de Jesus Marto, marcando sua celebração para a data de sua morte. A cerimônia ocorreu na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, com a presença da Irmã Lúcia de Jesus.
Os acontecimentos de Fátima e os pastorzinhos são porta-vozes do convite materno de Maria ao acolhimento, ao amor, à confiança, à pureza de vida e de coração e à entrega de si mesmo a Deus e aos outros, em atitude de solidariedade e de fé inquebrantável. A beatificação de Jacinta de Jesus Marto nos lembra a vocação última da Igreja e a comunhão dos santos.

Decreto da Santa Sé que declara as virtudes de Jacinta
Jacinta – e seu irmão Francisco – depois de um rigoroso processo em Roma, tiveram reconhecidas suas virtudes heróicas, podendo ser venerados privadamente como santos.
A 13 de maio de 1989, um decreto da Congregação para a Causa dos Santos, assinado pelo Cardeal Angelo Felici, declarou a heroicidade das virtudes da Serva de Deus Jacinta Martos.
O documento, lembrando as palavras de Nosso Senhor “Se não fizerdes como um destes pequeninos não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,3), afirma que Jacinta “correspondendo sem reservas à graça divina realizou rapidamente uma grande perfeição na imitação de Cristo e voluntariamente consumiu sua breve existência pela glória de Deus, cooperando na salvação das almas mediante fervorosa oração e assídua penitência”.
Depois de resumir sua vida, o decreto declara que “sua entrega à vontade de Deus foi total”, o esforço “para corresponder ao amor e às graças de Deus foi constante”, dando provas de “possuir em alto grau as virtudes teologais e as virtudes da prudência, justiça, temperança, humildade, sinceridade e modéstia”.
Na mesma data, a Santa Sé declarou as virtudes do Servo de Deus Francisco Marto, irmão de Jacinta.

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