quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

QUE TIPO DE CRISTÃO VOCÊ É?

QUE TIPO DE CRISTÃO VOCÊ É?


Todos se dizem cristãos, não importando o seguimento religioso que assumiram: católicos, protestantes, crentes, evangélicos ou qualquer outro seguimento que acreditam que “Jesus Cristo é o Senhor” (Fl 2,11), como disse Paulo Apóstolo: “Por isso Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2,9-11).
Mas, professar isso e apenas dizer isso quer dizer que seja realmente cristão. Cristão não seria aquilo que Jesus dissera: “Mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,28)? Quem não faz isso, e se qualifica como cristão, e ainda que professe que Jesus Cristo é o Senhorapenas por palavras e não por atitudes e pela vida, incorre no desabafo dolorido de Jesus: “Esse povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos” (Mt 15,8-9).

Então, que tipo de cristão você é?
Seria aquele tipo de cristão “Peter Pan” que não cresce nunca? Que nunca fica adulto? Que não quer crescer? Continua pequenino na fé, no conhecimento das mensagens de Jesus Cristo, birrento como criancinha que, quando quer alguma coisa ou não alcança o que quer faz escândalo e vira as costas para o Pai? Cristão que foi batizado, crismado, recebeu a primeira Eucaristia, até casou-se na Igreja e levou seus filhos para serem batizados, mas que faz tudo como um ato social, para tirar fotos e fazer festas em casa esquecendo-se da festa que acontece no céu quando tudo isso acontece? Um pastor americano, chamado Darrin Patrick, diz o seguinte: “Vivemos em um mundo cheio de homens que têm prolongado a sua adolescência. Eles não são nem meninos nem homens. Eles vivem, suspensos, por assim dizer, entre a infância e a idade adulta...”.  Meninos são fáceis de serem agitados e levados de um lado para o outro. Meninos são facilmente manipulados. Basta vir uma onda mais forte, um vento mais furioso, um argumento – aparentemente – mais convincente, um presente mais bem embrulhado, uma recompensa mais imediata, uma palavra mais colorida e os meninos se deixam levar. Os meninos não se levam a si mesmos, mas são levados pelos outros. São carregados por todos os que simplesmente têm a intenção de carregá-los. Não é necessário muito malabarismo para levar as crianças. As crianças são atraídas por tudo o que parece bonito e traz satisfação imediata. Por isso não é difícil fazer com que os meninos troquem os tesouros do amanhã pelas bugigangas do presente, as promessas de Deus pelas promessas do maligno, a Palavra do Senhor pela palavra do homem, a cidadania nos céus pelos prazeres transitórios do pecado. Desde que Adão e Eva rejeitaram o amor e a suficiência de Deus para suas vidas, nós todos, tanto homens quanto mulheres, lutamos na vida para encontrar nossa identidade, nosso valor e significado e nosso propósito. Todas as filosofias e todas as religiões buscam responder estes três pontos. Os cristãos que se identificam com “Peter Pan” têm de Paulo palavras reveladoras: “como meninos, agitados de um lado para o outro” (Ef 4,14). Não podemos permanecer crianças pelo resto das nossas vidas. O não crescimento e não desenvolvimento de um bebê é sinal de algum tipo de enfermidade ou anormalidade. Uma criança saudável e normal cresce e se desenvolve. É isso o que Paulo está dizendo aos cristãos. O novo-nascimento não é o bastante. Precisamos crescer, nos tornar maduros e cada vez mais parecidos com Jesus, como disse Paulo: “A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo. Então já não seremos crianças, jogados pelas ondas  e levados para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e pela astúcia com qu eles nos induzem  ao erro. Ao contrário, vivendo amor autêntico, crescemos sob todos aspectos em direção a Cristo, que é a Cabeça” (Ef 4,13-15). Deus não nos salvou e arrancou das garras do mal a fim de que fôssemos crianças para sempre. Deus não planejou e nem deseja que sejamos bebês ou meninos espirituais por toda a nossa peregrinação nessa terra.

Ou seria aquele cristão “florzinha” que, às vezes até vai à igreja mas desprovido do espírito místico da oração e sentimento de agradecimento pelas graças recebidas, mas apenas para observar o que acontece, criticar o que contraria o seu ponto de vista e jamais trabalhar para sanar imperfeições da própria comunidade, mas, quando são contrariados ou tem qualquer problemazinho  no seu modo de entender o espírito fraterno e comunitário da família de Deus, tem a reação de uma florzinha: “murcha”. Até rezam e falam bonito quando se manifestam, dizem que tem fé e que acreditam em Deus. O profeta Isaías já havia dito: “O Senhor diz: ‘Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens’” (Is 29,13), o que foi repetido por Jesus depois: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15,8-9). Falar que acredita em Deus e que tem fé e que acredita em Deus é fácil, conforme disse o Apóstolo Tiago na sua carta: E você, acredita que há um só Deus? Você faz bem. Os demônios também acreditam nisso e tremem” (Tg 2,19).

          Ou seria o tipo do cristão “Fala Brasil” ou “Brasil Urgente” que não poupa a vida alheia e, esquecendo-se dos seus próprios pecados e falhas, ou para esconder os seus pecados e falhas, não faz outra coisa senão apontar os erros dos outros. São os famosos maldizentes, marocas, mexeriqueiros, ou dêem o nome que quiserem, mas que só tem por único objetivo denegrir a imagem, a personalidade, o caráter do outro. Esquece-se que, quem fala mal de alguém para alguém, está falando mal de um surdo, ou seja, de uma pessoa ausente que não pode e lhe é negado o direito de defesa. Teresa de Calcutá dizia para as suas irmãzinhas: “Só falemos de uma pessoa se essa pessoa estiver presente”, ou seja, se for falar de uma pessoa ausente, fale como se ela estivesse ali, presente, ouvindo o que é dito dela. Esse tipo de cristão deveria sempre se lembrar da regra de ouro ditada por Jesus: Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7,12).

Ou seria do tipo cristão “Sílvio Santos”, que só aparece aos domingos? Aquele cristão legalista, condenado por Jesus por só participar da Igreja para desencargo de consciência e não para colocar em prática atos de misericórdia pregados por Jesus: "Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber;  fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram'. "Eles também responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?' "Ele responderá: 'Digo a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo'. Para esses, Jesus, no Evangelho de Mateus 23,23-39, dirige o alerta que deve ser entendido como chamada de atenção e motivo de condenação, como fizera aos que assim agiam no seu tempo: os mestres da lei e os fariseus: “Sim, ai de vocês, mestres da lei e fariseus, fingidos! Pois dão o dízimo da última folha de hortelã do vosso quintal, mas esquecem as coisas importantes, como a justiça, a compaixão, a fé. Sim, devem dar o dízimo, mas não devem esquecer as coisas de maior monta. Guias cegos! Tiram um mosquito que cai na comida, mas seriam capazes de engolir um camelo!  Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, fingidos! Tão cuidadosos em polir o copo por fora, enquanto que por dentro está todo sujo de roubos e de cobiça! Fariseus cegos! Limpem primeiro o interior do copo e então todo ele ficará limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! São como jazigos – belos por fora, mas cheios de ossadas e de podridão por dentro. Procuram parecer santos, mas por baixo dos vossos mantos de piedade escondem-se corações manchados por toda a espécie de fingimento e pecado. Serpentes, filhos de víboras! Como escaparão à condenação do inferno?”

Ou seria o cristão “Gabriela”: “eu nasci assim”, e não muda nunca porque julga-se perfeito, acima de tudo e de todos. O cristão prepotente que olha tudo e todos de cima para baixo, julgando que não existe nada que o possa melhorar, porque se julga perfeito e bom, ignorando o que Jesus disse ao jovem rico, referindo-se ao Pai do céu: “Um só é bom” (Mt 19,17) e incentiva a todos à perfeição, isto é, jamais se acomodar quando disse: “Vocês devem ser perfeitos como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). As primeiras palavras de Jesus quando iniciou a sua vida pública são categóricas, quando afirma: “Convertam-se e acreditem no Evangelho” (Mc 1,15), contrariando a atitude do cristão “Gabriela” que acha que não tem nada para mudar na sua vida. A conversão na vida do cristão deve e precisa acontecer todos os dias.

Ou seria o cristão “Raimundo”, um pé na igreja e outro no mundo. Quantos cristãos que se dizem católicos quando perguntados, às vezes até vão à missa ou em grupos de orações, mas que, durante a semana frequentam centros espíritas, terreiros e outras denominações que se dizem religiosas, acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo, colocando um pé numa canoa e o outro em outra canoa, esquecendo-se que, se as canoas se distanciarem, o tombo será medonho. Para esses cristãos Jesus disse: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está no céu. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32-33; Lc 12,8-9).

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